domingo, 27 de setembro de 2009
CALENDÁRIO - OUTUBRO
ATIVIDADE - PRODUÇÃO DE TEXTOS
Disciplina: Língua Portuguesa/Literatura
Uma das maneiras de os alunos não alfabetizados terem contato com a linguagem escrita é por meio da escuta da leitura de textos produzidos em linguagem escrita.Para isso, é preciso planejar as aulas de modo que haja leitores que possam ler para os alunos que ainda não saibam ler: professor, alunos já alfabetizados da mesma classe ou de classes mais avançadas, outros professores, pais de alunos, por exemplo.Os alunos, então, podem:
- Ouvir a leitura de contos e recontá-los, procurando aproximar-se da linguagem utilizada pelo autor do texto.
- Solicitar que um companheiro registre o texto para posterior publicação.
- Gravar o texto — em áudio e/ou vídeo —, lendo-o para que outros possam conhecê-lo.
- Ouvir a leitura de notícias e depois ditá-las para que um parceiro que saiba escrever um pouco melhor registre-as, para depois montarem um jornal da classe, mural, impresso ou falado.
- Ouvir a leitura de verbetes enciclopédicos para compor fichas descritivas de animais, plantas, povos indígenas — ou outros assuntos — que comporão pequenos cadernos, “dicionários”, arquivos, pastas sobre temas específicos em estudo.
- Ouvir a leitura de regras de determinados jogos e, depois, produzir regras a serem escritas em folhetos explicativos, para jogos criados pela classe (ver em Turbine sua aula, a dica ).
- Estudar sobre determinado assunto, a partir da leitura de textos impressos sobre o tema, e depois apresentar sínteses escritas — registradas por um colega que já saiba escrever (parceiro mais proficiente) — a respeito do que foi estudado, compondo cadernos, arquivos, pastas e murais.
- Fazer parte da roda de leitores, na qual participantes diferentes — professor, alunos de outras classes, pais de alunos, encarregado da sala de leitura, por exemplo — leiam seus textos prediletos para os alunos da classe.
- Participar de saraus literários de poemas e contos, ouvindo a leitura dos mesmos.
sábado, 26 de setembro de 2009
TEXTO - LEITURA EM VOZ ALTA PELO PROFESSOR
Em que situações os professores lêem em voz alta para sua turma?
Talvez esta seja a primeira questão que nos fazemos quando nos deparamos com esta possibilidade didática. Poderíamos aqui enumerar algumas destas situações: lê para compartilhar um texto literário ou poético do qual gostou, ou que acredita ser importante que seus alunos conheçam; lê uma notícia veiculada num jornal ou revista, para que seus alunos não fiquem alheios ao que está acontecendo; lê um boletim informativo do qual sua turma é destinatário direto; lê um bilhete que irão encaminhar aos pais; lê textos instrucionais, quer sejam eles as receitas que farão na aula de culinária, quer sejam as instruções de um jogo novo... Enfim, os professores lêem em voz alta, em muitas situações diferentes no cotidiano da sala de aula. Mas talvez a questão seja outra: Para que o professor lê em voz alta na sala de aula? Embora, as repostas para esta segunda pergunta pareçam ser as mesmas que para a anterior, há, nesta segunda, a explicitação de uma intenção educativa.
“Na escola (...) a leitura é antes de mais nada um objeto de ensino. Para que se transforme num objeto de aprendizagem, é necessário que tenha sentido do ponto de vista do aluno, o que significa – entre outras coisas – que deve cumprir um função para a realização de um propósito que ele conhece e valoriza. Para que a leitura como objeto de ensino não se afaste demasiado da prática social que se quer comunicar, é imprescindível “representar” – ou “reapresentar” -, na escola, os diversos usos que ela tem na vida social.” - in “É possível ler na escola?”- Ler e escrever na escola: o real,o possível e o necessário – Delia Lerner (o sentido da leitura na escola: os propósitos didáticos e propósitos do aluno páginas 79/80)
Quando um professor lê para sua turma um texto literário, por exemplo, além de considerar os propósitos sociais da leitura: ler para se encantar, ou para se entreter, ou para se emocionar..., Deve considerar também os propósitos didáticos, ou seja, o que o aluno pode aprender quando participar desta ou daquela situação de leitura: habituar-se com o estilo mais formal da linguagem; aprender vocabulário novo; conhecer mais sobre o estilo de um determinado autor; conhecer mais as características de determinado gênero...
