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quinta-feira, 26 de abril de 2012
ÁLBUM: NOSSO CORPO
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quarta-feira, 25 de abril de 2012
VÍDEO: GRAFISMO INFANTIL - LEITURA E DESENVOLVIMENTO
terça-feira, 24 de abril de 2012
ENTREVISTA
Tizuko Kishimoto, da USP: brincar é diferente de aprender
sexta-feira, 20 de abril de 2012
ARTIGO
quinta-feira, 19 de abril de 2012
PARA REFLETIR...
O ler e o tempoSinopse Daniel Piza
A queixa da falta de tempo para ler me parece embutir a noção de que livros são sempre tarefas longas e lentas, que exigem silêncio, paciência e, melhor ainda, férias, para que sejam consumidas de ponta a ponta. Que bobagem. É claro que há muitos grandes livros que são livros grandes, como Dom Quixote ou Guerra e Paz ou Grande Sertão: Veredas, mas há número maior de livros menores, com menos de, digamos, 300 páginas - como, para ficar nos mesmos autores, Novelas Exemplares ou A Morte de Ivan Ilitch ou Sagarana, que sempre é bom ler antes daquelas aventuras radicais.
Se associamos a literatura moderna a catataus de James Joyce, Marcel Proust ou Thomas Mann, podemos também citar obras-primas enxutas como A Metamorfose, de Kafka, e O Coração das Trevas, de Conrad, que têm tudo que é preciso para compreender a modernidade.
Além disso, livros extensos vêm sempre divididos em capítulos, justamente para que você leia um ou dois por vez. Mas o que eu queria dizer é que há formas curtas - poemas, contos, ensaios, aforismos, notas, peças, etc. - que podem levá-lo ao enlevo em minutos ou em alguns dias.
Hamlet, quase uma colagem de poemas, seja meu fiador.
Estive pensando nisso enquanto rearrumava os livros nas últimas semanas, feita a reforma no apartamento. Quantos textos curtos reli ao sabor do acaso, à medida que esvaziava as caixas!Coletâneas de aforismos de Oscar Wilde, Bernard Shaw, Nelson Rodrigues. Viagens curtas e intensas com Adorno, Wittgenstein, Barthes. Crônicas de Rubem Braga e E.B White. Poemas de Baudelaire a Ted Hughes. Resenhas de Robert Hughes, cartas de Voltaire, contos de J.D. Salinger.
E as miniresenhas de Pauline Kael na New Yorker, que dizem muito mais que textos muito maiores? Nietzsche, aliás, que era um mestre dos gêneros breves (aforismos, odes, fragmentos), afirmava querer dizer em dez linhas o que outros pensadores diziam em dez tomos. Montaigne, pai do ensaísmo moderno, sabia que ser profundo não era ser solene e redundante.
Você não precisa reservar - como para ver um filme ou jogo - duas ou três horas seguidas da suavida para ter o prazer de uma leitura inesquecível, embora a voz de um mergulho autônomo na Busca do Tempo Perdido se aloje em sua memória de uma forma única para sempre. (Dizem que Rosa, quando embaixador na Colômbia, sumiu certa vez por três dias, em meio a grave crise política; quando voltou, explicou que estava fechado no hotel lendo todos os volumes de Proust.) E não tem de ser livro: pode ser um bom jornal ou revista, que, ao contrário do que se diz, ajudam a formar, não apenas informar.
Só conheço, enfim, outra coisa que dá muito prazer em uma dúzia de minutos... Chega desse discurso de que ler é algo im-portan-te, obrigatório, em vez de um entretenimento que não se esgota ao fim do ingresso. Leia o tempo todo, no metrô, na sala de espera do dentista, no banheiro - último castelo do homem, segundo Millôr Fernandes - ou antes de dormir, depois que as crianças se aquietaram. Meia hora aqui, meia hora ali, e numa semana você pode ter visitado séculos, países e pensamentos diversos.
