domingo, 29 de janeiro de 2012

SUGESTÕES - ATIVIDADES COM MÚSICAS


* Atirei o Pau no Gato
As crianças sentam-se em roda, cada uma recebendo uma clava (ou qualquer outro material). O
orientador pede ao grupo para criar sons diferentes com a clava. Aproveitando as criações mais originais, monta-se uma seqüência rítmica. Depois de montada e fixada a seqüência, é cantada a música: Atirei o Pau no Gato, onde o ritmo trabalhado anteriormente deve ser encaixado.


* Escravos de Jó
Depois de formar três grupos, cada criança recebe meia folha de jornal. Cada grupo deverá fazer a mesma movimentação pedida da música Escravos de Jó, porém cada grupo jogará com o jornal de forma diferente. O primeiro grupo deverá jogar com o jornal aberto, passando-o arrastando, o segundo com o jornal amassado e o terceiro com o jornal aberto , passando - o abanando . Pode-se formar ao final um cânone (cada grupo inicia a música e a movimentação em momentos diferentes).


* O Trem de Ferro
Os alunos colocam-se em fila única, mão direita para trás e mão esquerda para frente, segurando a mão do colega, formando, assim, um trem. Ao som da música O Trem de Ferro, o trem passeia pela sala. Quando é chegada a segunda estrofe, os dois primeiros componentes do trem soltam as mãos e formam um túnel. Depois de passar o trem, as duas crianças que formaram o túnel passam a ser os últimos do trem. Uma variação pode ser feita de acordo com o andamento da música. Se o andamento da segunda estrofe for mais lento, o túnel será formado com os dois primeiros, porém o trem deverá passar de marcha a ré.


* Marcha Soldado
É formada uma fila, onde o primeiro guia os demais, acompanhando o ritmo da música Marcha Soldado. Ao final da música, a fila pára. Quem estava guiando deve se encaminhar para o final da
fila, enquanto o segundo cria um gesto rítmico seguido pelos demais. Essa marcação possibilita deslocamento rítmico do guia até o final da fila. A atividade reinicia com a música e com o novo guia.






sábado, 28 de janeiro de 2012

ADAPTAÇÃO E ACOLHIMENTO

Adaptação e Acolhimento:
Um cuidado inerente ao projeto educativo da instituição e
um indicador de qualidade do serviço prestado pela instituição.
Cisele Ortiz

Pretendo neste texto propor algumas reflexões sobre o processo de entrada da criança na escola de Educação Infantil. O acolhimento do ponto de vista das crianças, das famílias e da instituição, tendo como foco o planejamento do processo de acolhimento.
Tratar deste tema se justifica por algumas razões advindas da experiência:
Primeira razão, nos processos de formação de professores muitas vezes nos deparamos com situação de conflito entre profissionais e famílias que se forem investigadas com maior atenção são reveladoras de problemas mal resolvidos desde a entrada da criança na escola.
Segunda, quando questionamos a organização dos grupos infantis, normalmente há uma queixa muito grande de que as crianças estão eternamente em adaptação. Uma boa parte das escolas seja pública ou privada, costuma privilegiar a quantidade de vagas a serem preenchidas em detrimento da relação que se estabelece entre as pessoas, mudando as crianças de grupo com muita freqüência diante dos indicadores de desenvolvimento: sentar, engatinhar, andar, tirar fraldas... dentro deste tópico podemos ressaltar também o excesso de crianças em um grupo, desrespeitando o tamanho máximo dos grupos e proporção adulto/criança
Considero esses aspectos como fatores que interferem num bom acolhimento.
Terceira, os professores vivenciam o choro das crianças durante muito tempo, todos os dias, quem vê de fora pensa que eles já se acostumaram, mas não se acostumaram não com o nível de ruído, de estresse, etc...Sentem-se cobrados e observados caso a adaptação demore para acontecer, gerando ansiedade e instabilidade.
Quarta, inexiste o planejamento institucional da acolhida: Essa prática, embora comum, não está de todo disseminada na educação, principalmente nas escolas públicas e creches que atendem a população de baixa renda. Parecem existir ainda resistências em se planejar uma boa acolhida. Podemos inferir que há por trás disso a idéia de que é um “luxo” destinado aos ricos, pois a criança pobre não precisa deste cuidado, na medida em que mães e crianças de baixa renda já estão acostumadas a sofrer, de que qualquer lugar do mundo é melhor do que suas casas, e que quem precisa do serviço deve se submeter sem atrapalhar muito. Se se constatam problemas eles são considerados como uma “frescura” da criança ou excesso de mimo da mãe. Este preconceito na verdade revela uma concepção assistencialista, no qual a educação do pobre é vista como um favor.

Adaptação e política : o direito a uma acolhimento com qualidade
“A educação infantil inaugura a educação da pessoa. Essa educação se dá na família, na comunidade e nas instituições. As instituições de educação infantil vêm se tornando cada vez mais necessárias, como complementares à ação da família, o que já foi afirmado pelo mais importante documento internacional de educação deste século, a Declaração Mundial de Educação para Todos (Jomtien, Tailândia, 1990)”
referendado no. PNE do Brasil de 2002.
O fato é de a escola de educação infantil já há 15 anos desde de 1988 é direito da criança e opção da família.
O fato de não ser uma etapa obrigatória não deveria desobrigar o estado a proporcionar o acesso universal à escola infantil e os álibis, que aparecem, são muitos: não é demanda da população, as famílias preferem deixar seus filhos em casa, não há orçamento aprovado para isto, a prioridade é o ensino fundamental, etc.etc.etc. Por outro lado sabemos que a educação infantil é um serviço caro, pois deve haver poucas crianças por adulto, os ambientes requerem cuidados redobrados e os profissionais devem ser altamente preparados para a função.
Ora, o custo criança é alto para o município, pois requer equipamentos adequados, manutenção, formação permanente dos professores, muitas escolas pequenas e acolhedoras, portanto é melhor colocar a culpa na família que não demanda o serviço.
Sabemos que é preciso dinheiro para isso, mas também sabemos por onde ele tem andado até então...
Para que seja de fato opção é necessário que haja alternativas. O fato é de que as famílias trabalhadoras em especial as de baixa renda não têm outras possibilidades de atendimento a de seus filhos que não seja a creche e pré-escola.
Dificilmente encontramos nas famílias de baixa renda uma justificativa pautada nas necessidades infantis, como encontramos na família de classe média, que considera importante a criança conviver com outras crianças, freqüentar outros ambientes e se relacionar com outros adultos.
Os benefícios de se freqüentar a escola desde a mais tenra idade não é tão divulgado quanto seus malefícios e na verdade são poucas as pesquisas consistentes a respeito até mesmo por que algumas vezes nos deparamos também com a variável qualidade da escola, e do que ela tem a oferecer para os pequenos.
Há situações em que é a escola é muito ruim e não garante o essencial.
Conhecemos experiências em outros países em que a sociedade começa a se responsabilizar de fato pelo cuidado e educação das crianças pequenas e é possível freqüentar apenas a praça para poder tomar sol e brincar com outras crianças com a disponibilidade de um educador para tal, ou freqüentar uma biblioteca pública acompanhada de um adulto duas ou três vezes por semana e encontrar um atendimento especializado para a faixa etária, assim como também acontece com brinquedotecas, atelier de artes, salas de música.... O atendimento não é tão formal e a criança pequena pode ir com sua mãe, pai, avó ou irmão mais velho.
Infelizmente não está na pauta de nossos governantes, e não é prioridade nacional, discutirmos a maneira como educamos nossas crianças e o que temos a oferecer para elas. O déficit de equipamentos públicos para a faixa etária de 0 a 6 anos é de fato vergonhoso para um país como o Brasil.
Por outro lado penso que também há uma relação de poder entre as pessoas que se encontram em diferentes patamares, ou seja, entre os dirigentes de escolas e suas equipes técnicas e as famílias, pois dificilmente o fato de uma família procurar uma boa escola para seus filhos pequenos é visto como uma expressão de um direito seu como cidadã, ela tem que se contentar com o que existe e da maneira como está organizado.

