quinta-feira, 22 de abril de 2010

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - O SISTEMA DE NUMERAÇÃO E A CALCULADORA


SÉRIE INDICADA : 2ª SÉRIE/ 3º ANO


Sistema de Numeração



Problemas com a calculadora


Conteúdos:
· Utilização de procedimentos de cálculo baseados nas regularidades do sistema decimal.
· Explicitação de procedimentos de cálculo.

Objetivos:
· Avançar para uma maior compreensão da organização decimal.
· Detectar regularidades a partir do trabalho com as operações, contribuindo para melhorar o uso da notação escrita, elaborando estratégias mais econômicas.

A calculadora pode contribuir para a reflexão sobre a estrutura aditiva da numeração falada e sobre sua vinculação com as regras da numeração escrita. Trata-se de um instrumento valioso para a realização destas atividades, já que torna possível que cada criança detecte por si mesma quando está no caminho certo e quando se equivocou, corrija seus próprios erros e comece a buscar uma regra que lhe permita antecipar a operação que efetivamente permite chegar ao resultado esperado.

Em síntese, refletir sobre a vinculação entre as operações aritméticas e o sistema de numeração conduz a formular “leis” cujo conhecimento permitirá elaborar procedimentos mais econômicos. E torna possível algo mais: perguntar-se pelas razões dessas regularidades, buscar respostas na organização do sistema, começar a desvelar aquilo que está mais oculto na numeração escrita.



O Sistema de Numeração: Um problema didático



Encaminhamentos: A sequência a seguir será administrada alternadamente durante o primeiro semestre pela formadora e pela professora de classe. Quem dá a primeira aula é sempre a formadora (onde a professora de classe é parceira, e a diretora e a coordenadora pedagógica são observadoras). Se escola quiser e se houver espaço adequado na sala de aula, mais professores podem assistir à aula, que será discutida na reunião feita após cada atuação com os alunos.

Problema 1 - Ditado de números na calculadora
Ditar um número (ou escrevê-lo na lousa) e pedir que as crianças digitem na calculadora. Depois perguntar o que precisarão fazer para que apareça um zero no lugar de algum (ou alguns) dos algarismos que constituem o número (também colocar na lousa o número que deverá aparecer), por exemplo:

1ª parte

a) 459 e pedir aos alunos que dêem uma ordem para que o 459 se transforme em 409.
b) 452 â 402

Discutir com o colega o que é necessário fazer para que ocorra essa transformação. Em duplas, pedir que discutam e combinem que ordem deverão dar para a calculadora antes de realizar a operação.

2a parte
c) 430 sem apagar faça o 400 aparecer no visor
d) 9354 â 9054;
e) 9815 â 9015
f) 9268 â 9208
g) 6275 â6075;
h) 7403 â 7003;

INTERAÇÃO DA CRIANÇA COM A ATIVIDADE: Provavelmente, nas primeiras situações propostas as crianças operarão por ensaio e erro. Por exemplo, para transformar 9354 em 9054, primeiro tiram 3 depois, conferem no visor e constatam que está errado, tentam com o 30 e por fim chegam ao 300.

Delia Lerner e Patrícia Sadovsky observaram esse tipo de procedimento:

Para transformar 9815 em 9015, “muitos tiraram primeiro 8, depois 80 e só depois 800, enquanto outras crianças fizeram diretamente a subtração correta. Quando se discutiu a questão em grupo, todos já sabiam que precisavam subtrair 800, pois as outras soluções –subtrair 8 ou subtrair 80– foram descartadas por levar a um resultado diferente do buscado. Quando a professora pediu que explicassem como se deram conta que precisavam subtrair 800 e não 8 ou 80. Francisco respondeu: “Você pode subtrair assim (9.815-15), e isso te dá 9800; aí já te ajuda um pouquinho, não? Então já sabe que são 800”.

Essa é uma situação auto-verificadora, pois dependendo do resultado que aparece no visor da calculadora é possível saber se a operação realizada está ou não correta. “Gerar situações onde as próprias crianças possam decidir se o que estão fazendo está certo ou errado, é crucial para criar e devolver uma situação-problema. Se toda a atividade dos alunos depende sempre do professor para avaliar o que está certo, perde-se quase toda a possibilidade de que as crianças sejam responsáveis pelo problema. Em alguns casos (como este) a própria situação permite que os alunos verifiquem a correção do que estão fazendo.
[i]

Após cada situação é importante propor a discussão coletiva, perguntando como as crianças se deram conta que deveriam realizar esta operação. Justificar o que se fez não é tarefa fácil. Provavelmente, os argumentos das crianças estarão baseados, exclusivamente, na numeração falada.