Sempre me perguntam se li todos os livros que tenho em casa.
Eu respondo: felizmente não! Há um punhado de livros que, por sinal, faço questão de não terminar, especialmente as memórias, cartas e diários - Casanova, Leonard Woolf, Pepys, Evelyn Waugh.
De tempos em tempos leio mais um pouco, saboreando como se um sorvete que nunca vai derreter. Outro prazer é reler trechos preferidos de um livro que você já leu; eu diria até que esse é o maior dos prazeres de um leitor. Passagens. Suspensões da monotonia. Não se faça de rogado e marque - dobre a orelha, risque a lápis, cole papel amarelo - marque como for essas páginas que o cativaram.
As memórias de Pedro Nava, por exemplo, estão nos dois casos: já li três volumes, faltam outros três. Chão de Ferro, o terceiro, caiu na minha mão quando punha a coleção em ordem na prateleira.
Fala-se muito dos dois iniciais, mas Chão de Ferro tem menos enumerações genealógicas e alguns trechos em que a prosa corre exuberante, um banquete de adjetivos digno de Eça: 'Eu quis gritar Esmeralda! Esmeralda! mas a voz embargou e eu parei, coração aos coices, num pasmo, num terror (...); olhos, nada mais que olhos, para dois olhos imensos e azuis, dois pés vermelhos de terra, um enxame de sardas, uma cabeleira desamarrada - veneziana, compacta, chamejante - que se estirava, sacudia, a um tempo no ar a um tempo chicoteando as costas, açoitando os ombros, bridando a boca.' Tampouco é preciso ficar sem dormir para sobrar tempo para ler. Ao contrário: durma bem, durma sete, oito horas, para que sua cabeça esteja concentrada e aguda como café - esse aditivo da inteligência - na hora da leitura; quanto mais se lê, mais rápido se lê, e sem afobação. E se divirta, jogue fora o peso do compromisso com ajuda de vinhos, canções e paixões, para que no dia seguinte sua memória possa filtrar o que realmente vale a pena. Não procure tempo para ler, amigo; leia para que o tempo o encontre.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
FALANDO SOBRE MORDIDAS...

Mordidas: agressividade ou aprendizado?
Mordidas costumam causar revoluções na creche. Ninguém gosta que seu filho seja mordido. Os pais da “vítima”, às vezes, sentem-se culpados por deixarem seu filho correr riscos num ambiente com tantas crianças. Já os pais do mordedor, quase sempre, ficam envergonhados com o fato. Tanto a família do mordedor quanto a do mordido se sentem preocupadas ou agredidas.
Mas o que significa a mordida?
O primeiro contato da criança com o mundo é pela boca. Você já reparou em um bebê de quatro meses? Ele leva coisas para a boca. Mãos, pés, todos os objetos ao alcance, vão para a boca do bebê.
Ao colocar um objeto na boca, o bebê está experimentando este objeto. Está aumentando seu conhecimento sobre as coisas que o rodeiam. Começa a experimentar diferenças de peso, textura, tamanho, forma. Enfim, a cada bocada ele conhece um pouco mais o mundo ao redor!
A boca é um dos meios mais importante para o bebê entrar em contato com o mundo. Além de usá-la para conhecer as coisas, o bebê também a utiliza para outras formas de contato. Aceitar ou rejeitar alimentos é uma das formas. Chorar também.
O choro, por exemplo, é a principal via de comunicação do bebê. Os adultos mais próximos da criança vão aprendendo a identificar cada tipo de choro, a dar-lhe um sentido. Isso também é válido para o sorriso, o balbucio e outras expressões da criança. Cada tipo de choro, cada tipo de sorriso, acontece porque o bebê aprende a usar a boca para fazer cada um deles. Todos passam pela boca.
Quando surgem os dentes, começam as mordidas. Vindo da boca, não podia ser diferente: a mordida também é uma maneira de conhecer o mundo. E é também uma forma de comunicação com ele.
