sábado, 31 de outubro de 2009
MAIS SITUAÇÕES-PROBLEMA
SUGESTÕES: SITUAÇÕES- PROBLEMA
PARA GOSTAR DE LER...
in: "Comédias para se ler na escola"
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
TEXTO PARA ESTUDO - MATEMÁTICA
Célia Maria Carolino Pires
Introdução
Desde muito pequenas, geralmente incentivadas pelos adultos que as rodeiam, as crianças brincam de contar: 1, 2, 3, 4, 5... Por meio de brincadeiras e de interação com situações da vida cotidiana, elas vão tendo contatos com os números naturais, que formam um conjunto infinito de números, do qual também faz parte o número zero.
Os números naturais são usados em situações diversas e desempenham diferentes funções. Em determinadas situações, o número natural é um indicador de quantidade. Ele permite evocar uma quantidade, mentalmente, sem que ela esteja fisicamente presente: quantos são os dias do mês, quantos são os meus irmãos etc.. Nesse caso, dizemos que o número natural está sendo considerado em seu aspecto cardinal.
Em outras situações o número natural é um indicador de posição. Quer dizer: ele possibilita guardar o lugar ocupado por um objeto, pessoa ou acontecimentos: abril é o quarto mês do ano, eu sento na terceira carteira da fila da janela etc.. É o chamado aspecto ordinal.
Há ainda situações em que os números naturais são usados como código, o que não tem necessariamente ligação com o aspecto cardinal, nem com o aspecto ordinal: o número de telefone, de placa de carro, do ônibus etc... Sintetizando, podemos dizer que os números naturais assumem diferentes funções, a saber:
- Memória da quantidade (aspecto cardinal).
- Memória da posição (aspecto ordinal).
- Instrumento para codificar.
Para que servem os números? O que pensam as crianças?
É razoavelmente recente a descoberta de que as crianças convivem com a Matemática muito antes de ingressarem na escola. Buscam soluções para problemas, constroem conhecimentos, elaboram explicações e dão conta de resolver situações fazendo uso de procedimentos matemáticos.
Desse modo, as atividades numéricas abordadas nos primeiros anos de escolaridade deveriam ser uma continuidade natural das experiências vividas fora da escola. São os contatos preliminares com um conceito que será construído por um longo período de tempo: o conceito de número.
As crianças têm muitas idéias a respeito do uso dos números e, tal fato, ao longo do tempo, nem sempre mereceu nossa atenção. Conhecer essas idéias, ou seja, as hipóteses que as crianças formulam sobre os números naturais, em particular, sobre suas funções é o ponto de partida para a formulação de uma nova didática para o ensino de números.
Para ilustrar essas afirmações transcrevemos abaixo alguns resultados de uma investigação realizada por professoras de turmas de Educação Infantil e da primeira série do Ensino Fundamental. Observe-as:
I. Respostas crianças de 5 anos, alunos na pré-escola, às quais se perguntou: para que servem os números?
Para contar coisas.
Para marcar o dia dos compromissos e datas importantes.
Para saber o dia no calendário.
Para fazer contas.
Para saber matemática.
Para a contagem quando lança um foguete.
Para fazer lista de regras.
Para saber o dia do aniversário.
Para medir na régua.
Para saber quantos anos tem.
Para saber o nosso peso.
Para saber as horas.
II. Respostas de crianças de 6 anos, alunos de pré-escola ou próximos a completar essa idade.
Para contar.
Para olhar no calendário.
Para fazer contas.
Para saber quantos anos nós temos.
Para saber os dias, até o 31.
Para saber o dia do aniversário.
Para ver as horas.
Para contar, para pagar, para saber quanto custa.
Para saber se é caro.
Para usar a calculadora.
Para saber o número da roupa.
Saber quanto a gente pesa, saber o nosso tamanho.
Para pensar.
III. Respostas de crianças de 7 anos, cursando o primeiro ano do ensino fundamental:
Para fazer contas.
Para fazer atividades de matemática.
Para ir bem na prova de matemática.
Passar de ano.
Para contar as coisas.
Saber as horas.
Em função dessas respostas, a professora decidiu fazer uma intervenção perguntando: só para isso os números servem? Só na escola vocês usam os números? A partir desse questionamento, as crianças deram outras respostas:
Para marcar o número do jogador que fez a falta. É mais fácil escrever um número naquele caderninho do que escrever o nome do jogador.
Para pagar o lanche para o tio da cantina.