Considerando isto, poderíamos aqui concluir que o papel do professor enquanto formador de leitores é muito importante! Embora esta afirmação seja uma verdade e o nosso discurso já incorporou esta máxima, o que podemos observar é que a prática ainda necessita aproximar-se bastante daquilo que nosso discurso tranquilamente veicula. Para que isso possa acontecer de forma mais bem sucedida é preciso que haja intencionalidade por parte do professor quando lê um texto para sua turma. Isto pode ser observado em algumas de suas ações:
· Explicitar sempre os motivos pelos quais quer compartilhar o texto com seus alunos: ou porque trata de uma questão interessante; ou porque conta uma história atrativa/divertida/surpreendente/emocionante; ou porque é atual; ou porque está relacionado com um tema que estão trabalhando num projeto; ou porque está bem escrito; ou porque lhes ajudará a resolver um problema, ou uma inquietação prévia do grupo.
· Proporcionar elementos contextuais que outorguem sentido a leitura e favoreçam a antecipação do que diz o texto:
. Comunicar às crianças onde e como encontrou o texto;
. Mostrar-lhes o portador: se for um livro, mostrar a capa e ler seus dados (título, autor , editora); se for um jornal referir-se à seção na qual o texto aparece e buscá-lo diante das crianças; se for uma carta, dizer como chegou à suas mãos , a quem está dirigida.
. Acrescentar informações complementares sobre o que será lido: quando ler um conto ou um poema, ler também partes do prólogo do livro, ou contar dados biográficos do autor; ao ler uma notícia, fazer referência a outras notícias parecidas ou apresentadas em outros jornais ou revistas; ao ler um texto de uma enciclopédia, conversar com os alunos para saber o que já sabem sobre o tema.
· Apresentar para o grupo seu próprio comportamento de leitor: mostrar-se interessado, surpreso, emocionado ou divertir-se com o texto escolhido; após a leitura, pode voltar para reler algum parágrafo: o núcleo mais surpreendente da história, o fragmento mais complexo do texto, o trecho que mais gosta; opinar sobre o que leu, trocar seus pontos de vista com os dos alunos;
Para que isto seja possível alguns cuidados são precisos:
· Evitar a escolha de textos com informações inexatas - banalizadas, distorcidas - supostamente escritos para um público infantil.
· Evitar a escolha de textos literários como um pretexto para deixar uma mensagem de cunho moral.
· Permitir que seus alunos façam seus comentários, que formulem e confrontem hipóteses.
· Permitir que os alunos compreendam o sentido de palavras difíceis no contexto e não porque elas foram explicadas durante ou a leitura ou substituídas por palavras ou termos mais fáceis.
· Selecionar, organizar, preparar o que será lido para a turma com antecedência.
DICA LITERÁRIA
ATÉ AS PRINCESAS SOLTAM PUM
ILAN BRENMAN E IONIT ZILBERMAN
ED. BRINQUE BOOK
http://www.youtube.com/watch?v=MKk1SKXbNjo
PARA REFLETIR...
Saber ler e escrever é...
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
PARA GOSTAR DE LER...
Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.
ATIVIDADE: ELABORAÇÃO DE RESENHAS
:: Expectativas de Aprendizagem:
- identifiquem e caracterizem a obra;
- apresentem uma síntese do conteúdo da obra;
- apresentem sua opinião sobre a obra.
- seu contexto histórico de produção;
- suas características de composição estrutural;
- os recursos estilísticos do gênero.