Mordendo um objeto, a criança pode perceber muitas coisas. A diferença entre duro e mole, por exemplo. Também pode perceber a novidade que é o susto, o choro ou o espanto da criança mordida. Descobrir que a outra reage à mordida é uma grande aventura! Morder pode ser fascinante. Tão fascinante que a criança pode querer repetir.
Quem será o mordedor?
Em nossa cultura, freqüentemente expressamos carinho brincando com os dentes e, sobretudo com bebês, fingindo morder.
Essas ações geram “modelos de imitação” para os pequenos. Eles utilizam esses modelos nas brincadeiras com outras crianças. Porém, ainda não sabem quanta força podem colocar na boca e também não sabem avaliar as conseqüências desse comportamento.
Isso não quer dizer que não seja desaconselhável brincar com a criança usando a boca. Pelo contrário. Desde que respeitadas as particularidades e as sensações das crianças, esses momentos podem ser muito afetuosos e de grande intimidade. É preciso apenas ir demonstrando que ela pode acabar provocando dor e machucando outras crianças. Sobretudo aquelas que não estão com vontade de entrar na sua brincadeira.
A diferença individual também é importante nesta hora. A partir das experiências com os adultos e os objetos, cada criança vai criando uma maneira particular de reagir.
Um beliscão, dado com a mesma força, pode provocar reações diferentes em diferentes crianças. Um som alto pode não chamar a atenção de algumas, enquanto outras ficam extremamente irritadas. Isso também é válido para o toque, a tolerância à frustração, os sentimentos de ciúme, a busca de atenção ou a procura de exclusividade. Cada criança tem sua maneira de reagir frente aos acontecimentos.
Em situações em que se sente contrariada ou nas disputas de objetos, algumas crianças reagem de forma explosiva, mordendo, enquanto outras choram, na expectativa de que o adulto a ajude.
Muito comum é acontecer uma mordida quando uma nova criança entra num grupo de crianças. Pode ser que uma das crianças fique insegura ou com ciúmes da novata. Sem poder compreender direito, sem ter como organizar suas emoções, ela pode descarregar sua ansiedade na forma de mordida. Você já deve imaginar: em geral, o alvo é essa nova criança.
A mordida também pode estar ligada a aspectos da organização, de espaço ou rotina. Uma “receita” para conseguir uma bela mordida é organizar atividades em um espaço pequeno e com um grande número de crianças. Outra, infalível, é colocar brinquedos diversificados em pouca quantidade. Ou ainda organizar uma rotina que não leve em conta as necessidades de sono de um grupo, deixando as crianças irritadas.
Como acabar com as mordidas?
Há “receitas” para obter mordidas, mas para acabar com elas, não.
Para acabar com as mordidas é preciso que o educador e a equipe da creche pensem sobre todos os aspectos envolvidos no dia-a-dia daquele grupo de crianças. É preciso tentar descobrir quais são os fatores que estão fazendo isso acontecer. É preciso pensar sobre a rotina, o espaço, a quantidade e a variedade de brinquedos. Enfim, é preciso estar atento aos detalhes. Muitas vezes são os detalhes os fatores desencadeadores de mordidas.
Ana Maria Mello e Telma Vitoria
quinta-feira, 12 de abril de 2012
O LIVROCLIP COMO RECURSO PEDAGÓGICO
Amar, Verbo Intransitivo (livroclip)
"Amar, verbo intransitivo” é um romance experimental de Mário de Andrade, com propostas modernistas, publicado em 1923. No livro, o autor busca captar a alma da mulher por meio de uma das maiores personagens femininas da Literatura Brasileira: a governanta alemã Fraülein. A profissional chega a São Paulo com a missão de iniciar um jovem da elite nas artes do amor. Os serviços foram contratados pelo próprio pai do garoto. A obra é também uma oportunidade para Mário de Andrade criticar a moral e os costumes das ricas famílias paulistanas.