Saber os dias e meses.
Para responder a chamada.
Contar o dinheiro.
Ver a placa de velocidade na estrada.
O grau da lente do óculos e o número do tênis.
Saber o número da carteira de motorista.
Saber o dia do aniversário.
Saber em que série estamos e qual o número da nossa sala.
Medir o tamanho das coisas, os metros, a altura das pessoas e a gordura.
Saber a data de validade de um produto, para não usar estragado.
Algumas conclusões
Como é possível perceber a partir dos depoimentos coletados, as crianças percebem diferentes funções dos números, mesmo antes de freqüentarem a escola. Pudemos observar que a função de indicador de quantidade ou memória de quantidade (aspecto cardinal) é percebida por elas quando afirmam que o número serve para contar coisas, para saber quantos anos nós temos, para medir o tamanho das coisas, os metros, a altura das pessoas e a gordura, entre outras.
Elas também indicam situações em que os números naturais são usados como instrumento para codificar, quando uma delas diz que servem para saber o número da carta de motorista. Uma delas aponta ainda uma situação em o número é um indicador de posição (aspecto ordinal), quando diz que o número serve para saber “em que série estamos”.
Além disso, em algumas respostas, associam o uso dos números às atividades escolares que realizam: para fazer prova de matemática, para passar de ano etc. Evidentemente, não precisamos apresentar essas diferentes funções formalmente às crianças. Elas devem orientar a escolha das atividades que serão propostas, quando a criança perceberá as diferentes funções e usos sociais dos números.
PARA LER, ASSISTIR E SE EMOCIONAR...
Eu já assisti ao filme, agora começarei a leitura do livro...
http://www.youtube.com/watch?v=j3fK0p3x0RE
Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. 'O menino do pijama listrado' é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
DICA LITERÁRIA
SINOPSE:
Numa manhã, quando ia saindo de sua toca, a toupeirinha percebe que alguém fez cocô em sua cabeça. Mas quem teria feito tal coisa? Para esclarecer o enigma, ela interroga todos os animais que vai encontrando pelo campo - o cavalo, a pomba, a vaca, o porco... Para se inocentar, eles exibem os respectivos cocos à toupeira - há de todos os tamanhos, formatos e consistência... Até que, finalmente, graças à ajuda de duas moscas - grandes especialistas no assunto -, a toupeira encontra o culpado e dá um jeito de se vingar. Nesta edição, além de se divertir com as dobraduras, as crianças poderão interagir com as cenas manipulando os puxadores.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
DICA LITERÁRIA
Sinopse:
Bem-vindo ao mundo das princesas! Nesta divertida e instigante história, a fada Gwenhyfar leva o leitor a um mundo secreto e repleto de magia. Ela decide revelar algo que guardou por muitos anos: a correspondência secreta trocada entre as princesas Branca de neve, Cinderela e Bela Adormecida. Nesta obra, as três personagens são bem diferentes das versões mais conhcidas pelo público. Branca de Neve vê-se obrigada a fugir da ira de sua mãe, que não suporta o fato de ela ser a mais bela do reino. meesmo assim, a jovem mostra-se confiante com relação ao seu futuro. Bela Adormecida, revoltada, não se conforma com a maldição que recebeu e faz de tudo para evitá-la. Cinderela, depois de ter sido relegada à condição de empregada de sua madrasta, conforma-se com sua situação e nada faz opara mudá-la, até que um dia sua fada-madrinha chega. Enclausuradas, a única maneira que têm para se comunicar é enviar cartas umas às outras.
RECURSOS PARA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
A narração de uma história poderá ter diversas técnicas como suporte, cada qual se constituindo em um novo desafio para os educadores no tocante a aperfeiçoar seu conhecimento de aplicação. Alguns exemplos:
* Usar o próprio livro: Se a história for baseada em um livro com boas e fartas ilustrações, este poderá ser apresentado, apontando-se as figuras correspondentes ao momento da narrativa. O livro poderá ser utilizado com ajuda de um recurso que o exponha melhor. O cineminha que apresentamos em "Projetos" é um exemplo disso. As folhas (originais ou cópias) são anexadas umas às outras, formando um ''rolo de filme", que é apresentado às crianças através da "tela" de uma caixa de madeira.
* Gravuras: fazer uma seqüência de quadros (cópias ampliadas do próprio livro ou fotografados, sendo nesse caso projetados em slides), que serão expostos à medida que a narração evolua.