- quem será o interlocutor (e quais suas características);
- qual a finalidade do texto (informar leitores da biblioteca da escola sobre o conteúdo das obras, compondo um acervo de resenhas; informar leitores de um jornal da escola sobre lançamentos de livros, por exemplo);
- de que lugar escreverão (como alunos da série tal, por exemplo);
- em que portador será publicada a resenha (fichas, folhetos, jornal da escola etc.);
- em que lugar circulará (na escola como um todo, na sala de leitura, na comunidade escolar ampliada, por exemplo)
domingo, 20 de setembro de 2009
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM - PRODUÇÃO DE TEXTOS
UM TEXTO SOBRE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Kátia Lomba Bräkling
Produzir um texto — por escrito ou oralmente — é uma atividade que não acontece no vazio. Ao contrário, orienta-se por todas as imagens construídas pelo produtor sobre o seu interlocutor, a finalidade colocada para o texto, o lugar social do qual falará, o gênero no qual o texto se organizará, o portador no qual o texto será publicado e o lugar no qual o texto, preferencialmente, circulará.
Todos esses elementos que constituem a situação na qual o texto é produzido influenciam, interferem, determinam as características do texto resultante do processo de produção.
Quer dizer, não falamos ou escrevemos para diferentes pessoas da mesma maneira, ainda que os assuntos sejam os mesmos; as posições que assumimos nos diferentes textos são decorrentes dos lugares de onde falamos ao produzir os textos; as finalidades dos textos que produzimos são decorrentes das necessidades derivadas dos papéis sociais que desempenhamos; os textos que escrevemos não serão os mesmos se pretendermos publicá-los em portadores diferentes; não escrevemos os mesmos textos em diferentes momentos da vida.
Quando alguém está produzindo um texto, ao escrever ou falar, de maneira consciente ou não, orienta a sua produção para a imagem que tem construída sobre o seu interlocutor. Quer dizer, selecionará o tipo de linguagem, o conteúdo, os aspectos do conteúdo mais relevantes, por exemplo, em função dos conhecimentos que acreditar que seu interlocutor possui sobre o assunto e sobre linguagem, em função da relação estabelecida entre ambos — de maior ou menor familiaridade, em função da finalidade que está colocada para o texto. Um especialista em política econômica, por exemplo, poderá fazer uma palestra sobre o mesmo assunto para operários de uma montadora de automóveis e para economistas. No entanto, o texto dessa palestra, certamente, não será o mesmo (pelo menos, não deveria): para os operários, a linguagem não deverá prever a presença marcante do jargão da economia (ao contrário da palestra para os economistas); os conceitos da área envolvidos na exposição serão mais bem explicitados para os operários do que para os economistas (que, em tese, os dominam); os aspectos selecionados serão os mais relacionados com as áreas de atuação de cada segmento; a exemplificação — que, certamente, será diferente no que se refere aos pontos selecionados merecedores de exemplos e detalhamento — também estará mais relacionada com o trabalho desenvolvido por cada um dos segmentos.
Da mesma forma, esse texto será decorrente do lugar social que ocupa cada um dos interlocutores: o especialista em política econômica, se estiver falando para seus filhos sobre a necessidade de racionamento de energia, certamente fará um discurso diferente daquele que faria para jornalistas, ainda que o tema seja o mesmo. Quer dizer, o lugar social que ocupa cada um dos interlocutores nessa situação comunicativa, também definirá os aspectos do tema sobre os quais se falará, o tipo de linguagem, se o texto será mais argumentativo ou expositivo. Para os filhos, ele poderá, por exemplo, apenas dar uma ordem sobre a utilização de aparelhos elétricos, ou justificar pelo aumento do valor da conta a ser paga no final do mês e a possibilidade de corte, caso seja ultrapassada a cota possível; no entanto, para os jornalistas, muitas explicações sobre a necessidade de racionamento precisarão ser oferecidas.
Dependendo do lugar onde o texto circulará (na academia, na mídia impressa, no meio literário, na mídia televisiva, na igreja, numa sala de aula de Ensino Médio...) e do portador onde será publicado (livro, revista acadêmica, revista popular, jornal (qual jornal e qual seção desse jornal), revista de economia, panfleto, folheto de divulgação, outdoor, folder, almanaque, página da internet...) ele também terá características diferenciadas. Um artigo sobre a questão do ataque, que aconteceu no último dia 11 de setembro, aos Estados Unidos, certamente terá uma abordagem diferenciada se for publicado na seção de política de um jornal, ou na seção de fatos diversos. Da mesma forma, um artigo, sobre o mesmo assunto, ao ser publicado na seção de economia do jornal A e do jornal B, terá que ter sua linguagem adaptada ao seu interlocutor. Ou ainda, em função das restrições de espaço — de quantas linhas/colunas/caracteres — o autor poderá dispor, quer dizer, em função do tamanho do artigo, os argumentos serão selecionados e/ou descartados.
