Objetivos
1. Conhecer a história do boneco de madeira que sonha ser “menino de verdade”:uma narrativa considerada um clássico da literatura ocidental, que marcou muitas gerações e foi transformada em teatro, balé e cinema, além de muitas adaptações para TV e, inclusive, utilizado na publicidade.
2. Compartilhar com os alunos a leitura de uma importante obra infanto-juvenil, auxiliando/ensinando os alunos a fazer uma boa leitura, falar sobre ela e criar situações de outras aprendizagens através e a partir da leitura.
3. Compartilhar o prazer da leitura de uma bela obra, desfrutando momentos de encantamento que a leitura produz. Convidar os alunos a também se encantarem e sentirem-se motivados a outras leituras desafiantes e prazerosas.
4. Comparar diversas adaptações de uma mesma obra.
Atividades
A formadora chama a atenção para aspectos que devem ser considerados pelo professor no desenvolvimento deste projeto:
• Nem todos os alunos têm o livro - Se não houver um exemplar para cada aluno realizar a leitura individual, o livro pode ser lido coletivamente. Organize a leitura durante o bimestre ou trimestre de forma a garantir um horário definido para a leitura diária. A rotina assume um grande valor no trabalho de leitura, já que os alunos criam uma expectativa positiva para esperar o momento da leitura: colocam-se “a postos” para a espera do que acontecerá naquele dia com os personagens que vão se tornando seus conhecidos e amigos, torcendo, fazendo antecipações e criando hipóteses.
• Antes da leitura do livro – Comece contextualizando a leitura, falando do autor, da importância da obra. Caso já tenha lido o texto, conte sua própria experiência com a história. O professor é sempre um modelo de leitor: seu próprio relato e empatia em relação a obra abrem caminho para a narrativa.
• O mais importante é ler o livro - Muitas atividades podem surgir com a leitura de Pinóquio. O importante é que elas possam ajudar as crianças a gostarem ainda mais da história e perceberem as potencialidades que o texto tem. Porém o mais importante será sempre a leitura da obra, que não é substituída por nenhuma atividade complementar, como ver filme, construir bonecos, dramatizar, etc. Tais atividades têm inegável valor pedagógico, que, inclusive, ajudam a abrir caminho para a leitura, mas elas por si só não formam leitores.
Como sugestão, leia no livro Da Leitura do Mundo..., de Marisa Lajolo, o capítulo “Literatura Infantil e Escola: a Escolarização do Texto”. Essa leitura ajudará a entender o que está sugerido neste enunciado.
Sugestões de Atividades
A formadora apresenta as atividades para o professor:
1. Você tem duas narrativas de Pinóquio. A original e uma adaptada. É importante para as crianças entenderem os motivos de uma adaptação e o que acontece quando se “diminui” uma obra. Para isso, escolha uma aventura entre as várias aventuras vividas pelo Pinóquio e faça a leitura completa da aventura escolhida nos dois livros. Depois, reúna as crianças numa roda de conversa em que elas sejam convidadas a falar sobre as diferenças que observaram, de qual versão mais gostaram, o que aconteceu de maneira diferente, o que foi dito de outra maneira, entre outras observações. A seguir, escolha algumas frases dos textos, nas quais seja possível discutir a riqueza da forma de narrar. Solicite aos alunos que transcrevam essas frases no caderno.
2. Professor, peça aos alunos que façam uma reescrita de uma aventura de Pinóquio, dando-lhe um novo final, um novo começo ou colocando uma aventura extra entre algumas delas. Incentive os alunos a interagir com o texto sem, todavia, quebrar sua essência. Nessa atividade é importante ressaltar que as histórias seguem uma lógica dada pelo tempo, pelo espaço, pelos personagens, ou seja, pelos elementos da narrativa. Quando vamos interagir com os textos, escrevendo novos textos, temos que nos lembrar disso. Quanto mais os textos “enxertados” estiverem em sintonia com a narrativa, melhor terão cumprido sua função. Trata-se de ensinar as crianças a criar dentro de um limite de necessidade e coerência e não, evidentemente, de censura à imaginação.
3. Professor, crie situações de leitura que envolva a família. Durante uma reunião de pais, o comece com a leitura de um trecho de Pinóquio ou peça que os alunos façam isso. Ao narrar um episódio, peça que os alunos recriem oralmente o episódio e os instigue a contar em casa a aventura que foi lida para sua família e
amigos. Trata-se de criar um movimento de familiaridade com o texto, de
convívio com Pinóquio até o fim da leitura.
4. Peça aos alunos que façam uma pesquisa sobre os brinquedos com que as crianças da sua cidade brincam. Existem bonecos de madeira? Existem fabricantes de brinquedos como o Gepeto, ou todos são industrializados, isto é, construídos por máquinas, nas indústrias? Cabe aqui uma pesquisa com os pais e avós para saber com quais brinquedos eles brincavam quando crianças.
Certamente, aparecerão brinquedos feitos em casa, pelos pais ou irmãos mais velhos, amigos da rua, etc. O resultado da pesquisa pode se transformar num painel de desenhos de tais brinquedos, num texto informativo sobre brinquedos e brincadeiras ou até numa exposição de brinquedos populares, caso as crianças consigam reunir alguns deles. Também aqui cabe uma parceria com a área de artes ou outros professores que se interessem pelo tema na idéia de criar uma oficina para a construção e criação de brinquedos.
5. A Escola tem um importante papel na história de Pinóquio. Professor, investigue com as crianças o que significa ir para a escola. Pergunte às crianças e faça um painel na sala de aula sobre o que significa ir ou não ir para a escola. As crianças conhecem outras crianças que não vão para a escola? O que fazem essas crianças? Essa atividade pode envolver um trabalho de escrita que passe por reescritas e avaliações.
6. O Teatro também aparece fortemente na obra. Convide as crianças para representarem um episódio de Pinóquio para as turmas que não estão lendo o livro. A atividade pode ser bem simples, com a escolha, leitura e ensaios feitos oralmente ou pode envolver outras aprendizagens, como a reescrita para o teatro. Na reescrita, outras habilidades deverão ser colocadas em prática: a adaptação dos diálogos, a cópia do texto, uma possível adaptação de cenas etc. Cabe ao professor avaliar o grau de desafio possível de solicitar a seus alunos para essa atividade. Para essa atividade, consulte o livro Um Caminho do Teatro na Escola, de Olga Reverbel.
7. Caso seja possível, procure nas locadoras de sua cidade as adaptações em vídeo da História de Pinóquio. Alguns cineastas levaram para as telas essa bela história. Discuta com as crianças a maneira como a história foi narrada pelo cinema. Eles vão se divertir.
8. Convide os marceneiros para que construam “Pinóquios” para as escolas! Peça às crianças que escrevam convites para marceneiros conhecidos (ou não) e marque um dia para a fabricação de bonecos para a escola. Aproveite para contar a eles sobre a história que está sendo lida. Não se esqueça de convidá- los, quando tiverem terminado a leitura, para que não fiquem sem saber como é que tudo acaba!
Nota importante: o projeto Pinóquio recebeu importantes contribuições da seqüência Comparando as Diferentes Versões de Pinóquio, elaborada pelo Cedac e também apresentada na Revista Avisa Lá, número 25, janeiro de 2006. Nossos agradecimentos a essas duas importantes entidades educacionais.
Veja a seqüência didática completa, elaborada pelo Cedac no link;
http://revistaescola.abril.com.br/online/planosdeaula/ensino-fundamental1/PlanoAula_277658.shtml
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