* Figuras sobre o cenário: o cenário será um quadro básico, e as figuras (talvez cada personagem em algumas posições diferentes) irão compondo as cenas conforme o desenrolar. As figuras poderão ser presas com tachinhas, ou ser do tipo velcômetro (modernização do flanelógrafo, também apresentada em "Projetos").
* Fantoches: São muito apreciados pelas crianças e podem ser usadas por mais de um narrador. Outra vantagem é que se pode ter o roteiro escrito, o que facilitará a tarefa. Os fantoches também podem ser usados de forma interativa com as crianças, elas mesmo manuseando-os, ou mesmo fazendo os bonecos de cartolina com roupas de papel crepom.
* Teatro de sombras: Uma luz projeta figuras em uma superfície opaca. A sombra de bichinhos feita com as mãos exerce grande fascínio sobre as crianças e com figuras recortadas não é diferente. Elas são muito fáceis de fazer e a apresentação pode conter músicas e efeitos especiais.
* Dobraduras: Outra arte que pode representar tantas figuras quanto nossa imaginação possa alcançar. É verdade que não é uma técnica acessível a todos, mas há os que fazem... e o efeito é surpreendente! Proporciona uma boa interação com as crianças quando a narrativa acompanha a sucessão de dobraduras feitas por elas.
* Maquete: Também alcança resultado. E é mais simples do que parece: uma floresta de papel crepom, uma casinha de papelão e pequenos bonecos de feltro comandados por um contador habilidoso operarão maravilhas.
* Marionetes: São bonecos comandados por fios presos na cabeça, nas mãos e nos pés. A cena desenrola-se no chão e os operadores ficam colocados atrás de um pequeno cenário. As histórias com bastante movimento, engraçadas, são as que melhor se ajustam a esta técnica. Como os bonecos são esguios, eles se prestam às mais diversas caracterizações e podem, inclusive, trocar de roupa conforme a cena.
* Interação com a narração: Poderá ser feita uma canção para ser usada em momentos-chaves: no perigo ou quando aparece determinando personagem.
* Dedoches: São pequenos fantoches utilizados nos dedos. A vantagem é que têm um custo de material muito baixo, o que permite ter uma grande variedade deles. Também podem ser feitos e posteriormente apresentados pelas próprias crianças. A desvantagem e que não podem ser usados para uma platéia muito grande (cinco ou seis no máximo).
Não há limites para a criatividade. Coisas simples, quando usadas na hora apropriada, enriquecerão a história:
* Inclusão de um objeto real que faz parte do enredo fantasioso da história: em "Pandora", por exemplo, o suspense aumenta se no interior do círculo o narrador colocar uma misteriosa caixa.
* Um personagem que toma vida no desfecho da história: todos ficarão excitados se o cacique aparecer com seu resplandecente cocar. Ou, se ao final da história, a Emília "em pessoa" surgir para ser entrevistada pelas crianças.
* Pedir para que as crianças fechem os olhos e criar sensações de vento com um ventilador, de odor com spray de ambiente, de chuva com borrifos de água.
* Poderão também ser usados gestos, um para cada personagem (é claro que são gestos discretos, para não tumultuar). Ao contrário do que parece, este recurso não desvia a atenção: prende-a.
ENIGMAS MATEMÁTICOS II
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
ENIGMAS MATEMÁTICOS
Fernando Sá é um tamanduá. Ele é extremamente tímido, muito encabulado mesmo e esquecido. Sá é um tamanduá sem memória! O desjejum de Nando é uma xícara de 250g de formiga com duas colheres de mel. Ele sempre esquece de catar as formigas e acaba pedindo emprestado a uma vizinha. Em três meses, quantos quilos de formiga Sá comeu de sua vizinha, sabendo-se que ele passou dois domingos em Araxá?
Horripilante Pânicos é uma assombração. Ela tem um cão-fantasma, o Ossinho. Todas as sextas-feiras eles passeiam pelos cemitérios e viram as cruzes das covas. Às quintas, assombram os vampiros. Nas terças, assustam os monstros. No resto da semana eles estão mortos de cansaço e descansam. Em quais dias da semana eles descansam, sabendo-se que aos domingos Horripilante lava o seu lençol?
DIA DAS CRIANÇAS I
Criança de Jesus tem energia
Pra gastar
Corre pra cá, corre pra lá
Bate com as mãos
Bate os pés no chão
Pula, pula, pula
Ter Jesus é muito bom
Joga as mãos pro alto
Põe as mãos no chão
Dá uma rodadinha
Ter Jesus é muito bom!