Por outro lado, dependendo da finalidade que se tiver, um texto será organizado em um gênero ou em outro. Por exemplo: se se pretender convencer os leitores de que é necessário fazer o racionamento de energia, um texto que argumente poderá ser mais eficiente do que um texto que apenas exponha o problema ou do que um texto ficcional, que conte uma história, quer dizer, um artigo de opinião ou um artigo assinado poderão ser muito mais adequados à finalidade do que uma notícia ou uma reportagem sobre o assunto ou do que um conto de fadas, considerando, evidentemente, os demais aspectos já enfocados (características possíveis do interlocutor, do portador, do lugar de circulação dos textos, papel social dos interlocutores).
Acrescente-se a todos os elementos já mencionados a época em que o texto será escrito. Falar sobre um ataque às torres do World Trade Center no caderno de economia, ou de política, ou mesmo na seção de notícias sobre o mundo, faz sentido hoje. Há um ano atrás, certamente, o lugar mais adequado seriam páginas de ficção. Falar de racionamento de energia elétrica no Brasil, por sua vez, há alguns anos foi considerado por alguns excessos de precaução, ou sensacionalismo exacerbado. Falar sobre diversidade social hoje, não é a mesma coisa que há 50 anos: muita reflexão e muito conhecimento já foi construído a respeito, possibilitando novas informações e novos argumentos para a discussão do assunto.
Em síntese, produzir um texto, oral ou escrito, supõe — ainda que não de maneira consciente — a articulação de diferentes imagens construídas sobre o contexto da situação comunicativa: sobre o interlocutor (ouvinte ou leitor), sobre o lugar social ocupado pelos interlocutores (pai, mãe, irmão, professor, tutor, aluno, presidente, vereador, jornalista, tio, avô, cantor, músico, ator...), sobre as instituições sociais nas quais o texto circulará (as econômicas e comerciais, como a FIESP, lojas, shoppings; as políticas e governamentais, como o Senado, a Presidência da República; a literária; a instituição acadêmico-científica, as instituições de saúde; de repressão; a instituição escolar e a familiar; as instituições midiáticas, como a imprensa escrita, o rádio, a televisão, a internet; as de lazer); sobre os portadores (livros, jornais, revistas, panfletos, folhetos de divulgação, por exemplo).
Estes fatores, articulados, ainda, às características do momento histórico da produção, aos objetivos colocados, quer dizer, aos efeitos que procura produzir nos interlocutores presumidos, ao gênero no qual o texto será escrito (notícia, reportagem, artigo expositivo, verbete, editorial, conto de aventura, policial, cordel, conto de fadas, conto popular, poema, letra de música, crônica, palestra, seminário, debate, classificados, entre outros), e às possibilidades de conteúdos temáticos a serem mobilizados, determinam as características do texto que será produzido: a escolha lexical, o tamanho e a complexidade das orações, a forma de relacionarmos suas partes, a utilização ou não de pronomes pessoais de primeira ou segunda pessoa, o plano global do texto, a utilização dos tempos verbais, a própria seleção dos conteúdos temáticos, a maior ou menor correção gramatical, etc. Quer dizer: quando falamos ou escrevemos, sobretudo em situações mais institucionalizadas, não falamos apenas como indivíduos isolados, sem nenhuma restrição social ou, pelo menos, não deveríamos fazê-lo. Estamos, sempre, falando de algum lugar social e assumindo algum dos papéis sociais que desempenhamos. Estamos, inevitavelmente, ao organizar a nossa fala, oferecendo pistas para que o outro construa uma imagem a nosso respeito. Sempre orientamos nosso discurso por algum objetivo, qualquer que seja ele. Ao mesmo tempo, falamos para um interlocutor que também está ocupando um determinado lugar social, desempenhando um dos seus vários papéis sociais, que também ouve/lê (ou não) o nosso discurso orientado por determinada finalidade. E essa atividade verbal sempre acontece no interior de alguma atividade social para a qual normalmente existem gêneros apropriados, com características próprias. Uma conversa de bar, por exemplo, autoriza os falantes a utilizarem uma linguagem informal, menos racional; já escrever uma resenha crítica sobre um espetáculo teatral para um jornal bem conceituado, pressupõe a utilização de critérios racionais, aceitos pela crítica em geral e pelo grupo social ao qual se dirige.