Entre adaptar-se e ser acolhido - conceituação
Assisti a um filme muito interessante “ A Língua das Mariposas” de José Luiz Cuerda, que recomendo a todos os educadores, que conta a história de um menino que conduzido pelo seu professor, convicto de que a liberdade é o maior bem que um ser humano pode ter, descobre o mundo do conhecimento em todas as áreas da vida de um maneira, sensível, humana e real. No entanto o filme é ambientado na Espanha nos anos 30 e Moncho, o menino, perde a sua inocência com o advento do regime de Franco.
Logo no início do filme há uma cena que provavelmente conhecemos ou ouvimos falar: Moncho perde o sono ao imaginar como será a sua escola, já que irá para a escola pela primeira vez. No meio de muita expectativa, ansiedade e medo, Moncho busca referências em seu irmão mais velho, que pouco o ajuda.
No dia seguinte é conduzido por sua mãe que o apresenta ao professor, ela demonstra muita preocupação e pede que o professor auxilie o seu “ passarinho”, sem perceber que está expondo a fragilidade do menino publicamente. As crianças com muita crueldade e incapazes de lidar com este estranho, zombam do menino, que também é asmático e precisa usar uma “bombinha”. Moncho, sentindo-se muito acuado e rejeitado, perde o controle sobre suas emoções e acaba por fazer xixi na calça. Daí para frente só mesmo assistindo ao filme.
Esta situação muito me chamou a atenção, porque acho que as crianças vivenciam a entrada na escola muitas vezes assim, com toda esta intensidade e é nosso papel enquanto educadores atenuar ao máximo os efeitos que a separação casa/escola gera em crianças pequenas.
“Há muito tempo atrás nas creches e pré-escolas e até mesmo nas escolas de ensino fundamental, parecia não haver outro jeito: ou as crianças se adaptavam ou se adaptavam. A mãe “precisava” trabalhar e a criança “precisava” ficar na creche. Os primeiros dias em uma instituição educacional eram visto como um mal necessário pelo qual toda criança deveria passar. A idéia que mais cedo ou mais tarde a criança acabaria se acostumando, o que de fato acabava acontecendo, fazia parte do senso comum. Sofrimento, insegurança, desamparo e outras possíveis decorrências deste processo eram desconhecidas e por vezes ignoradas.
“A lembrança dos primeiros dias de escola faz parte do universo de lembranças da maioria dos educadores quando tratamos desta questão, nem sempre boas, geram importantes reflexões sobre o processo de adaptação.”
“Lentamente, a educação passou a incorporar as descobertas derivadas da psicologia e em especial da psicanálise., que se preocupavam com os sentimentos, as emoções, a individualidade, a construção da identidade e o processo de socialização. As escolas que atendiam as crianças de classe média e alta foram as primeiras a repensarem o processo de entrada da criança na escola através da formulação de procedimentos específicos. Desde então, inúmeras propostas têm sido implementadas visando receber a criança e sua família da melhor forma possível. Todas elas compartilham do princípio que a entrada na escola pode gerar estresse nos envolvidos, criança, família e profissionais da educação, podendo, no entanto, ser suavizado ao máximo, através de um planejamento cuidadoso e da antecipação de intercorrências.”
“Propomos aqui discutirmos alguns aspectos deste processo, já que ele possui estas múltiplas dimensões, visando considerá-lo como um cuidado inerente ao projeto educativo da instituição e como um indicador de qualidade do serviço prestado pela instituição.”
“A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem, no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas. Onde as relações, regras e limites são diferentes daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não à nova situação. Depende também da forma como é acolhida.”
“Considerando a adaptação sob o aspecto da necessidade de acolher, aconchegar, procurar o bem estar, o conforto físico e emocional, amparar, amplia significativamente o papel e a responsabilidade da instituição de educação neste processo.”
“A qualidade do acolhimento é que garantirá a qualidade da adaptação, portanto não se trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um interjogo de movimentos tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo.”“Nesta última década, após a Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, lei de Diretrizes e Bases da Educação e mais recentemente o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil, todos afirmando o direito da criança a uma educação de qualidade, não dá mais para imaginar a criança fazer parte da creche, sem que se planeje a qualidade do acolhimento”.
“O acolhimento pode ser enfocado de diferentes pontos de vista.”
• das famílias que compartilham a educação da criança com a creche/pré-escola;
• da criança, do significado e emoção que é passar de um espaço seguro e conhecido, para outro em que é necessário um investimento afetivo e intelectual para poder estar bem;
• do professor que recebe uma criança desconhecida e ainda tem as outras do grupo para acolher
• das outras crianças que estão chegando ou que fazem parte do grupo e precisam encarar o fato de que há mais um, para repartir, mas também para somar.
• da instituição, nos aspectos organizacional e de gestão, que prevê espaço físico, materiais, tempo e recursos humanos com competência para esta ação.”
“O acolhimento traz em si a dimensão do cotidiano, acolhimento todo dia na entrada, acolhimento após uma temporada sem vir à escola, acolhimento quando algum imprevisto acontece e a criança sai mais tarde, quando as outras já saíram, acolhimento após um período de doença, acolhimento por que é bom ser bem recebida e sentir-se importante para alguém.
Quando somos acolhidos, bem recebidos, em qualquer lugar, em geral nossa reação é de simpatia e abertura, esperando o melhor daquele ambiente, daquelas pessoas. Quando ao contrário somos recebidos friamente, nossa tendência é também ignorar, não se envolver, passar desapercebidos. E o que acontece quando somos mal recebidos? A gente jura não voltar mais àquele lugar!” “Por que com a criança e sua família deveria ser diferente?”
“Se considerarmos que cuidar é considerar e atender as necessidades infantis, ouvir e observar as crianças, seguir ao princípio de promoção de saúde, tanto ambiental como física e mental, interessar-se pela criança, pelo que ela pensa, sente, sabe sobre as coisas, sobre os outros e sobre si mesma, adotar atitudes e procedimentos adequados e fundamentados em conhecimentos construídos sobre as diferentes faixas etárias e realidades sócio-culturais, o processo de acolhimento é um dos primeiros a ser objeto de cuidado em relação à criança.”
“Para a criança entrar na creche, pré-escola e mesmo na escola significa um processo ativo de construção de novos conhecimentos e de vínculos. Quando a criança chega na instituição ela já tem expectativas sobre o comportamento dos adultos, das outras crianças e até mesmo da forma de se relacionar com os objetos e brinquedos, pois ela já construiu referências a partir de suas vivências e experiências, mesmo que seja uma criança bem pequenina, um bebê. “
“Ela precisa de um tempo para que conscientemente fique claro para ela as diferenças entre sua casa e a escola, assim como para que ela transfira seus sentimentos básicos de confiança e segurança para alguém. Este tempo é bastante individualizado, algumas crianças passam por este momento de forma mais rápida, outras mais lenta, não podemos estabelecer isto a priori.”
“As crianças lidam fundamentalmente com a ansiedade da separação: a escola tem um papel fundamental ao estabelecer o corte na relação mãe-filho, e isto pode ser bastante positivo para ambos, no entanto pode gerar insegurança e fantasias de abandono e a escola e o professor são o porto seguro da criança nesta situação, garantindo-lhe o tempo todo através de sua atenção e de atividades adequadas o quanto elas não serão esquecidas.” “Algumas crianças demonstram maior confiança e passam a frequentar a escola como se naturalmente já fizessem parte daquele ambiente; talvez sejam crianças melhor preparadas emocionalmente, que já tenham vivenciado experiências positivas de separação, ou que esperam este momento ansiosamente, porque têm outros irmãos que já frequentam a escola.”
“Mas, a maior parte das crianças pode reagir fortemente à separação e há diferentes maneiras das crianças reagirem a este processo: podem chorar ou ao contrário ficarem muito caladas, podem agredir a outras, podem adoecer, podem recusar-se a comer, a dormir, a brincar, é preciso acolher estas manifestações e conhecer a forma de cada um considerando como natural dentro deste processo e não rotulando a criança a partir disto. Algumas crianças têm rituais específicos para dormir, comer ou usar o banheiro, outras usam objetos tais como paninhos, chupetas, brinquedos e ficam apegadas a elas. Estas coisas têm um significado especial para elas pois criam a ilusão de que a mãe ou a pessoa na qual investem afeto estão próximas, lhes proporciona maior conforto emocional e segurança. Deixar que a criança mantenha seu jeito de ser, seus rituais e sua rotina individualizada, para aos poucos se ajustar ao grupo, proporciona suavidade ao processo sem rupturas bruscas e maior controle do adulto sobre o processo.
Conversar com a criança sobre seus sentimentos, sobre a rotina, contar o que vai acontecer com ela, ajudar a criança a expressar seus sentimentos e valorizá-la enquanto pessoa e promover sua auto- confiança para lidar com esta situação”