- Atenção!
- Sim!
- Vocês querem louvar?
- Sim, senhor!
- Vocês tão com sono?
- Sim, senhor!
- Então eu vou desligar o som...
- Nãaaaaaaao!
ORGANIZANDO UMA HEMEROTECA
O que é hemeroteca?
O termo hemeroteca, segundo os dicionários, define uma sessão de biblioteca onde estão jornais e revistas. É uma biblioteca confeccionada com recortes de matérias publicadas em jornais e revistas. Seu objetivo principal é proporcionar ao leitor novas fontes de pesquisa. Muitas vezes a hemeroteca é confeccionada com o único objetivo de suprir a carência de atualização da biblioteca, assim os assuntos guardados são selecionados visando complementar e atualizar as informações trazidas pelos livros. Outras vezes, ela é organizada com o propósito didático de um projeto de trabalho de língua.
Utilizaremos essa palavra, aqui, para designar uma coleção de recortes de jornais e revistas classificados e indexados, tendo por objetivo auxiliar a leitura e pesquisa dos usuários, professores, alunos e comunidade em geral.
Uma boa hemeroteca não precisa ter necessariamente grande quantidade de recortes mas sim recortes de qualidade.
Montar uma hemeroteca propicia que educadores e alunos tenham acesso a informações atualizadas sobre os mais diversos assuntos. Mas é necessário que o professor faça uma análise dos conteúdos dos artigos, muitos dos textos publicados têm um tempo de vida útil pequeno ou com sentido somente no contexto do dia em que foi publicado. Sendo assim, não se faz necessário, e nem coerente pedagogicamente, sair cortando e arquivando qualquer matéria. O trabalho deve ser planejado, com intenções bem definidas. Devem ser arquivados somente aqueles artigos que trazem informações sobre o tema / foco de discussão e estudo com seu grupo ou que se referem ao tema do projeto que está sendo desenvolvido em alguma área.
A hemeroteca deve ser elaborada de modo que facilite a consulta de seus usuários possibilitando a leitura e a pesquisa.
(Diário na Escola – Santo André Edição no 2, julho/agosto 2002.)
O TRABALHO COM JORNAL NAS SÉRIES INICIAIS
Dicas do professor
1. O trabalho para a concepção de um jornal é um projeto (...) facilita a participação e a compreensão da funcionalidade de um texto.
2. É um projeto do grupo-classe e do ciclo que favorece a troca e a interação entre as crianças da mesma ou de diferentes idades.
3. As situações de elaboração do jornal permitem diversas formas de participação: diretiva do professor, exposição e discussão por parte das crianças, trabalho em grupo e sessões de interação extra-escolar, como entrevistas com gente de fora da escola, montagem e venda do jornal (...)
4. A elaboração do jornal é uma situação real (não fictícia) durante a qual a criança realiza uma tarefa "séria" (de adultos) como se fosse um profissional.
5. Um jornal compreende uma diversidade de seções – e, portanto, de tipos de textos –, que vão desde a publicidade ao editorial, dos espetáculos aos esportes etc.
* FONTE: Guia de Estudo para o Horário de Trabalho Coletivo - SEESP
PROJETO JORNAL
Projeto:
Objetivo compartilhado: produzir um exemplar de jornal
* Aproximar a criança do texto jornalístico.
* Envolvê-la em práticas de leitura e seus usos sociais (informar, entreter, argumentar e defender um ponto de vista).
* Ampliar sua possibilidade de expressão e comunicação.
* Auxiliá-la a perceber-se como produtora de texto.
* Envolvê-la em práticas de escrita a partir das próprias hipóteses.
Objetivos atitudinais
* Estimular a criança a trabalhar cooperativamente para a obtenção do jornal.
* Auxiliá-la a respeitar as opiniões e produções de cada componente da sala.
Etapas prováveis
1. Apresentar para as crianças, em roda de conversa, um jornal de boa veiculação a fim de conhecer o que o grupo pensa sobre este portador textual e quais são suas questões e interesses.
2. Elaborar com o grupo uma lista com as partes que o jornal possui.
3. Ler semanalmente notícias veiculadas na imprensa escrita, praticando algumas das funções da escrita – informar e entreter – e os tipos de texto – entrevista, resenha, notícia, anúncio de classificados etc.