* fonte: http://www.educared.org
O TRABALHO COM MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS
Música para aprender e se divertir
A iniciação musical na Educação Infantil e nas séries iniciais do Fundamental estimula áreas do cérebro da criança que vão beneficiar o desenvolvimento de outras linguagens. Além, é claro, de ser um grande barato!
O certo e o errado na iniciação musical
quarta-feira, 11 de abril de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012
PROJETO - CONTADORES DE HISTÓRIAS
Conheça um pouco do trabalho de Contadores de Histórias desenvolvido em Teotônio Vilela:
H I S T Ó R I C O
As histórias sempre fascinam o ser humano. Nas palavras ditas ou escritas de um bom narrador, os episódios adquirem vida. Somos então transportados para um outro mundo real. Lá acompanhamos os personagens em suas aventuras e em seus dramas, compartilhamos suas alegrias e tristezas.
A arte de contar histórias é milenar. Após a invenção da imprensa a narrativa oral perdeu o status de principal maneira de transmitir saberes. No entanto, há sociedade que durante século utilizaram a palavra para manter a sua cultura, geração após geração.
Todo povo tem histórias que contam as coisas que precisam saber. Elas acompanham nossa vida, desde pequeno. Quem nunca parou para ouvir uma boa história contada pelo vovô, pela vovó, pela mamãe? Quem não gosta de ouvir ou de ler uma boa história?
As histórias são patrimônios da humanidade. E sabendo que , ouvir e contar histórias desenvolve a imaginação, resgata a cultura oral e incentiva a escrita, proporciona momentos lúdicos e de interação com o público, é que elaboramos o projeto contadores de histórias visando , assim, oferecer aos ouvintes um conjunto de ações que proporcionarão um encontro mágico com a leitura e com o objetivo de desenvolver a linguagem oral e escrita nos alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (1° ao 5° ano).
Objetivo Geral:
Desenvolver a linguagem oral e escrita dos alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental da rede pública de ensino, através da leitura e contação de histórias.
Específicos:
- Despertar nos alunos o gosto pela leitura através de textos literários;
- Desenvolver as potencialidades artísticas e culturais através da poesia, contos, novelas, etc.
- Elevar a auto-estima através dos textos e dinâmicas e melhorar sua capacidade de se comunicar, de conviver e de respeitar as diferenças;
- Estimular nos alunos a reflexão e a revisão de valores, atitude e comportamentos;
- Resgatar a tradição da arte de contar histórias;
- Partilhar a amizade, o companheirismo e a solidariedade entre os membros do grupo de contadores de histórias;
- Promover a diversão e o lazer nos espaços escolares e públicos.
A Ç Õ E S
- Organização de roda de leitura;
- Dramatizações de história;
- Momento de leitura livre;
- Apresentação do teatro de fantoche;
- Utilização de um banco de personagens para contação;
- Organização de oficinas de artes – confecção de elementos da narrativa;
- Exposição de livros;
- Momento de desenho livre;
- Apresentação com mímicas e músicas;
- Reconto de histórias;
- Montagem de varal literário;
- Desenvolvimento de oficinas de desenhos e pintura;
- Apresentações de painéis de leitura;
- Concurso de leitura (reconto e produção de poemas);
- Organização da hora do conto com personagens caracterizados;
- Exposição do mural de poesias;
- Realização da caravana da alegria e da caravana do natal;
- Arraial da leitura.
A proposta de trabalho do Projeto Contadores de Histórias está dividido em duas etapas: no primeiro momento, as atividades serão desenvolvidas na Biblioteca Infantil do Centro Cultural, onde as escolas poderão trazer os alunos para participarem das ações de leitura contidas na programação. No segundo momento, os contadores de histórias visitarão as escolas e outras instituições do município.