Problema 2 – Problemas com a calculadora defeituosa

Tenho que escrever na calculadora o número:
· 12, porém, a tecla do 2 não funciona. Como posso fazer?
· 37, porém, a tecla do 3 não funciona. Como posso fazer?
· 438, porém, a tecla do 4 não funciona. Como posso fazer?

Este problema possibilita uma análise do valor posicional, o reconhecimento de que o 4 “vale 400” . Sua resolução admite várias soluções a partir de diferentes decomposições aditivas: 200+238; 100+100+100+100+38, etc.

Problema 3 – Continuação do ditado de números na calculadora
Propor outras situações deste tipo, mas em que para um mesmo número, o zero do resultado aparece localizado em diferentes lugares:

1a parte
a) 6275 â 6075; 6275 â 6205; 6275 â 6270;
b) 8753 â 8703; 8753 â 8750; 8753 â 8053;

Desta forma, as crianças poderão começar a tomar consciência de que em certos casos é preciso subtrair ‘cens’; em outros, ‘dezes’; em outros, unidades.

2a parte

Estender o problema para números com todos os algarismos iguais:
a) 33;
b) 222;
c) 4444;
d) 7777;


*FONTE: REVISTA NOVA ESCOLA - ED. ABRIL


SEQUÊNCIA DIDÁTICA ELABORADA PELA FORMADORA PRISCILA MONTEIRO



quinta-feira, 8 de abril de 2010

ATIVIDADES DE SISTEMATIZAÇÃO



Atividades de sistematização


1 - O que é
São atividades destinadas à sistematização de conhecimentos das crianças ao fixarem conteúdos que estão sendo trabalhados. Em relação à alfabetização, são os conteúdos relativos à base alfabética da língua ou ainda às convenções da escrita ou aos conhecimentos textuais.
Em outras áreas curriculares, podem ser conteúdos que ajudem a compreender ou trabalhar outros assuntos/temas, como as misturas de cores como geradoras de outras cores, a diversidade do mundo animal para compreender as relações interdependentes da vida no planeta, o conhecimento de aspectos do corpo humano como forma de cuidar melhor da própria saúde, etc. Lembrar ainda que as atividades de sistematização podem ser lúdicas, como os jogos.


2 - Sugestão


A - Oficina de produção de textos (para os projetos, por exemplo)
Em que se selecionam alguns gêneros textuais, para que as meninas e meninos escrevam, tendo em vista um projeto e, portanto, uma determinada finalidade e um determinado leitor: as crianças da mesma classe, de outra classe, de outra escola ou, ainda, os pais e a comunidade.
O que importa é reservar momentos, previamente acordados com o grupo, em que se decida, coletivamente, para que, para quem, o que e como escrever.
Para isso, é necessário também que as crianças tenham modelos/referências de textos e assuntos/ temas do que se vai escrever. E mais: que se viva a escrita como um processo: planejando a produção, em função do projeto; fazendo várias versões até a versão final; discutindo possibilidades melhores ou mais eficazes de expressão de certas palavras, enunciados, idéias, tendo em vista o leitor do texto.




* FONTE: ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS - ORIENTAÇÕES PARA INCLUSÃO DA CRIANÇA DE SEIS ANOS DE IDADE

terça-feira, 6 de abril de 2010

PROJETO "NOSSA CIDADE, NOSSA CASA"


PROJETO: NOSSA CIDADE, NOSSA CASA



Produto: uma mostra que expresse a cultura e a produção artística do bairro, da cidade ou do município em que a escola se localiza. O acervo pode ser verbal (oral e/ou escrito), imagético (fotografias, colagens, desenhos, etc), fílmico (gravações em fitas de vídeo). Pode ser também uma exposição de obras da cultura local: esculturas, quadros, peças de tecido, utensílios variados etc.


Objetivo: propiciar que o estudante conheça mais o lugar em que vive, percebendo-se como parte dele.


Desenvolvimento do trabalho
1 – Discuta com os estudantes o projeto: objetivos,etapas, necessidade de envolvimento de todos, responsabilidade de cada um e produto final. Discuta o projeto com os pais/comunidade no sentido de ter a adesão deles em relação à finalidade desse trabalho, assim como possíveis contribuições.

2 – Organize as crianças em grupos para que cada um faça uma pesquisa. As categorias poderiam ser, por exemplo:
- a breve história da cidade;
- o museu;
- a biblioteca;
- os grupos de dança;
- os grupos musicais;
- as comidas típicas;
- o teatro (ou grupos de teatro mesmo sem sede física)
- o artesanato local;
- os artistas da região: poetas, cantadores, contadores de histórias, repentistas, pintores, etc.;
- as atrações turísticas (toda cidade as tem, mesmo que seus moradores, muitas vezes, não saibam ou não percebam esse potencial...).