4. Realizar entrevistas de várias modalidades.
5. Propor a escrita de alguns textos, conforme o tipo mais trabalhado no momento.
6. Propor a produção coletiva de textos nos quais as crianças possam posicionar-se frente a um assunto, argumentando e dando opiniões.
7. Selecionar as matérias que entrarão na composição final do jornal.
8. Observar e discutir aspectos de diagramação e montar o produto final.
domingo, 11 de outubro de 2009
TEXTO SOBRE REESCRITA
Reescrita
Um caminho para a produção autônoma de textos
Levantaremos e analisaremos algumas contribuições à prática pedagógica dessa atividade, buscando encontrar respostas a algumas das muitas perguntas que nos vem à mente quando nos propomos a planejar uma seqüência de atividades cuja finalidade é a produção de Reescrita.
O que é uma reescrita? Por que trabalhar reescrita com os alunos? Quando começar a trabalhar com essa proposta? Quais fazeres do escritor poderei promover? Que condições didáticas precisarei garantir para desenvolver esse tipo de seqüência?
A reescrita é uma produção com apoio, uma versão pessoal de um texto fonte. Sobre isso, encontramos algumas importantes colocações no PCN de língua Portuguesa:
• Reescrever ou parafrasear bons textos já repertoriados mediante leitura;
• [...] Dar o começo de um texto para os alunos continuarem (ou o fim, para que escrevam o início e o meio);
• Planejar coletivamente o texto (o enredo da história, por exemplo) para que depois cada aluno escreva a sua versão (ou que o façam em pares ou trios).
Fonte: PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa. Pág. 74 - 75
Como pode ser observado no trecho acima, no início do trabalho com reescrita, investimos na produção de mais uma versão, garantindo o enredo, sem maiores modificações, porque o objetivo é que os alunos, liberados da responsabilidade de criar, se preocupem com a linguagem escrita com a qual redigirão a narrativa conhecida, grafada por elas mesmas ou por um outro escriba.
Do mesmo modo, no início das aprendizagens, é importante o professor investir nas produções coletivas como uma forma de ensinar a reescrever. Quando o professor analisa que seus alunos já se apropriaram desse fazer, será importante equilibrar as produções coletivas com aquelas realizadas em pequenos grupos, duplas ou mesmo individualmente.
Avançando nesse processo, poderemos caminhar no sentido de incluir elementos de criação, como mudar o final da história, introduzir outros personagens, mudar a pessoa do narrador, o tempo e o local etc. Assim, progressivamente, os alunos aprenderão a produzir melhores textos e de forma mais autônoma.
Quando podemos ou devemos começar a trabalhar com Reescrita?
Acreditamos que a melhor resposta é desde que a criança inicia sua vida escolar, seja nos centros ou escolas de educação infantil, pois a capacidade de produzir textos independe de sua hipótese de escrita. Também é importante destacar que a freqüência dessa proposta influencia, de forma relevante, as aprendizagens dos alunos sobre a linguagem que se usa para escrever.
Um conteúdo central nas propostas de produção de textos é o comportamento escritor, ou seja, os seus fazeres, os quais recuperamos abaixo.
Os processos envolvidos na escrita de textos são:
• planejar/planificar as idéias que queremos escrever, considerando a quem se destina o texto, que forma vai ter, como vai organizar a informação:
• redigir ou transcrever as idéias que queremos dizer em linguagem escrita, numa seqüência de palavras, escolhendo termos precisos que garantam orações conectadas entre si, bem ordenadas, com a pontuação requerida para organizar o significado;
• revisar e corrigir, ler e reler o que escrevemos para comprovar se o texto expressa bem nossa intenção, se é apropriado para aqueles que vão ler, se é coerente, isto é, se é clara a idéia central e subtemas, se as partes do texto estão bem conectadas, se tem a forma adequada ao tipo de texto, se a ortografia é correta e a sintaxe apropriada;
Ao propor o trabalho com reescrita, precisamos cuidar que nosso planejamento considere e promova cada um desses fazeres, o que por si só não acontece. Para que possamos promover a aprendizagem da linguagem que se escreve durante uma seqüência didática com reescrita, precisaremos garantir algumas condições didáticas de produção. Primeiro, é preciso garantir que os alunos ouçam e/ou leiam boas histórias e conheçam o enredo do texto que irão reescrever e façam uso do reconto. Outras condições imprescindíveis são definir o gênero (o que escrever) conforme a função comunicativa (para que escrever) e o destinatário (para quem escrever), a fim de que nossas propostas tenham sentido para os alunos, aproximando a prática de produção de texto na escola da prática real de produção fora dela. É importante ressaltarmos que as condições didáticas precisam estar casadas com boas intervenções, o que contribuirá sobremaneira com a aprendizagem deste conteúdo por parte dos aprendizes.