Alguns indicadores de sofrimento
Outros sinais e indícios, além do choro, são reveladores do modo de estar na escola: dificuldade de vir para a escola; dificuldade de separar-se da mãe ou de quem traz a criança para a escola; rejeitar ser cuidado por outra pessoa; rejeitar alimentação; recusar-se a dormir; evitar usar o banheiro; recusar participar das atividades propostas; recusar separar-se de seus objetos de apego, tais como chupetas e paninhos; ficar apático ou ao contrário muito agitado; bater e agredir outras crianças sem motivo aparente; ficar doente seguidamente ou desenvolver doenças crônicas ligadas ao intestino, ou, ao aparelho respiratório; machucar-se continuamente, entre inúmeros outros que são característicos de cada criança e de sua história de vida.


Princípios para planejar uma boa acolhida
a) com o grupo de Professores e auxiliares de salas
1. Manter a rotina que a criança pequena tem em casa, no caso de menores de 3 anos, quanto aos cuidados específicos. Manter os rituais para dormir, comer ou usar o banheiro.
2. Para as maiores de 3, explicar como será o seu dia a dia e colocar a rotina visualmente num quadro, para que a criança aprenda a controlar os diferentes momentos.
3. Objetos Transicionais ou objetos de apego – Algumas crianças usam objetos tais como
paninhos, chupetas, brinquedos e ficam apegadas a elas. Estas coisas têm um significado especial para elas pois criam a ilusão de que a mãe ou a pessoa na qual investem afeto estão próximas, lhes proporciona maior conforto emocional e segurança.
4. Valorizar a identidade da criança, e escolher junto com ela seu escaninho, seu cabideiro, colocando seu nome e garantindo que aquele lugar ficará disponível para ela todos os dias para que possam guardar suas coisas.
5. Não ficar ansiosa para que a criança ajuste sua rotina a do grupo muito rapidamente Deixar que a criança mantenha seu jeito de ser, seus rituais e sua rotina individualizada, para aos poucos se ajustar ao grupo, proporciona suavidade ao processo sem rupturas bruscas e maior controle do adulto sobre o processo.
6. Conversar com a criança sobre seus sentimentos, sobre a rotina, contar o que vai acontecer com ela, ajudar a criança a expressar seus sentimentos e valorizá-la enquanto pessoa e promover sua auto-confiança para lidar com esta situação.
7. A inserção das crianças deve ser feita progressivamente, duas crianças por subgrupo, por semana, sendo que cada criança inicia em um período do dia (manhã/tarde), o que dá às educadoras maior disponibilidade no atendimento a cada criança e seu acompanhante.
8. Normalmente uma semana é necessário para que algum familiar permaneça junto à criança na creche, sendo seu tempo de permanência gradualmente reduzido, à medida em que aumenta o tempo de permanência da criança na escola, até esta ficar mais tranqüilamente período integral, se for o caso.
9. A professora deve procurar manter uma rotina estável sem muitas variações para que a criança vá dominando cada vez mais a rotina. As crianças aprendem a se localizar no tempo, no espaço e com as atividades quando a rotina é mantida, além de construir vínculos e se organizar para a aprendizagem.
10. Organizar cantos de atividades diversificadas com aquelas que ele sabe que dão mais ibope para aquela faixa etária específica, auxilia o professor a despertar o interesse da criança pela brincadeira e a se interessar pela escola. Vale também saber quais as brincadeiras e brinquedos preferidos da criança para introduzi-los neste momento. Os cantos de atividades podem também favorecer que as outras crianças fiquem mais livres e brincando entre si, enquanto o professor pode dispensar uma atenção especial para a criança nova.
11. Considerar o parque como um espaço de atividade e planejar também intervenções para este momento. No verão brincadeiras na areia e na água, bolhas de sabão, lavar roupas de bonecas, lavar o quintal, regar plantas, e fazer estas coisas com todo o grupo vai mostrando para as crianças que o ambiente doméstico e o escolar possuem diferenças e semelhanças. No inverno os jogos motores, as cirandas, os circuitos e obstáculos, garantem que a criança possa brincar fora e estar aquecida.
12. Propor atividades culinárias simples: fazer gelatina, pipoca, suco, docinho de leite em pó, salada de frutas para o lanche ou sobremesa, favorece que a criança perceba a continuidade temporal.
13. Propor leitura de histórias como metáforas dos momentos que a criança vive. Pode-se conversar sobre as histórias falando dos medos básicos de todas as crianças assim é possível que a criança também se exponha e consiga lidar melhor com seus sentimentos.

b) Com o grupo de cozinheiras e faxineiras.
1. Valorizar o trabalho da equipe de apoio;
2. Informar às famílias quem são estas profissionais e seu papel na instituição;
3. Formar a equipe de apoio da mesma forma que os educadores quanto ao entendimento, importância e estruturação no período de adaptação e de acolhimento;
4. Envolver a equipe de apoio na reestruturação de sua rotina de trabalho durante o período de adaptação;
5. Informar a equipe de apoio sobre o atendimento as crianças com dietas específicas
6. Auxiliar a equipe de apoio a planejar um cardápio especial de adaptação

Planejando a adaptação com a família
Ou como preparar os pais para prepararem as crianças e se prepararem para a entrada na escola
O planejamento do acolhimento com as famílias é de fundamental importância se pretendemos que o nosso projeto pedagógico seja transparente, respeitoso e de fato complementar a ação da família. Muitos pais também são de primeira viagem seja na creche ou na pré-escola e precisam de apoio e orientação. Algumas etapas são requeridas para que a criança possa iniciar sua vida escolar com sucesso. Sugerimos algumas:
*Apresentando a escola
*Organizar o trabalho com a equipe para que ela possa ser acolhedora para receber os visitantes.
*Preparar a recepção da escola para que ela seja acolhedora e informativa.(Murais com fotos do trabalho com as crianças, informes, trabalhos das crianças, água, cafezinho a disposição deles, etc.)
*Preparar uma pessoa para receber os pais que querem conhecer a escola e saiba dar todas as informações que eles necessitarem assim como ter “ouvidos atentos” para as questões específicas que possam emergir. Dependendo do tamanho e situação da escola este trabalho pode ser feito caso a caso, individualmente, em pequenos grupos agendados em reuniões.


No ato de matrícula
Deixar o mais claro possível para as famílias como a escola funciona.
• Ter um plano de trabalho claro, conciso que elas possam entender e saibam o que esperar da aprendizagem de seus filhos a cada momento da vida escolar, tem se revelado fundamental para a conquista de pais parceiros. Não é apenas um contrato comercial mas um contrato de convivência que pode durar muitos anos.
• Além deste programa de trabalho claro os pais devem ser orientados sobre as normas de funcionamento, horários de entrada e saída, procedimentos quanto a saúde e nutrição, canais de comunicação, calendário escolar, formas de acompanhamento do trabalho docente. Estes dois materiais devem ser entregues aos pais por escrito, para que possam consultá-los sempre que for necessário.
• Entregar um questionário informativo inicial que deverá ser entregue preeenchido no dia do retorno a uma entrevista previamente agendada.


No dia da entrevista inicial
Agendar uma entrevista com os pais e a coordenação da escola tem 3 objetivos: esclarecer dúvidas sobre a matrícula e sobre o entendimento da proposta da escola; conhecer melhor a criança e sua família e estabelecer um vínculo de confiança com os pais.
Muitas escolas têm um longo questionário, ou fazem uma anamnese com dados muito detalhados e às vezes até invasivos que vão deixando os pais acuados e ressabiados. Sempre será possível remarcar uma entrevista e conversar completando aquilo que for necessário. Concentre-se nas informações que possam auxiliar neste início tanto aspectos da saúde, como dos hábitos da criança e dos seus relacionamentos. Estas dados são importantes por que no período de adaptação deve haver uma continuidade dos cuidados e ter estas informações favorece o planejamento do professor.
Se for necessário no caso de crianças com necessidades especiais ou que necessitam de um acompanhamento em questões de saúde uma entrevista com o profissional da área de saúde pode ser realizada.


Reunião de pais novos.
Podemos convidar todos os pais novos de um mesmo grupo para uma reunião na qual novamente as dúvidas do projeto pedagógico e das normas de funcionamento podem ser esclarecidas e outros dados podem ser complementados além dos pais poderem se inteirar sobre outras atividades da escola que eles poderiam participar: eventos ligados a atividade pedagógica e eventos destinados aos pais. Necessariamente a professora, a auxiliar, o profissional de saúde e a coordenação da escola devem estar presentes nesta reunião.
Pode ser mais evidenciado neste momento o modelo de gestão escolar: esclarecer sobre clube de pais, comissões e representações, etc.
Se a escola tiver um vídeo sobre algum trabalho realizado com as crianças e professoras em interação pode ser ilustrativo de como funciona o dia a dia..
E finalmente pode ser planejado com os pais o período de adaptação propriamente dito, conforme descrevo a seguir:
*Fundamentando para eles sobre a importância do período de adaptação
Ter uma pessoa que se responsabilize por todo o período de adaptação da criança parece ser fundamental para uma adaptação inicial eficiente. Esta pessoa, que não precisa ser necessariamente um dos pais, mas uma avó, tio ou tia, até irmão mais velho, deve permanecer com a criança durante os primeiros dias de entrada na escola até que ela se sinta tranqüila para aceitar ser cuidada pela professora sem muitas restrições. Este período varia de criança para a criança mas, peça que a pessoa se organize para permanecer pelo menos 4 dias. Embora saibamos que possa ser um transtorno para a organização familiar, garanta que é por pouco tempo, mas um tempo que evitará retrocessos na adaptação e favorecerá a construção de um vínculo com a escola mais tranqüilo e seguro, temos certeza e é o que a nossa experiência comprova.
Orientando e sugerindo como preparar melhor a criança se:
* Falar sobre a experiência que será vivida:
• conversar com as crianças sobre a nova escola,
• falar o nome da professora e explicar que é para falar com ela sempre que precisar algo
• contar as possíveis brincadeiras que podem acontecer
• descrever a rotina
• evitar falar o que desconhece para não criar falsas expectativas
• não fizer promessas ou chantagens
* Fazer as coisas juntos
• Escolher a roupa que vai para a escola ou preparar o uniforme
• Preparar a lancheira juntos
• Combinar de fazer alguma coisa juntos na volta da escola
• Se a criança demonstrar que quer levar um objeto de casa para a escola, deixe pois pode ser importante para ela durante esse período de adaptação. Chupetas, paninhos, bonecas ou bonecos ou brinquedos prediletos, podem auxiliar no processo de separação, por criar um campo de transição entre a casa e a escola. Lembre a criança de cuidar bem dele, de colocar o nome, pois a escola não poderá se responsabilizar por isso.
• Levar a criança até a professora
• Procure chegar sempre com algum tempo, assim você pode entrar na escola e levar a criança até a professora.
• Procure conversar com a professora sempre que for necessário, mas lembrar-se de que ela tem outras crianças na sala.
• Procurar fazer uma passagem tranqüila: aceitar que a criança seja cuidada e conduzida pela professora apesar de sua presença
• Se precisar de uma conversa ou orientação mais detalhadas não existe em procurar a coordenação.
• Se comportar na sala da criança ou na sala de espera para cortar os laços de dependência. A escola pode disponibilizar uma sala de espera para os pais, enquanto as crianças estão no processo de adaptação. Esta sala serve para as crianças saberem que os pais estão por perto caso precisem, mas que não estão disponíveis o tempo todo.
A escola poderá deixar os pais mais à vontade para “dispensar” as crianças caso estas os procurem se tiverem algo para fazer, como ler um livro, ler um jornal, consertar um brinquedo, ouvir uma música e ver um filme.
Algumas experiências foram relatadas de escolas que mantém uma pequena oficina para os pais confeccionarem brinquedos para as crianças, de forma que eles se sintam mais participantes e também entretidos.
Faça combinados com as crianças e procure cumpri-los para que a criança não se sinta “ traída”. Se falou para a criança que vai precisar sair e voltará em meia hora, volte em meia hora, volte mesmo, não deixe de fazê-lo.
Procurar se abrir - o processo de entrada da criança na escola pode gerar dúvidas, incertezas e sentimentos estranhos com os quais não estamos acostumados a lidar. Nestas situações procure a coordenadora da escola pois ela pode auxiliá-los a compreenderem melhor o processo, a tirar dúvidas e a lidar com alguns destes sentimentos. Evite conversar com professora sobre isso e principalmente contagiar as crianças com suas emoções.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CRECHE - LINGUAGEM MUSICAL E EXPRESSÃO CORPORAL

Muito interessante para quem trabalha na Creche...

Coleção de acalantos

Objetivos

- Ampliar o repertório de canções de ninar que pais e professores cantam para as crianças.
- Aproximar os pais da escola, com troca de informações sobre o que os pequenos ouvem em casa na hora de dormir.

Anos
Creche.

Tempo estimado
Dois meses.

Material necessário
CD ou fita cassete, gravador portátil e aparelho de som.

Desenvolvimento
1ª etapa
Faça uma seleção prévia das cantigas de ninar que mais conhece para cantar para os bebês na creche (exemplos: Acalanto, Boi da Cara Preta, Nana Nenê, Sapo Cururu e Dorme Filhinho). Programe um momento só para cantá-las. É importante que eles não estejam envolvidos em outras atividades e se concentrem para ouvir e cantar junto.

2ª etapa
Na reunião de pais, fale sobre a proposta de trabalhar com canções de ninar. Explique que é importante conhecer o que as crianças ouvem na hora de dormir. A proposta é compartilhar esse repertório na creche. Com a participação das famílias, faça um registro escrito das músicas entoadas em casa. Pergunte para eles também o que mães, avós, tias e irmãs mais velhas cantavam na hora de dormir ou em momentos de aconchego. Convide todos para gravar as músicas de ninar para que a turma possa apreciá-las na creche. O gravador pode ir para a casa de cada um com um bilhete explicando o procedimento de gravação. As músicas também podem ser gravadas na própria creche, quando os pais forem buscar ou deixar os filhos. No início de cada gravação, cada parente deve dizer seu nome e o da criança para que você possa identificar rapidamente os trechos.

3ª etapa
Grave todas as canções cantadas na creche, no mesmo CD ou fita, para organizar a Coleção de Acalantos.Faça momentos de apreciação musical. Pergunte para os pequenos que já sabem falar se eles reconhecem a voz dos pais. Faça cópias do CD ou da fita e distribua para as famílias.

Avaliação
Observe como os pequenos reagem ao ouvir a voz dos pais. Ouça a diversidade de canções de ninar que conseguiu reunir e identifique se outras músicas, que não as de ninar, também são utilizadas pelos pais. Nas reuniões, pergunte se eles cantam mais para os filhos em casa, como se sentem fazendo isso e de que maneira os bebês interagem nesses momentos de aconchego.


* fonte: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/colecao-acalantos-497831.shtml

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS LEITORES


Pré- leitor Primeira infância ( 15 meses aos 03 anos)
A criança inicia o conhecimento da realidade que a rodeia, estimulada pelos contatos afetivos. É a chamada fase da “invenção da mão” , com o impulso básico de pegar tudo que estiver ao alcance. É o momento que conquista a própria linguagem e nomeia o que está à sua volta.


Segunda Infância ( a partir dos 3 anos ) – É a fase em que começam a predominar os valores vitais, referentes à saúde, e sensoriais, especialmente quanto à afetividade. É um período egocêntrico e de interesses pelos jogos e brincadeiras. Há impulso crescente de adaptação ao meio físico e novas formas de comunicação verbal.


Dos 6 aos 7 anos – Vivência da leitura com reconhecimento dos signos do alfabeto e das sílabas. É o início da racionalização da realidade, com maior socialização nos grupos da escola e da comunidade.


Dos 8 aos 9 anos – Domínio do mecanismo de leitura de textos, com maior interesse pelo conhecimento de coisas novas. Há maior atração pelos desafios da vida , com questionamentos sobre a natureza. A presença do adulto ainda é importante para motivar a leitura.


Dos 10 aos 11 anos – Fase da consolidação do mecanismo da leitura e da compreensão do mundo expressa no livro. A leitura estimula a reflexão, com maior capacidade de concentração e engajamento na experiência narrada.


Dos 12 aos 13 anos – Há total domínio da leitura, com capacidade de reflexão em maior profundidade. É a fase de desenvolvimento do pensamento reflexivo e crítico, com agilidade da escrita criativa. A ânsia de viver funde-se com a ânsia do saber pela auto-realização. O/a adolescente abre-se para o mundo e entra em relação próxima com o outro. É época de transformação, de contato maior com o mundo, levando a muitos questionamentos e posições radicais. A leitura permite uma identificação com o mundo o encontro com realidades diversas mas convergentes que poderão levar à afirmação como pessoa cidadã.



O QUE CONSIDERAR NA SELEÇÃO DE LIVROS: FAIXA ETÁRIA x CARACTERÍSTICAS DA LEITURA




1 - 2 ANOS: Idades que a criança não se prende a uma história. O que interessa é o movimento, o tom da voz e o colorido das páginas. Tudo desperta atenção! A leitura mais adequada é frase a frase, de modo solto, curto. Trazer temas da realidade da criança, utilizando palavras simples, próximas ao vocabulário por ela utilizado.


2- 3 ANOS: Despertam interesse as histórias curtas, com poucos detalhes e personagens. A criança vive a história como se fosse real. Tudo tem vida. Consegue fazer interação com os personagens e acontecimentos, com tentativas de explicar e mostrar como são.


3 - 5 ANOS: É o período em que as histórias passam a ser mais elaboradas. É possível contar histórias com maior riqueza de vocabulário, com narrativas simples e de fácil compreensão. A criança ainda se assusta com facilidade, uma vez que não separa completamente realidade e fantasia. É preciso tomar cuidado com o tom de voz, os personagens malvados, fatos mais assustadores. Também é comum a leitura visual de todas as imagens, e a criação da própria história, a partir da seqüência presente no livro, sem se prender muito ao código escrito.


6 - 7 ANOS: É um momento novo. Às vezes, com dificuldade, a criança começa a ler, decifrando o código escrito e apropriando-se do texto. As histórias curtas, com vocabulário simples e usual são as mais indicadas, especialmente sobre assuntos do cotidiano da criança.


8 - 9 ANOS: É a fase das histórias engraçadas, bem-humoradas. Os gibis são ótimos, especialmente quando aliam essas características à questão estética , com um texto leve , de fácil compreensão, de leitura rápida e personagens diversos. A criança nessa faixa, normalmente, já domina a leitura e é capaz de fazer interpretações.
9 - 10 ANOS: Idade do interesse por textos mais longos, histórias mais ricas em personagens, diálogos e situações. Os temas que mais atraem são os de aventura, ficções fantásticas e também histórias reais.
11 ANOS EM DIANTE: O interesse cresce a partir de fatos reais, polêmicos, ligados à temas da realidade social. Há também interesse por grandes aventuras, invenções do mundo moderno e histórias do futuro, incluindo narrativas sobre o fim do mundo.

PARA REFLETIR... "EDUCAÇÃO : REPROVADA"

EDUCAÇÃO: REPROVADA
LYA LUFT
Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu tente apenas ser uma pessoa observadora habitante deste planeta, deste país. Uma colunista com temas repetidos, ah, sim, os que me impactam mais, os que me preocupam mais, às vezes os que me encantam particularmente. Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se muito, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos.
Há coisa de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram latim, tiraram francês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a moda do “aprender brincando”. Nada de esforço, punição nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. Contaram-me recentemente que em muitas escolas não se deve mais falar em “reprovação, reprovado”, pois isso pode traumatizar o aluno, marcá-lo desfavoravelmente. Então, por que estudar, por que lutar, por que tentar?
De todos os modos facilitamos a vida dos estudantes, deixando-os cada vez mais despreparados para a vida e o mercado de trabalho. Empresas reclamam da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, médicos e advogados quase não sabem escrever, alunos de universidades têm problemas para articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam. São, de certa forma, analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta este país. Não é alfabetizado quem sabe assinar o nome, mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu. Portanto, a porcentagem de alfabetizados é incrivelmente baixa.
Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve a pontuação num texto. Não sabe ler horas e minutos num relógio, não sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase a metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números. Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.
Naturalmente, a boa ou razoável escolarização é muito maior em escolas particulares: professores menos mal pagos, instalações melhores, algum livro na biblioteca, crianças mais bem alimentadas e saudáveis – pois o estado não cumpre o seu papel de garantir a todo cidadão (especialmente a criança) a necessária condição de saúde, moradia e alimentação.
Faxinar a miséria, louvável desejo da nossa presidenta, é essencial para nossa dignidade. Faxinar a ignorância – que é uma outra forma de miséria – exigiria que nos orçamentos da União e dos estados a educação, como a saúde, tivesse uma posição privilegiada. Não há dinheiro, dizem. Mas políticos aumentam seus salários de maneira vergonhosa, a coisa pública gasta nem se sabe direito onde, enquanto preparamos gerações de ignorantes, criados sem limites, nada lhes é exigido, devem aprender brincando. Não lhes impuseram a mais elementar disciplina, como se não soubéssemos que escola, família, a vida sobretudo, se constroem em parte de erro e acerto, e esforço. Mas, se não podemos reprovar os alunos, se não temos mesas e cadeiras confortáveis e teto sólido sobre nossa cabeça nas salas de aula, como exigir aplicação, esforço, disciplina e limites, para o natural crescimento de cada um?
Cansei de falas grandiloquentes sobre educação, enquanto não se faz quase nada. Falar já gastou, já cansou, já desiludiu, já perdeu a graça. Precisamos de atos e fatos, orçamentos em que educação e saúde (para poder ir a escola, prestar atenção, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora isso, não haverá solução. A educação brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada.