Concluindo, podemos dizer que ao produzirmos um texto — oral ou escrito — este será mais ou menos eficiente, dependendo da clareza que tenhamos sobre as imagens que temos construídas sobre todos os elementos que constituem o contexto da situação comunicativa. Muitos dos problemas que podemos vir a ter quando produzimos textos, são decorrentes de imagens inadequadas ou não aceitas socialmente, e, ainda, de um desconhecimento das características dos gêneros que devemos utilizar. Se o conhecimento e as imagens sobre situações de comunicação e gêneros do cotidiano, não-formais, portanto, são construídas ao longo da vida, à medida que vamos participando dessas interações, o mesmo não acontece com relação tanto às situações de comunicação mais formais quanto no que se refere aos gêneros nelas utilizados. É na escola, com um ensino mais formal, que a construção desse conhecimento ocorre.
:: FONTE: In Oficina Cultura 4 – Momento 1; SEE/Fundação Vanzolini. PEC – Formação Universitária; 2001.
ATIVIDADE DE LEITURA - HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Objetivos
::Divertir-se com a leitura de uma história em quadrinhos.
::Acompanhar a leitura de uma história em quadrinhos realizada por você. Procurar
coordenar aquilo que é lido em voz alta com o texto escrito.
::Aproximar-se das características das histórias em quadrinhos.
::Utilizar na leitura as estratégias de seleção, antecipação e verificação, considerando
aquilo que já sabem sobre o sistema de escrita, para localizar-se na
leitura das histórias em quadrinhos.
::Utilizar as imagens e aquilo que você lê para construir o sentido do texto.
Planejamento
::Quando realizar? Como é uma atividade permanente, escolha um momento
fixo da rotina, uma vez por semana.
::Como organizar os alunos? Como é uma atividade coletiva, os alunos devem
ficar sentados em suas carteiras.
::Que materiais são necessários? Cópias da história em quadrinhos.
::Duração: cerca de 20 minutos.
Encaminhamento
::Antes da aula, selecione uma história em quadrinhos para ler com sua turma e providencie as cópias.
::Distribua as cópias e explique: enquanto você lê, cada um precisa acompanhar em sua cópia. Insista em que devem também prestar atenção nos desenhos, nas expressões das personagens e nas cenas.
::Pergunte aos alunos se conhecem a personagem da tirinha e o que sabem sobre ela. Essa conversa inicial é importante para os alunos compartilharem informações que ajudam a compreender a história – por exemplo, se a criança souber que a Magali é comilona, fica fácil entender por que sempre há comida em suas historinhas.
::Proponha que tentem contar o que acontece na história apenas observando os desenhos. Trata-se de uma forma interessante de favorecer o uso da imagem para antecipar o significado de um texto.
::Pergunte se sabem o que está escrito em letras maiores, no primeiro quadrinho (o nome da personagem). Quando alguma criança responder corretamente,
::Inicie a leitura, indicando sempre qual é o quadrinho e qual o balão que está lendo. Sugira também que os alunos identifiquem qual das personagens está falando e pergunte como sabem. É um jeito de ajudá-los a se localizar na leitura (saber qual quadrinho vem antes, qual vem depois etc.) e perceber algumas características dos balões (que têm uma espécie de seta que aponta para a personagem que fala; que o formato do balão, o formato e o tamanho das letras podem indicar emoções e a intensidade com que se fala). O mais provável é que alguns alunos já saibam as respostas a suas perguntas; nesse caso, é importante que eles se manifestem e compartilhem seus conhecimentos com os colegas.
::De vez em quando você pode investir um pouco mais de tempo para explorar a expressão de uma personagem, com perguntas como: Olhem para a cara do Cebolinha. O que parece estar sentindo? Por que está assim? Vocês acham que a Mônica gostou do que o Cascão disse? Como vocês sabem que ela não gostou? Tenha sempre presente que esse tipo de texto só será compreendido se houver uma interação permanente entre imagem e escrita para construir o sentido. Sua leitura em voz alta é necessária para que os alunos tenham acesso à parte escrita, e é igualmente importante chamar a atenção deles para os componentes visuais da narrativa.
::Após a leitura de cada quadrinho, sugira que os alunos antecipem o que virá a seguir. Em geral, os elementos inesperados são os principais responsáveis pela graça dessas historinhas. Assim, as antecipações aumentam a surpresa, quando as crianças constatam que a personagem não fez o que elas esperavam.
::Interrompa de vez em quando a leitura para pedir aos alunos que ainda não lêem convencionalmente que tentem localizar determinada palavra num balão – nessa atividade deverão pôr em jogo seus conhecimentos sobre as letras e seus sons. Mas embora seja recomendável realizar atividades assim, tenha sempre em vista que a finalidade da leitura é a diversão com a historinha. Com muitos momentos de localização de palavras você corre o risco de esvaziar a atividade de seu objetivo principal.
::Terminada a leitura, converse com as crianças sobre o que entenderam da história, se acharam engraçada, o que aprenderam sobre as personagens e assim por diante.
::Você também pode pedir que os alunos contem a história, como se fosse um reconto.
O que fazer se...
... os alunos demonstrarem poucos conhecimentos das histórias em quadrinhos?
Nesse caso, você terá de oferecer informações quanto à orientação da história em quadrinhos e explicar características das personagens, o que pode ser feito antes da leitura e ao longo dela.
... em vez de acompanharem em suas cópias, os alunos ficarem olhando para você?
Nesse gênero de texto, a observação das imagens é fundamental para garantir a compreensão. Chame a atenção dos alunos a cada momento para a expressão facial de uma personagem, para um detalhe do cenário e outros elementos que possam atraí-los para que acompanhem a leitura e, ao mesmo tempo, observem as imagens.
... os alunos pedirem para ler em voz alta em seu lugar?
Os alunos costumam se sentir à vontade para se arriscar nesse tipo de leitura. Porém, é comum que ainda não sejam leitores fluentes e que sua leitura não considere a expressividade do texto. Isso pode contribuir para tornar a atividade mais longa e maçante. Deixe que leiam um ou dois balões, ou combine com alguns para treinarem a leitura de alguma história previamente, mas não muito longa!
Variações
::Você pode complementar e enriquecer essa atividade explorando mais o trabalho com histórias em quadrinhos:
::Apresentar outras personagens, além das da Turma da Mônica: Garfield, a Turma do Charlie Brown, Menino Maluquinho e Horácio também são adequados ao público infantil.
::Depois de conhecer bem as personagens de Maurício de Souza, ler uma biografia do criador da Turma da Mônica.
::Fazer uma visita ao site da Turma da Mônica, para que as crianças tenham oportunidade de acessar inúmeras histórias em quadrinhos:
::Em vez de ler apenas tirinhas, escolha histórias de uma página inteira, ou mais longas, que seus alunos possam acompanhar
::FONTE: GUIA DE ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS - 1ªSÉRIE (VOL 2) - SEESP
SUGESTÃO - GINCANA PARA A SEMANA DA CRIANÇA
SUGESTÃO - AVALIAÇÃO DE MATEMÁTICA
sábado, 19 de setembro de 2009
LANÇAMENTO - DVD PARA CRIANÇAS
http://www.youtube.com/watch?v=PBuOS3kwVYo
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O XADREZ E A MATEMÁTICA
ANIVERSÁRIO!!!
ANIVERSÁRIO DE 28 ANINHOS... ESTOU FICANDO VELHA...RSRSRSRSR
PRISCILA
domingo, 13 de setembro de 2009
JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA
MATERIAL: baralho com 30 cartas numeradas de 2 a 8.
JOGADORES: 2 a 4.