Finalizamos nossas reflexões sobre as condições didáticas para a produção de reescrita, dizendo do cuidado com os textos-fonte. Estes textos precisam apresentar a língua escrita com toda a sua beleza e não somente os elementos do enredo. É por isso que filmes infantis não devem ser tomados como textos-fonte, pois não contribuem com a forma que só encontramos nos textos escritos.
Por tudo isso é que confirmamos que reescrever narrativas é um excelente caminho para a formação de escritores competentes e autônomos.
:: Texto organizado e elaborado pelas educadoras Célia Sant’Anna, Eliana Mamede, Patrícia Scarabel e Sandra Tomaz, formadoras da
equipe PROFA – Mogi Guaçu, em Abril de 2008.
* FONTE: texto retirado do site www.alemdasletras.org.br
PARA GOSTAR DE LER...
Clarice Lispector
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
http://www.youtube.com/watch?v=9jpxcIxyNy8
APRENDER A LINGUAGEM QUE SE ESCREVE
Como podem as crianças desenvolver a idéia de que a linguagem falada e escrita não são a mesma coisa? Só pode haver uma resposta: escutando linguagem escrita lida em voz alta.
Frank Smith
A leitura compartilhada tem sido uma das estratégias mais eficientes para aproximar os alunos do mundo letrado, mesmo quando ainda não sabem ler. E a experiência tem mostrado que essa prática – muito importante para o desenvolvimento da capacidade de produzir textos – pode ser facilmente incorporada à rotina diária do professor, qualquer que seja a idade e a condição social dos alunos.
Quando os alunos ainda não sabem ler, é o professor quem realiza as leituras, emprestando sua voz ao texto. Enquanto escutam leituras de contos, histórias, poemas etc. os alunos se iniciam como “leitores” de textos literários. Mas é preciso nunca esquecer que ler é diferente de contar. Ao ler uma história o professor deve fazê-lo sem simplificá-la, sem substituir termos que considera difíceis. Não é porque a linguagem é mais elaborada que o texto se torna incompreensível. É justamente o contato com a linguagem escrita como ela é que vai fazendo com que ela se torne mais acessível.
Ao escolher o livro, é importante que o professor considere a faixa etária de seu grupo e avalie a qualidade literária da obra – ou seja, se apresenta uma história envolvente, provida de nó dramático, de vocabulário complexo, de dilemas, conflitos, de encantamento, humor, surpresas, enfim, provida dos elementos que há milhares de anos prendem a atenção dos ouvintes ou leitores. Da mesma forma, é interessante evitar os livros que apresentam histórias moralizantes, com tramas insípidas, com vocabulário simplificado, reduzido. Esses livros não ajudam os alunos a estabelecer uma relação mais profunda com a literatura, não permitem que eles apreciem uma narrativa complexa e vivenciem as surpresas da linguagem metafórica, enfim, eles não convocam, não apaixonam.
É ouvindo contos que os alunos vão desde muito cedo se apropriando da estrutura da narrativa, das regras que organizam esse tipo particular de discurso. E é esse conhecimento que lhes possibilita compreender outras narrativas, recontá-las e reescrevê-las.
A reescrita é uma atividade de produção textual com apoio, é a escrita de uma história cujo enredo é conhecido e cuja referência é um texto escrito. Quando os alunos aprendem o enredo, junto vem também a forma, a linguagem que se usa para escrever, diferente da que se usa para falar. A reescrita é a produção de mais uma versão, e não a reprodução idêntica. Não é condição para uma atividade de reescrita – e nem é desejável – que o aluno memorize o texto. Para reescrever não é necessário decorar: o que queremos desenvolver não é a memória, mas a capacidade de produzir um texto em linguagem escrita. O conto tradicional funciona como uma espécie de matriz para a escrita de narrativas. Ao realizar um reconto, os alunos recuperam os acontecimentos da narrativa, utilizando, freqüentemente, elementos da linguagem que se usa para escrever. O mesmo acontece com as reescritas, pois ao reescrever uma história, um conto, os alunos precisam coordenar uma série de tarefas: eles precisam recuperar os acontecimentos, utilizar a linguagem que se escreve, organizar junto com os colegas o que querem escrever, controlar o que já foi escrito e o que falta escrever. Ao realizar essas tarefas os alunos estarão aprendendo sobre o processo de composição de um texto escrito.