3 – Auxilie os grupos com a sua pesquisa e também peça para que as crianças pesquisem com familiares, amigos e moradores mais antigos seus conhecimentos sobre a cultura local e até mesmo se há disponibilidade de objetos que possam ser emprestados para a mostra cultural/ acervo. Um gênero textual para esse momento pode ser a entrevista oral ou escrita (*).

4 – Proporcione ainda visitas a locais da cidade que possam contribuir para a pesquisa das crianças, como a sede da prefeitura, o jornal da região, etc. Para essa saída da escola, é possível elaborar com as crianças uma carta-requerimento (*) para reservar/marcar a ida a esses lugares.

5 – Enfatize bastante com os estudantes a questão das mudanças históricas havidas entre o “antigamente” e o “hoje”. Organize com eles, um cartaz que possa ir registrando as contribuições das pesquisas, ao longo do desenvolvimento do projeto, na direção de compreenderem um importante conceito que se refere às permanências e mudanças do contexto histórico e geográfico.



OLHO VIVO
A partir do século XX, são consideradas fontes históricas vários registros como músicas, mapas, gráficos, pinturas, gravuras, fotografias, ferramentas, utensílios, festas, rituais, edificações, literatura oral e escrita, etc. Nesse sentido, os estudantes podem enriquecer suas pesquisas com um farto material, entendendo, inclusive, não só que são parte da história que está sendo construída, como também podem viver o papel do historiador, quando investigam e encontram documentação histórica, a partir dessas fontes variadas.



6 – Ajude os estudantes nos planos de trabalho para que possam ter autonomia de trabalho e cumprir o cronograma estabelecido. Defina com eles quais os dias da semana serão reservados para o projeto, quanto tempo o projeto vai durar, que grupo vai fazer o que, para que, onde, como e quando.

7 – Ao longo do desenvolvimento do projeto, marque as datas em que discutirão os andamentos
das pesquisas, os registros (orais ou escritos) do que as crianças estão aprendendo com o trabalho, o trabalho em cada grupo, bem como os produtos finais: painel fotográfico? Audição de músicas, declamadores, contadores de histórias? Apresentação de dança e/ou de teatro? Exposição de objetos culturais? Feira de comidas típicas? Enfim, são muitas as possibilidades...

8 – Os produtos finais podem ser apresentados tanto num mesmo dia, previamente estabelecido,
quanto em dias diferentes, também acordados em consonância com os estudantes e a comunidade.



OLHO VIVO
É bom lembrar que um projeto pode demandar outros projetos para ampliação de alguns aspectos. Um projeto comporta, assim, uma grande flexibilidade no seu desenvolvimento, a depender dos nossos objetivos, dos interesses e necessidades das crianças e, por fim, do envolvimento de todos.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

SUGESTÃO DE PROJETO - REESCRITA DE CONTOS DE FADAS

PROJETO: REESCRITA DE CONTOS DE FADAS


Objetivo didático: Trabalhar com a reescrita de contos de fada, promovendo situações de revisão da linguagem escrita, ortografia e pontuação.


Objetivo compartilhado com as crianças:Produzir um livro de reescritas de contos de fada e uma fita cassete com as histórias recontadas pelo grupo para doar à biblioteca da escola.




Conteúdos / Gostaríamos que os alunos aprendessem a:

*aproximar-se da linguagem escrita desse gênero(contos de fadas);
*adquirir fluência nos recontos;
*de reescritas coletivas, em duplas e individuais, com entusiasmo e prazer, respeitando a opinião e participação dos colegas;
*reescrever contos, considerando a estrutura específica desse gênero lingüístico;
*compreender o propósito comunicativo da ortografia e da pontuação, utilizando com certa autonomia seus recursos (listas de palavras e de regras elaboradas pelas crianças, dicionário);
*revisar seus próprios textos (coletiva e individualmente), utilizando recursos estabelecidos com todo o grupo (asteriscos numerados, bilhetes de revisão e destaque de palavras por cores);
*confeccionar ilustrações para cada conto; refletir sobre a importância de cada etapa da escrita de um livro (sumário, prefácio, apresentação, paginação etc.).



Etapas de Trabalho:
*Escrita de listas de contos de fada conhecidos.
*Seleção dos contos preferidos pela classe.
*Situações de revisão de textos bem escritos.
*Recontos em grupos e, posteriormente, individuais.
*Gravação da fita de recontos (distribuição e divulgação pela escola).
*Reescritas coletivas com revisões.
*Reescritas em duplas.
*Discussões sobre a importância das ilustrações.
*Confecção de ilustrações.
*Reescritas individuais (com roteiro sobre as partes importantes da história).


*fonte: Revista Avisa Lá