O trabalhos dos contadores fundamenta-se na utilização da tradição da palavra falada a partir de atividades lúdicas e atrativas. Coerente com a proposta em vista, será desenvolvida várias ações, a fim de proporcionar aos ouvintes oportunidades de poder ler por prazer, compartilhar histórias com os amigos, ter acesso fácil aos livros e assim adquirir o hábito pela leitura.
- Envolvimento do público;
- Solicitações das escolas;
- Exposição das opiniões;
- Atitudes e comportamentos relacionados a busca de mais leitura.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
LIÇÕES DE UMA CONTADORA DE HISTÓRIAS
"Era uma vez , assim vai começar esta linda história que eu agora vou contar...
Era uma vez uma professora que contava histórias trocando seu tempo por experiências e encantamento, falava de aventuras, heróis, príncipes e princesas. O tempo foi passando e as coisas foram mudando, as pessoas não eram mais as mesmas e parecia que as crianças também não eram as mesmas e a professora parou de contar histórias porque precisava cumprir o programa e histórias passou a ser perda de tempo, também com tanto vídeo game, DVD, TV, Internet, não sobrava tempo. E aquela professora alegre, leve começou a sentir o peso desse tempo ficando com as costas arqueadas e com uma expressão de quem perdeu o "poder". E foi num desses dias de desânimo que eu a encontrei e sem que lhe dirigisse a palavra ela começou a me dar lições dizendo que era chegada a hora de olharmos para dentro de nós mesmos e buscar um sentido para nossa existência e que eu não devia deixar que esse mundo frenético, violento, apressado me contaminasse, porque ela me tornaria uma contadora de histórias uma espécie de guardiã de um tesouro que ao final ela me daria assim que aprendesse suas lições que eu teria o "poder" que ela não perdera apenas guardou pois sabia que iria me encontrar e que com ele seria capaz de abrir ouvidos e corações cultivando o bem maior do ser humano que é a capacidade de se humanizar. E assim as lições começaram, lições que segundo ela eu jamais poderia esquecer...
1) Busque um espaço aconchegante que estimule a imaginação, pode ser debaixo de uma árvore, numa biblioteca, etc.
2) Tenha uma mala ou um baú cheio de objetos que poderão ser seus coadjuvantes, fantoches, chapéus, sinos, alguns instrumentos musicais simples como um tambor, pau-de-chuva, gaita, flauta.
3) Que tal vestir-se de forma diferente na hora do conto!
4) Existem alguns itens que são essenciais:
A escolha conto
- Em primeiro lugar não é só aquilo que chamamos tradicionalmente de conto, mas também capítulos de novelas, trechos de romance, fábulas, mitos, lendas e até mesmo algumas crônicas são contáveis. O essencial é que tenham uma linguagem clara e sejam estruturados de maneira a serem entendidos quando contados em voz alta. É de grande importância a etapa da escolha do conto e os contadores devem estar atentos para aqueles textos que realmente os motivam, despertando um interesse especial para contá-lo.
A linguagem
- Durante o período da escolha do conto, não se pode perder de vista o fato de que ele foi escrito inicialmente para ser lido. Caberá ao contador avaliar se ele poderá também ser entendido enquanto falado ou contado em voz alta. A sua linguagem deve ser clara e não muito rebuscada a ponto de roubar a naturalidade do contador. Quando está sendo contado deve-se evitar as chamadas muletas de linguagem - palavras ou expressões que se repetem sem necessidade e que, muitas vezes denunciam a insegurança do contador com relação ao texto, ao mesmo tempo que pode empobrecer a narração.
Mensagem
- O objetivo primeiro da narração de histórias é estético, ou seja, deve-se buscar antes de mais nada, a beleza da palavra falada, o prazer em se contar e ouvir uma história. Entretanto, sabe-se que todo conto traz em si, de maneira mais ou menos explícita, alguma mensagem.
A preparação do conto.