Os gêneros
O conhecimento da linguagem que se escreve não se constitui só de narrativas. Os textos que existem no mundo têm diferentes formas, pertencem a diferentes gêneros que se constituem a partir do uso, e também é por meio do uso que são aprendidos.
Muito antes de saber ler e escrever convencionalmente, as crianças são capazes de reconhecer diferentes organizações discursivas: por exemplo, jamais confundiriam um conto com uma carta.
Um portador de grande variedade de textos com diferentes graus de complexidade é o jornal. Apesar de ser produzido para a leitura adulta, é um excelente material para aprender a ler, porque, entre outras coisas, tem o poder de trazer o mundo e os textos sobre o mundo para dentro da escola, além de ser um material barato e de fácil acesso.
Os bilhetes, por exemplo, são textos muito usados na vida social. Na vida escolar não é diferente. A escrita de bilhetes é uma prática recorrente nas salas de aula; são utilizados para trocar informações entre professores, entre classes, entre professores e pais, e também podem ser articulados com a produção de texto ficcional, como fez a professora Márcia quando propôs que os alunos escrevessem um bilhete para o personagem Renato, do livro As bruxas, avisando que a bruxa estava por perto.
Vimos também, na classe da professora Clélia, um grupo de crianças escrevendo as regras para a brincadeira pula-elástico: um texto instrucional. Esse tipo de texto, que temcomo característica orientar as ações do leitor, é muito utilizado na vida cotidiana: para cozinhar seguindo uma receita, para montar um móvel, para manusear eletrodomésticos, para aprender um jogo etc.
A compreensão atual da relação entre a aquisição das capacidades de redigir e de grafar rompe com a crença arraigada de que o domínio do bê-á-bá seja pré-requisito para o início do ensino da língua escrita, e nos mostra que esses dois processos de aprendizagem podem e devem ocorrer de forma simultânea. É que eles dizem respeito à aprendizagem de conhecimentos de naturezas distintas. A capacidade de grafar depende da compreensão do funcionamento do sistema de escrita, que em português é alfabético. Já a capacidade de redigir depende da possibilidade de dispor de um repertório de textos conhecidos, de referências intertextuais, e se refere à aprendizagem da linguagem que se usa para escrever. É importante que o professor tenha claro que tão importante quanto aprender a escrever/grafar é aprender a escrever/redigir, isto é, aprender a produzir textos. E, para isso, é preciso aprender este outro tipo de linguagem: a linguagem escrita.
sábado, 10 de outubro de 2009
DICA DE LIVRO
DESCRIÇÃO:
domingo, 4 de outubro de 2009
PROJETO - ÁLBUM DE TIRAS EM QUADRINHOS
sábado, 3 de outubro de 2009
DIVULGANDO - OFICINA CRIATIVA
O evento é gratuito, porém precisa confirmar presença. Para maiores informações, acessem:
PROJETO - LIVRO DE BRINCADEIRAS
OBJETIVO COMPARTILHADO COM OS ALUNOS (PRODUTO FINAL): criar um livro de brincadeiras e finalizar o projeto com uma manhã de brincadeiras em que os alunos ensinam as brincadeiras do livro e brincam com os alunos de outras classes.
JUSTIFICATIVA: A confecção de um livro de brincadeiras possibilita às crianças colocarem em jogo seus conhecimentos sobre a língua escrita, usando-os como instrumento para aprender novas brincadeiras, registrar e ensiná-las a outras pessoas.
O QUE SE ESPERA QUE OS ALUNOS APRENDAM:
1. Ampliar o repertório de brincadeiras.
2. Apropriar-se, mediante o uso, das características de um texto instrucional.
3. Escrever as regras das brincadeiras respeitando as características desse tipo de texto.
4. Revisar textos.
5. Fazer ilustrações considerando a complementaridade com o texto escrito.
6. Escrever considerando a diagramação deste tipo de texto.
7. Aprender procedimentos de consulta a livros instrucionais.
8. Utilizar procedimentos de revisão e reescrita de textos.
9. Desenvolver atitudes cooperativas.
10. Desenvolver atitudes de respeito para com os colegas.
11. Escutar os colegas.
12. Opinar nas questões do grupo favorecendo o entendimento.
O QUE O PROFESSOR DEVE GARANTIR NO DECORRER DO PROJETO:
1. Levar para a classe livros instrucionais (especialmente de regras de jogos) a fim de que os alunos consultem-nos sempre que preciso.
2. Possibilitar que os alunos exerçam diferentes funções em todas as tarefas e brincadeiras.
3. Possibilitar que os alunos procurem soluções para os conflitos durante as brincadeiras.
4. Favorecer as iniciativas individuais e coletivas, acolhendo as idéias dos alunos e possibilitando que sejam colocadas em prática.
5. Promover momentos de escrita coletiva das regras das brincadeiras escolhidas.
6. Propor questões que façam os alunos pensarem sobre o texto específico, sua diagramação e função da ilustração.
7. Garantir, sempre que possível, o trabalho em grupos para que os alunos possam ser parceiros de fato, colocando em jogo os saberes individuais.
8. Incluir a participação dos alunos a cada retomada do planejamento do projeto.
ETAPAS PREVISTAS:
- Combinar com o grupo a confecção de um livro de brincadeiras para doá-lo a outra classe da escola e convidá-la para uma manhã de brincadeiras organizada por eles.
- Propor que cada aluno escreva e depois leia para o grupo o nome de cinco brincadeiras que mais gosta.
- Fazer, num cartaz, uma lista comum com todas as brincadeiras preferidas (alunos podem ser os escribas).
- Escolher, por votação, três brincadeiras para brincarem.
- Propor que as brincadeiras escolhidas sejam ensinadas pelos mesmos alunos que as propuseram.
- Distribuir livros de jogos de regras para grupos com quatro a cinco alunos e propor que cada aluno escolha um jogo para ensinar aos colegas da classe. Brincar.
- Registrar coletivamente uma das brincadeiras realizadas: levantar as regras, a maneira de jogar, os materiais necessários, etc. (professor como escriba).
- Distribuir livros de jogos em pequenos grupos, propor que cada grupo escolha um jogo para ensinar aos colegas da classe.
- Explicar para todos como se joga a brincadeira escolhida e brincar.
- Propor aos alunos que pesquisem com seus pais qual a brincadeira de que mais gostavam quando crianças. Cada um deverá anotar como se joga a brincadeira e, na classe, explicar para os colegas.
- Propor que cada aluno leia o nome da brincadeira preferida do pai ou da mãe (ou avós, tios, etc.).
- Fazer uma lista coletiva com todas as brincadeiras pesquisadas (um aluno pode ser o escriba).
- Votar, entre essas, quatro brincadeiras preferidas.
- Pedir que os alunos leiam o registro das brincadeiras vencedoras e expliquem como se joga.
- Brincar.
- Registrar coletivamente (para cada brincadeira escolhida, um aluno pode ser o escriba) as brincadeiras escolhidas para compor o livro: levantar as regras, maneira de jogar e materiais necessários.
- Analisar o formato dos livros já publicados por editoras que ensinam brincadeiras.
- Listar as partes que compõem um livro deste tipo (índice, agradecimentos, dedicatória, etc.).
- Eleger um formato para o livro do grupo e as partes que venham a compô-lo.
- Distribuir os textos das brincadeiras, escritos na segunda-feira, para que sejam revistos e organizados de acordo com o formato combinado.
- Conversar sobre a função das ilustrações nos livros instrucionais e apreciar algumas imagens.
- Propor que cada aluno ilustre uma brincadeira com a canetinha preta para poder xerocar depois.
- Combinar quais brincadeiras serão propostas para as outras classes durante a manhã de brincadeiras.
- Escrever uma lista do material necessário para o evento.
- Rever o planejamento da manhã de brincadeiras.
- Fazer o texto coletivo para o convite do evento (a ilustração pode ser individual).
- Entregar os convites nas outras classes.
- Preparativos para a manhã de brincadeiras (seleção de material, escolha dos espaços da escola, etc.).
- Lançamento do livro.
- Manhã de brincadeiras.
(Projeto elaborado pela equipe pedagógica do Instituto Avisa Lá / Crecheplan).
:: fonte: Coletânea de Textos - Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (mód. 3)
:: SUGESTÃO DE LIVRO PARA PESQUISAR ALGUMAS BRINCADEIRAS COM OS ALUNOS:
MANUAL DE BRINCADEIRAS DA MÔNICA
ED. GLOBO
DESCRIÇÃO:Truques e mágicas, jogos e passatempos para brincar sozinho ou com amigos. A criança também se diverte lendo historinhas e construindo brinquedos superlegais.