PROJETOS DE LEITURA E ESCRITA

Projetos de leitura e escrita: Organização da prática docente


Os projetos de leitura e escrita são fundamentais para a organização da prática de ensino de Língua Portuguesa.
Uma forma possível de organizar o trabalho prevê a elaboração de um produto final,voltado necessariamente a um público externo e distante da sala de aula — por exemplo,comunidade escolar ampliada, jornal do bairro, pessoas que circulam em determinado ponto de ônibus ou metrô.
Esse é um aspecto importante para a aprendizagem de Língua Portuguesa, pois quando se produz textos para interlocutores com os quais não se tem relações de grande familiaridade, é necessário definir explicitamente a imagem que se tem do interlocutor pretendido, para adequar o texto a ele. Da mesma forma, também é necessário definir as condições nas quais o texto circulará.
Escrever para pessoas que circulam em pontos de ônibus, rodoviária ou estação de metrô, traz para o escritor desse texto a necessidade de produzir algo que seja do interesse desse leitor, com linguagem, estrutura e chamadas que despertem a sua atenção. Caso contrário, o texto será descartado imediatamente.Essa habilidade de antecipar a imagem do leitor e as demais condições de circulação e divulgação do texto — em que gênero será organizado, para qual leitor, com qual finalidade, em que portador, em que esfera de comunicação — é fundamental no processo de escrita.Isso porque, é a adequação do texto a essas características — que acabam por compor o contexto de produção do texto —, que vai torná-lo mais ou menos eficaz.
Quando se escreve para o professor, para o colega de classe, ou, ainda, para os pais, há a possibilidade de esclarecimento do leitor durante o processo de leitura do produto final, já que a
leitura, nessa situação, será feita na presença física do produtor do texto. Quer dizer, os leitores poderão solicitar esclarecimentos sobre o texto diretamente ao escritor, dispensando-o da tarefa de antecipação das imagens e adequação do texto a elas. Esse exercício é muito importante no processo de produção de textos que circularão nas instâncias públicas de linguagem — ruas, clubes, igrejas, academia, mídia impressa, televisiva e radiofônica, por exemplo —, objeto fundamental de trabalho na escola.
Esses projetos podem priorizar a leitura, a escrita, ou ambas, quando se tratar de linguagem escrita, ou a escuta, a fala, ou ambas, quando se tratar de linguagem oral. De qualquer maneira, tais práticas nunca serão tratadas de maneira isolada, articulando-se, necessariamente, no desenvolvimento dos projetos.
Um aspecto fundamental para que o projeto possibilite uma efetiva aprendizagem, é a necessidade de se definir e explicitar, antecipadamente, todas as condições de produção dos 2 textos, as etapas de desenvolvimento do projeto, a forma de avaliação e auto-avaliação dos produtos.
Texto original: Kátia Lomba Bräkling


Equipe EducaRedeProjetos de leitura e escrita II: alguns exemplos

1. De escrita
 Produzir uma coletânea de contos de fadas recontados pela classe.
 Produzir uma coletânea de contos reescritos a partir da visão de um dos personagens danarrativa.
 Produzir fábulas a respeito de preocupações mais atuais das pessoas, ou fábulas humorísticas.
 Produzir um capítulo a mais, a ser inserido em um determinado conto de aventuras lido pela classe ou escolhido pelo aluno.
 Produzir uma coletânea de contos policiais e detetivescos elaborados pela classe.
 Produzir encartes que contenham instruções para jogos criados pela classe.
 Produzir uma entrevista sobre o perfil dos alunos de determinada serie.


2. De leitura
 Produzir um jornal mural temático (por exemplo, sobre clonagem, transgênicos, pesquisas a respeito do genoma humano, perdas que a biosfera vem sofrendo, candidatos da próxima eleição e suas plataformas de governo etc.).
 Produzir uma coletânea dos melhores contos de ficção científica (ou outro gênero) escolhidos pela classe.
 Produzir uma coletânea das diversas versões já produzidas sobre determinado conto de fadas (ou outro gênero).
 Organizar um sarau literário sobre a obra de determinado autor.
 Gravar uma fita cassete — ou de vídeo — em que sejam lidos contos ou poemas, para enviar a escolas de portadores de deficiência visual.


3. De leitura e escrita
 Produzir um suplemento de resenhas críticas.
 Produzir um fichário de resenhas das obras que constam da biblioteca e que foram lidas pela classe.
 Produzir legendas para uma exposição temática.
 Organizar um jornal mural em que se elaborem comentários críticos sobre as principais polêmicas do mês.


4. De linguagem oral
 Organizar um seminário sobre tema de interesse da classe.
 Organizar uma mesa-redonda para debater determinada questão polêmica.
 Realizar uma apresentação expositiva sobre o estande da classe na Mostra de Trabalhos organizada na escola.
 Organizar e participar de um debate sobre determinado tema de relevância social.
 Realizar uma entrevista sobre o perfil dos alunos de determinada serie.

Texto de: Kátia Lomba Bräkling
Edição: Equipe EducaRede




TEXTO PARA ESTUDO - O PAPEL DO REGISTRO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR

O PAPEL DO REGISTRO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR
Madalena Freire


"O que diferencia o homem do animal
é o exercício do registro
da memória humana"
Vygotsky



O educador no seu ensinar, está em permanente fazer, propondo atividades, encaminhando propostas aos seus alunos. Por isso mesmo sua ação tem de ser pensada, refletida, para que não caia no praticismo nem no "bomberismo pedagógico".
Essa ação pensante, na qual prática, teoria e consciência são gestadas, é de fundamental importância em seu processo de formação.
Contudo, não é todo educador que tem apropriado seus desejos, seu fazer, seu pensamento na construção consciente de suas prática e teoria.
Como despertá-lo deste sonho alienado, reprodutor mecânico de modismos pedagógicos?
Como formá-los para que sejam atores e autores conscientes de seu destino pedagógico e político? Como exigir que já estejam prontos para determinada prática pedagógica se nunca, ou muito pouco, exercitaram o seu pensar reflexivo e a socialização de suas ideias?
O registro da reflexão sobre a prática constitui-se como instrumento indispensável à construção desse sujeito criador, desejante e autor de seu próprio sonho.
O registro permite romper a anestesia diante de um cotidiano cego, passivo ou compulsivo, porque obriga pensar.
Permite ganhar o distanciamento necessário ao ato de refletir sobre o próprio fazer sinalizando para o estudo e busca de fundamentação teórica.
Permite também a retomada e revisão de encaminhamentos feitos, porque possibilita a avaliação sobre a prática, constituindo-se fonte de investigação e replanejamento para a adequação de ações futuras.
O registro permite a sistematização de um estudo feito ou de uma situação de aprendizagem vivida. O registro é história, memória individual e coletiva eternizadas na palavra grafada. É o meio capaz de tornar o educador consciente de sua prática de ensino, tanto quanto do compromisso político que a reveste.
Mas não é fácil escrever e refletir sobre nossa ação de ensino. No decorrer destes anos, desde 1979, tanto no acompanhamento da reflexão de educadores, como no meu exercício permanente de reflexão e registro sobre a minha própria prática, tenho me certificado da importância desse exercício no processo de apropriação do pensamento.
A seleção, por cada um, do que é relevante ser registrado se faz lenta e gradual. A princípio não há clareza sobre as prioridades, sobre o que é importante guardar para além da lembrança, às vezes, vaga, que pode ser guardada pela memória imediata.
No processo de formação de educadores entendemos ser de extrema importância o desenvolvimento do registro enquanto ação sistemática e ritual do educador. Nesse sentido, nossa proposta no curso de formação estrutura-se de forma a propiciar esse exercício, primeiramente, por meio da escrita sobre a aula, da sua síntese, que exige o exercício do registro em dois momentos distintos: primeiro, no ato mesmo da
aula, e, depois, já distanciado dela.
No primeiro momento, o exercício de observação e escuta subsidia o registro apontando para os dados mais relevantes e significativos. Na aula, os educadores em curso observam as ações de ensino bem como a dinâmica constituída pelo grupo e acompanham a discussão dos conteúdos tratados.
O registro posterior, longe do espaço/tempo em que ocorreu a ação, caracteriza um outro e distinto movimento reflexivo. É nesse momento que os dados coletados podem ser interpretados lançando luzes anovas hipóteses e encaminhamentos, tanto no que diz respeito às ações de ensino, quanto no que aponta para as necessidades da aprendizagem. Dessa maneira, o educador, leitor e produtor de significados, cerca com rigor o seu pensar estudioso sobre a realidade pedagógica. Mas não basta registrar e guardar para si o que foi pensado, é fundamental socializar os conteúdos da reflexão de cada um para todos. É fundamental a oferta do entendimento individual para a construção do acervo coletivo. Como bem pontuava Paulo Freire, o registro da reflexão e sua socialização num grupo são "fundadores da consciência" e assim sendo, sem risco de nos enganarmos, são também instrumentos para a construção de conhecimento.
Nesse aprendizado permanente de escrever e socializar nossa reflexão valendo-nos do diálogo com outros, sedimenta-se a disciplina intelectual tão necessária a um educador pesquisador, estudioso do que faz e da fundamentação teórica que o inspira no seu ensinar.
O registro é instrumento para a construção da competência desse profissional reflexivo, que recupera em si o papel de intelectual que faz ciência da educação.


* FONTE: http://www.pedagogico.com.br

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

SUGESTÕES - PROBLEMAS DE LÓGICA


1. Um caçador encontrou quatro pombos sobre o galho de uma árvore. Deu um tiro e matou um dos quatro pombos. Quantos ficaram?



2. A letra "l" está oposta ao "n" e também está a esquerda do "e" e a direita do "a". O "n" está entre o "h" e o "a". A letra "m" está oposta ao "a" e também está entre o "e" e o "a". Se você colocar as letras nos lugares indicados vai descobrir o nome de um país. Qual?



3. Três homens compareceram diante de um tirano e este lhes disse: "Eis três discos brancos e dois discos pretos. O meu escravo irá prender um destes discos nas costas de cada qual. Ninguém poderá ver seu próprio disco nas costas, mas somente os colocados nas costas dos outros dois. Cada um deverá adivinhar a cor de seu disco para ser salvo." O primeiro disse "preto", e perdeu. O segundo disse "preto" e perdeu igualmente. O terceiro disse "branco" e venceu. Como é que este terceiro tinha certeza da resposta exata?



4. Um homem encontra um grupo de mendigos e resolve dar a eles em partes iguais todo o dinheiro que tem. O problema é que se der nove moedas a cada um, vão lhe faltar trinta e duas moedas. Depois de muito pensar, ele conclui não poder dar mais do que sete moedas para cada mendigo, o que o deixa com a diferença de vinte e quatro moedas. Quantas moedas ele tinha e quantos eram os mendigos?



5. Em visita a uma granja, você foi informado de que 54 galinhas botam 54 dúzias de ovos em 54 dias, e que 36 galinhas comem 36 quilos de ração em 36 dias. Qual seria a quantidade de ração necessária para obter uma dúzia de ovos em um dia?

VÍDEO - LEITURA PARA BEBÊS

Como eu já havia feito um post sobre esse assunto aqui: http://www.alfabetizacaoecia.blogspot.com/search/label/ATIVIDADE%20PERMANENTE%20-%20LEITURA%20PARA%20BEB%C3%8AS, achei válido postar o vídeo que encontrei no site da Revista Nova Escola hoje, justamente sobre uma atividade de leitura para bebês, do Projeto Entorno (projeto em parceria da Fundação Victor Civita e da Prefeitura do Município de São Paulo). Vejam:

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

É HORA DE ACOLHER!!!

A psicóloga Cisele Ortiz explica que esse período de readaptação às aulas pode definir o sucesso do aluno na escola


Nesse período de retorno às aulas uma questão merece destaque e reflexão: o acolhimento aos alunos.
Cisele Ortiz, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, ONG voltada para formação continuada de educadores, afirma que o acolhimento é uma situação vivenciada cotidianamente por crianças e adultos.
Ela explica que a maneira como o aluno é recebido na escola é que vai definir como ele irá se relacionar com o ambiente de estudo. “E o acolhimento tem vários pontos de vista: o da criança, o dos professores, o da família”, disse.
Para Cisele, tanto o começo do ano, quanto o retorno do recesso, agora em agosto, são vitais para a adaptação dos estudantes. “Eles descansaram, conviveram com as pessoas da família, com amigos do bairro e brincaram muito. A escola precisa se preparar para o retorno desses alunos.
É importante a elaboração das atividades para recebê-los. As crianças precisam sentir que são queridas e que a volta delas para a escola é desejada.”
A psicóloga recomenda que nas atividades de volta às aulas as crianças tenham oportunidade de contar como foi vivido o momento de férias. “E não se trata, de maneira convencional, de pedir para o aluno redigir uma redação de 20 linhas sob o tema ‘Minhas férias’, mas do professor ouvir, de forma mais genérica o que o aluno tem a dizer. A criança pode trazer informações importantes. E essa relação tem que ser autêntica. O educador precisa respeitar a criança como pessoa inteira, com idéias sentimentos e reações.”
Cisele chega a propor um exercício para os professores neste momento: colocar-se no lugar das crianças e refletir sobre a vivência delas em casa durante as férias – se foi boa, acolhedora, com amigos e com a família.
Deixar isso para trás e voltar a conviver com os colegas de classe, de forma disciplinada, dedicada e concentrada é difícil, segundo a psicóloga. “É o estado de prazer substituído por outra coisa.
Isso requer um período de adaptação, de acolhimento, no qual a criança precisa de ajuda e compreensão do professor. Basta o educador lembrar o que ele mesmo sente quando volta das férias e tem necessidade de uns dias para se readaptar ao trabalho.”
Por isso, as atividades de retorno precisam ser bem elaboradas, prevendo mais tempo para socialização, para conhecer as brincadeiras que os alunos aprenderam durante o recesso, “até o recreio precisa ser maior durante esse período de acolhimento”. Uma sugestão de Cisele é que os
professores trabalhem atividades culinárias. “Com isso, o professor mostra que não há uma diferença tão grande entre o convívio social e o escolar, sem esquecer as tarefas.”
Ela também atenta para o fato de que a escola não pode deixar de refletir sobre ocorrências inesperadas, não de lazer, que podem ter acontecido nas férias. “Como doença, morte em família ou até a separação dos pais. Na verdade, a escola precisa apropriar-se da história do aluno para, inclusive, planejar como lidar com o ocorrido sem interferir no desenvolvimento dele. Uma fatalidade não pode ser olhada exclusivamente pela história de vida do professor pois, às vezes, na melhor das intenções, ele acaba excluindo a criança que viveu algum problema, pensando em poupá-la. E isso não é certo.”
A psicóloga explica que o aluno deve sempre ser integrado ao grupo pois esse é o melhor caminho para ele superar qualquer dificuldade.
Carinho – O acolhimento não deve ser confundido com expressão de carinho por parte dos educadores, explica Cisele. “O carinho é super importante desde que seja verdadeiro, autêntico. Mas a verdade é que ninguém gosta de todo mundo igual. As demonstrações de carinho devem respeitar isso. É importante receber todos de forma igual. As crianças não se incomodam com isso. Elas se incomodam com a falsidade.”
No caso das crianças da educação infantil, “que são pequenas, são gracinhas, bonitas, as professoras gostam mesmo de abraçar, de demonstrar cuidados maiores”. “Mas neste caso elas estão sendo autênticas pois as crianças pequenas inspiram carinho e no infantil não há apenas a professora há também a assistente dividindo as atenções.” A questão, para Cisele é com os alunos do ensino fundamental, que já são questionadores e, às vezes, menos disciplinados. A demonstração de carinho nesta situação não é tão importante quanto a boa recepção, a preocupação com a adaptação e com um acolhimento igual para todos.
O acolhimento pode definir o futuro do aluno na escola. “Se ele não for acolhido, bem-vindo, isso pode gerar uma situação radical.” O estudante precisa entender o jeito, a cultura escolar, para nunca ficar deslocado, afirma a psicóloga. A criança precisa estar consciente de que o ambiente escolar pode funcionar de maneira diferente da casa dela.
Portanto, de acordo com Cisele, o professor precisa explicar muito bem as normas de funcionamento da escola, para que as crianças entendam, por exemplo, a hora certa de ir ao banheiro, de falar, de brincar, de se concentrar, como usar um talher na merenda e, assim, evitar situações que gerem conflito com a escola durante o processo de adaptação.
Para todas as idades – Não há idade para o acolhimento. Os professores devem ter em mente que a palavra adaptação foi substituída pela palavra acolhimento. “E os novos alunos, de qualquer idade, em qualquer situação, precisam ser acolhidos. E o acolhido precisa ter oportunidade de mostrar o que sabe, de expor suas expectativas, precisa ficar ciente das normas. Por isso, o professor precisa conhecer mais os alunos, para saber onde eles querem chegar.”
O acolhimento, para Cisele, envolve toda a transição da criança, de casa para a escola. E começa já na decisão dos pais de matricular o filho em uma determinada escola. “Na primeira informação que é dada aos pais já começa o acolhimento da família. Isso precisa ser preparado, é importante haver material impresso com todas as informações importantes. A entrevista com os pais é fundamental.”
E para a psicóloga, esse processo também deve ocorrer na escola pública. “Não deve nunca haver estranhamento com os pais que vêm se informar sobre a formação dos professores, sobre a escola. Na rede privada, as famílias têm um leque de opções que aproximam a escola da educação que é dada em casa. Elas podem decidir se a escola será construtivista, montessoriana, religiosa,
laica, enfim têm opções. Na escola pública é diferente e por isso deve prevalecer a boa recepção e a transparência das relações”
Cisele diz acreditar que em alguns casos os pais não sabem avaliar a escola pública. “Há escolas que entregam a criança na porta e não dão satisfação. Às vezes, os pais não conseguem identificar que um determinado problema com a criança é da escola – que não realizou o acolhimento corretamente, que não adaptou o aluno – e já culpam o filho, dizendo que ele é o problema.
Se há 40 crianças em uma sala de aula e uma delas é tímida, ela precisa ser entendida.” Para Cisele, os pais precisam ter ciência que a escola pública é um direito para seus filhos e é também um direito que pode ser questionável.
Enfim, a psicóloga Cisele Ortiz defende que a sociedade precisa valorizar o acolhimento e entender a importância das mães, pais ou responsáveis participarem do processo da adaptação dos filhos na escola. É o momento dos pais transferirem uma parcela da responsabilidade da educação para a escola e da criança deixar a segurança do lar. “Há crianças que choram, que não comem, que não dormem. A mãe (ou o pai, ou responsável) precisa estar presente na transição da casa para a escola. Esse adulto precisa ter o direito de liberação do trabalho para participar desse momento tão importante de acolhimento e de adaptação do filho na escola”, concluiu.


* FONTE: Diário na Escola, AGO/2003 (http://www.formaremrede.org.br/biblioteca/0011.pdf)

SUGESTÕES DE ATIVIDADES - "O CASO DO BOLINHO"


PROPOSTAS DE ATIVIDADES
Livro: O caso do bolinho


Antes da leitura:
1. A história que vão ler lembra alguns contos tradicionais, especialmente O corvo e a raposa, de Esopo (sobretudo pelo final, em que o corvo também é enganado por uma raposa aduladora), e Palha, carvão e fava, registrada pelos irmãos Grimm (principalmente porque os protagonistas desse conto também fogem da cozinha, saem pelo mundo e se dão mal). Verifique com os alunos se conhecem um desses contos. Se não, deixe para compará-los depois.

2. A esperteza da raposa é fato indiscutível no reino dos contos tradicionais. Pergunte se algum aluno conhece uma história de raposa, caso contrário, traga uma para lhes contar antes da leitura.


Durante a leitura:
1. Durante a narrativa, a canção cantada pelo bolinho vai se alterando, conforme os fatos. Peça que observem o que muda na canção a cada vez que é entoada.
2. Ao encontrar o bolinho, a lebre e o lobo dizem logo que querem comê-lo, mas a raposa não. Nos dois primeiros encontros é o bolinho que se propõe a cantar; mas com a raposa, é ela quem faz a proposta. Para que percebam essas diferenças, peça que leiam prestando atenção ao que acontece em cada encontro antes da canção.


Depois da leitura:
1. Certifique-se de que todos entenderam a história, pedindo aos alunos que a recontem coletivamente.
2. Retome o que foi pedido durante a leitura, e solicite que expliquem as diferenças de comportamento entre a lebre e o lobo e a esperta raposa.
3. Peça que leiam, em voz alta, coletivamente, as três canções, uma após a outra.
4. As crianças leram a canção, mas ninguém sabe como o bolinho a cantou. Que tal criar uma melodia para ela?
5. Para os que têm mais dificuldade com a leitura, escreva as três canções separadamente, embaralhe-as e peça que as ordenem segundo a seqüência dos acontecimentos.
6. Proponha que imaginem que o bolinho não foi comido pela raposa, mas continuou seu caminho, encontrando outro personagem. Peça que escrevam a canção que o bolinho cantaria para ele.
7. O movimento do bolinho que, ágil, rola de um lado para o outro é sinalizado graficamente por Avelino Guedes. Observando as ilustrações, recupere o percurso feito pelo bolinho.
8. Se não o fez antes, conte ou leia para eles os dois contos tradicionais que essa história faz lembrar. Comparem-nos, apontando semelhanças e diferenças.
9. Promova um “chá com bolinhos” para a classe. Pode ser suco,
em vez de chá, e os bolinhos –– redondinhos, é claro –– podem ser aqueles bolinhos de chuva, preparados por você ou pelas mães que queiram colaborar.
10. Passe para eles a receita do bolinho de chuva e peça que tragam outras receitas de bolinhos.
11. Se for possível, façam bolinhos na cozinha da escola. Nesse caso, os bolinhos de chuva não são recomendados, pois fazer frituras é perigoso. Mas deixar que cada criança faça um bolinho para assar pode ser bem interessante. Deixe que cada um decida a forma do seu bolinho: redondinho, compridinho, em forma de coração, etc.


DICA LITERÁRIA

O CASO DO BOLINHO
Tatiana Belinky
Ed. Moderna

Sinopse:
A avó faz um bolinho e põe na janela para esfriar. O bolinho vai rolando até sair para o quintal, e do quintal para a estrada, onde encontra uma lebre que o quer devorar. Mas o bolinho lhe canta uma canção, a lebre se distrai e o bolinho rola até encontrar um lobo. O lobo também se distrai com a canção e o bolinho aproveita para ir rolando, até que encontra a raposa. O bolinho canta, mas a raposa , esperta, o cobre de lisonjas, diz-se meio surda, lhe pede para cantar mais de pertinho e... leia para saber o que aconteceu!!!





domingo, 22 de janeiro de 2012

UM VÍDEO PARA SE ENCANTAR...

UN PAPÁ A LA MEDIDA







Encontrei esta linda animação no blog: www.historiaparaencantar.blogspot.com. Vale muito a pena fazer uma visitinha por lá.... recomendo!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

DICA BACANA: GIZ DE QUADRO NEGRO FEITO EM CASA

Muito bacana essa dica!!! Está em um blog que visito frequentemente e adoro: o Kids Indoors. Super recomendo!


Mas não deixem de conferir outras postagens do blog, que é ótimo!

Abraço,

Priscila


DICA LITERÁRIA



Duas ótimas sugestões de livros, principalmente para quem trabalha com Educação Infantil...



DEZ MONSTRINHOS
ED. LAFONTE

SINOPSE:

As crianças vão se deliciar com esta história em que os monstrinhos desaparecem a cada página. Dez Monstrinhos traz ilustrações divertidas, texto simples e uma surpresa no final.








DEZ URSOS NA CAMA
ED. LAFONTE



SINOPSE:
Dez Ursos na Cama: Um Livro pra Contar e Sentir

Acompanhe cada ursinho desaparecer da cama ao virar as páginas deste maravilhoso livro interativo e descubra onde eles foram parar.

Você terá uma grande surpresa no final de Dez Ursos na Cama: Um Livro pra Contar e Sentir . As crianças vão adorar contar os ursinhos e sentir sua textura.