Para preparar um conto vários recursos podem ser utilizados:
A análise
Pode ser um recurso valioso no início do preparo e diz respeito à identificação da partes da estrutura do conto. Aqueles que são estruturados linearmente com introdução, desenvolvimento ou enredo, clímax e desenlace, são mais facilmente entendidos pela platéia.
A visualização das imagens
Todo texto ao ser lido suscita no leitor algum tipo de imagem ou seqüência de imagens. O contador de histórias se beneficiará se adotar como hábito o exercício consciente da visualização de imagens sempre que for ler o texto. A partir da primeira leitura isso já pode ser praticado. A visualização da imagem facilita a memorização do texto.
A disciplina na repetição
No processo de montagem do conto, a repetição se faz necessária muitas e muitas vezes até que o conto flua facilmente e nos possibilite então trabalhar alguns outros aspectos, como o olhar, a voz, os gestos. Essa etapa do treinamento é ainda solitária e de preferência deve ser feita já em voz alta num ambiente propício que nos deixe à vontade o bastante para errar e repetir.
A narração propriamente dita
A naturalidade - É uma característica básica dever ir de mãos dadas com a credibilidade. Mesmo os trechos mais absurdos de um conto, devem ser contados com uma tal naturalidade, como se realmente o narrador acreditasse no que conta.
O olhar - Em se tratando de platéias menores, em ambientes mais intimistas, o contador não pode prescindir de trabalhar o seu olhar durante a narração. Ele deve se preocupar em oferecer o conto a toda a platéia e aqui e ali olhar nos olhos de um e de outro. O que deve ser evitado é aquele olhar não intencional sem direção, ou aquele olhar perdido, às vezes voltado para si mesmo.
Ritmo - A voz é um recurso por excelência do contador, o conto é para fazer acordar e não dormir. Ficar atento à entonação pois ela é o colorido da voz que imprimirá a emoção ao texto.
Expressão
Conhecer o próprio rosto e corpo as expressões que definem sentimentos, gestos, ocupação de espaço usar mãos braços, o jeito de se deslocar no espaço.
Poder - Está na capacidade de seduzir o ouvinte, de prender sua atenção, de encantá-lo É a capacidade de conduzir o outro ao imaginário e para isto é necessário que haja prazer. O contador precisa sentir prazer ao contar. Se não há prazer, o conto não acontece.
Improvisação - Para o contador improvisar é deixar acontecer em cena, sem nenhuma preparação prévia, uma criação pessoal que tenha qualidade como se fizesse parte do "script". A primeira exigência da improvisação é a de sentir e agir de acordo com o momento. A técnica vem espontaneamente.
5- E quanto a platéia! Reuna as crianças. Para crianças pequeninas de 0 a 6 anos por ser uma fase mágica, escolha histórias de bichinhos, brinquedos, objetos, seres da natureza ( humanizados), história de crianças, de repetição e acumulativas ( Dona Baratinha, A formiguinha e a neve), histórias de fadas.
Para as de 7 anos escolha histórias de crianças, animais e encantamento, aventuras no ambiente próximo: família, comunidade, histórias de fadas e escolares.
Para as de 8 anos histórias de fadas com enredo mais elaborado, histórias humorísticas.
9 anos, histórias de fadas vinculadas à realidade.
De 10 anos em diante, aventuras narrativas de viagens, explorações, invenções, fábulas, mitos e lendas.
Não esqueça os adultos, principalmente aqueles que como diz Rubem Alves compreendem que história não é só para se divertir, pois, acreditam que ela tem o poder de transfigurar o cotidiano. Adultos que têm dentro de si uma criança que com certeza têm medo da solidão.
Nunca me esqueci das lições daquela professora, depois daquele encontro nunca mais a vi, hoje sou contadora de histórias e acredito como muitos, que histórias são como presentes e através delas compartilhamos ética, beleza, estética, vida...
Entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra...
Edna Imaculada Inácio de Oliveira
Professora do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais