1. Justificativa
Ler para bebês é uma prática que se justifica por muitas razões:
- Primeiro, porque ao ouvir um adulto ler, o bebê entra em contato com uma outra dimensão da linguagem: o fluxo da fala que “diz” linguagem escrita, apresenta uma cadência própria e, a depender do livro escolhido, rimas, repetições e ritmos novos.
- Segundo, porque ao ouvir um adulto ler, o bebê também entra em contato com o prazer que o adulto demonstra ao ler, as emoções que sente e expressa, nos tons de surpresa, graça e encantamento que ficam patentes na leitura. Assim, o adulto leitor é um intérprete em muitos níveis: interpreta o texto, apresentando o bebê à linguagem escrita e interpreta também o que se pode obter do texto, apresentando o bebê ao prazer de ler.
-Terceiro, quando garantimos que a leitura faça parte da vida do bebê através da leitura que o professor faz na escola (CEI, Creche), e tenha nela um sentido de prazer e encantamento,criamos as bases para que as crianças ali atendidas possam se desenvolver plenamente como leitoras, ao longo da vida escolar, nos contrapondo a uma divisão entre leitores e não leitores que costuma espelhar uma diferença social entre os que têm a oportunidade de conviver com livros e leitores e aqueles que não a têm.
Mas para que essa prática possa se revestir dos sentidos apontados acima na vida dos bebês é fundamental, que ela seja um hábito, faça parte da sua rotina na escola. Só assim será possível que os bebês desenvolvam familiaridade com os livros, compreendam o que torna esse objeto especial, diferente dos outros que o cercam, desenvolvam um laço afetivo com eles, se interessando em folheá-los e em ouvir sua leitura e possam manter a atenção em escutar a leitura por períodos cada vez maiores.
Ler para bebês é uma prática que se justifica por muitas razões:
- Primeiro, porque ao ouvir um adulto ler, o bebê entra em contato com uma outra dimensão da linguagem: o fluxo da fala que “diz” linguagem escrita, apresenta uma cadência própria e, a depender do livro escolhido, rimas, repetições e ritmos novos.
- Segundo, porque ao ouvir um adulto ler, o bebê também entra em contato com o prazer que o adulto demonstra ao ler, as emoções que sente e expressa, nos tons de surpresa, graça e encantamento que ficam patentes na leitura. Assim, o adulto leitor é um intérprete em muitos níveis: interpreta o texto, apresentando o bebê à linguagem escrita e interpreta também o que se pode obter do texto, apresentando o bebê ao prazer de ler.
-Terceiro, quando garantimos que a leitura faça parte da vida do bebê através da leitura que o professor faz na escola (CEI, Creche), e tenha nela um sentido de prazer e encantamento,criamos as bases para que as crianças ali atendidas possam se desenvolver plenamente como leitoras, ao longo da vida escolar, nos contrapondo a uma divisão entre leitores e não leitores que costuma espelhar uma diferença social entre os que têm a oportunidade de conviver com livros e leitores e aqueles que não a têm.
Mas para que essa prática possa se revestir dos sentidos apontados acima na vida dos bebês é fundamental, que ela seja um hábito, faça parte da sua rotina na escola. Só assim será possível que os bebês desenvolvam familiaridade com os livros, compreendam o que torna esse objeto especial, diferente dos outros que o cercam, desenvolvam um laço afetivo com eles, se interessando em folheá-los e em ouvir sua leitura e possam manter a atenção em escutar a leitura por períodos cada vez maiores.
2. Objetivos e conteúdos
São objetivos desse projeto:
- Possibilitar que as crianças, desde bebês, possam participar de rodas de leitura, ter contato com histórias belamente escritas e ilustradas e, assim, criar o hábito de escutar a leitura em voz alta realizada pelo professor.
-Apresentar e disponibilizar livros para que as crianças possam explorá-los, folheando-os e, percebendo neles a fonte daquilo que é lido pelo professor.
- Possibilitar que as crianças, desde cedo, familiarizem-se com a linguagem escrita: seu ritmo, sua permanência.
- Possibilitar que as crianças iniciem a construção de seu repertório literário.
Conteúdos
-Leitura como uma fonte de prazer e entretenimento.
- Intercâmbio entre leitores.
- Preferências leitoras.
3. Público
Esse projeto pode ser desenvolvido em crianças de 0 a 3 anos de idade.
Esse projeto pode ser desenvolvido em crianças de 0 a 3 anos de idade.
4. Prazo e estrutura
Como a leitura para bebês é uma atividade permanente de formação de leitores, o ideal é que ela faça parte da rotina dos bebês durante todo o ano. Para desenvolvê-la serão necessários variados livros de qualidade literária, adequados à faixa etária.
5. Etapas de desenvolvimento
Preparo prévio do professor
Para planejar uma boa roda de leitura para bebês, três questões são fundamentais: a escolha de um bom livro, preparar-se para a leitura em voz alta e eleger um espaço acolhedor para a leitura.
A escolha do livro é um aspecto fundamental para conquistar novos leitores. Explore o acervo escolar, na busca de histórias com qualidade literária, que sejam adequadas à faixa etária: ricas em ilustrações, que apresentem narrativas com ritmo e cadência. Evitar escolher histórias pelo uso que se pode fazer delas em outros projetos e atividades da classe; se o seu objetivo é o de
a formação leitora dos bebês, a escolha do livro a ser lido na roda de leitura deve ser a de um bom livro, que contribua para essa formação, lembrando que outros livros podem ser apresentados aos bebês, em outros momentos de sua rotina, articulados com outros objetivos didáticos do professor.
Preparar-se para a leitura em voz alta, lendo a história com antecedência e pensando na forma de interpretar o texto, as vozes narrativas, o suspense, as emoções são essenciais para que os bebês possam construir para si o sentido da história. Outro cuidado importantíssimo é observar as relações que se estabelecem entre a ilustração e o texto, para que você possa explorar as duas
linguagens durante a leitura.
Lembre-se de que ler e contar histórias são práticas diferentes e que para você garantir aos bebês boas condições de construir sentidos sobre essas duas práticas você não deve misturá-las.
Tenha o livro nas mãos quando sua intenção for ler em voz alta e, quando sua intenção for contar, faça uso de elementos típicos da contação, como fantasias, fantoches e outros apetrechos.
É essencial que o professor tenha claro qual é sua intenção com a atividade que está propondo para os bebês, o que pretende que eles aprendam. A contação contribui para o desenvolvimento da oralidade, enquanto que a leitura de histórias contribui para o reconhecimento da linguagem escrita e por isso alimenta mais diretamente o percurso leitor das crianças.
A escolha do espaço: Procure realizar a leitura em ambientes agradáveis e confortáveis para os pequenos. Pode ser um ambiente externo da escola, um quintal ou jardim, um cantinho da sala que esteja arrumado com almofadas ou um tapete aconchegante.
A organização do espaço: Evite que os bebês tenham disponíveis outros objetos que concorram com a atividade da leitura, como outros livros – diferentes daquele que será lido na roda – ou brinquedos. Organize-os em roda ou de uma forma em que todos possam ver o professor que
lerá a história.
1 ªetapa: Organização da roda de leitura e apresentação do livro (ou: Antes da Leitura) Convide os bebês para escutar a história, criando um clima de cumplicidade e expectativa para escutá-la. Ajude-os a se posicionar em roda. Com o livro em mãos, mostre a capa e leia o título da história. Conte brevemente porque escolheu este livro para ler para eles. É importante fazer uma breve apresentação do livro, folhando as páginas e mostrando as ilustrações e antecipando as possibilidades que título e ilustrações apresentam para o enredo contribui para diminuir a ansiedade, despertar o interesse e criar uma maior tolerância para escutar a leitura da história.
2ª etapa: Leitura da história (ou: durante a leitura)
Leia com entonação, demonstrando entusiasmo pela história e interpretando as emoções despertadas por ela – você se preparou para isso – e faça pequenas pausas, antes de virar cada página, para mostrar brevemente as ilustrações para os bebês. Caso eles façam balbucios ou digam algo, acolha, mas não comece novas conversas, continue com a leitura.
Não simplifique a história nem pule ou inclua partes: o objetivo é que os bebês conheçam um bom exemplo de linguagem escrita, com seu fluxo, entonação, ritmo característicos. Quando se simplifica, inclui-se elementos novos – como nomes para os personagens, diminutivos que não estavam no texto, etc. - ou pula-se partes, rouba-se da linguagem escrita essas características, aproximando-a da linguagem oral. Além disso, essas ações comunicam a concepção de que os bebês não podem entender um texto literário como tal, que é preciso “facilitar” essa compreensão.
O que não é verdade, primeiro porque toda obra literária permite múltiplas releituras, exatamente porque permite muitos níveis de compreensão; e, segundo, porque o que é determinante para a compreensão da história é a atuação do professor enquanto leitor, que permite que as crianças tenham acesso ao teor emocional da história, se envolvam com seus personagens etc.
3ª etapa: Espaço de intercambio entre as crianças (ou: depois da leitura)
Terminada a leitura, converse com elas sobre a história, suas aventuras e emoções, tornando a folhear o livro a fim de que as crianças vejam as ilustrações. Agora é o momento de prestar atenção nos balbucios, palavras e gestos dos bebês: comente o que chamou a atenção deles, mostre que outros colegas também gostaram disso e que outros preferiram outras partes da história. Nesse momento, com sua supervisão, é hora deles também pegarem o livro em suas mãos e explorá-lo.
Evite propor atividades não literárias em torno da leitura do livro, como, por exemplo, ler uma história em que há um jogo de bola e jogar bola, depois desenhar a bola, pintar a bola, fazer uma bola com recorte de jornal, etc. As atividades em torno do livro devem ter a mesma natureza daquelas que leitores reais fazem uso quando lêem, como compartilhar o efeito que uma leitura produz, compartilhar e comparar partes preferidas da história, ter sua própria lista de autores e livros preferidos... Tudo isso pode ser feito desde o inicio da vida dos bebês na escola, desde que
eles tenham como mediador um professor que atue como modelo de leitor e reconheça, valide e nomeie nas ações das crianças os seus comportamentos leitores nascentes, apresentados por meio de gestos, balbucios, palavras...
Preparo prévio do professor
Para planejar uma boa roda de leitura para bebês, três questões são fundamentais: a escolha de um bom livro, preparar-se para a leitura em voz alta e eleger um espaço acolhedor para a leitura.
A escolha do livro é um aspecto fundamental para conquistar novos leitores. Explore o acervo escolar, na busca de histórias com qualidade literária, que sejam adequadas à faixa etária: ricas em ilustrações, que apresentem narrativas com ritmo e cadência. Evitar escolher histórias pelo uso que se pode fazer delas em outros projetos e atividades da classe; se o seu objetivo é o de
a formação leitora dos bebês, a escolha do livro a ser lido na roda de leitura deve ser a de um bom livro, que contribua para essa formação, lembrando que outros livros podem ser apresentados aos bebês, em outros momentos de sua rotina, articulados com outros objetivos didáticos do professor.
Preparar-se para a leitura em voz alta, lendo a história com antecedência e pensando na forma de interpretar o texto, as vozes narrativas, o suspense, as emoções são essenciais para que os bebês possam construir para si o sentido da história. Outro cuidado importantíssimo é observar as relações que se estabelecem entre a ilustração e o texto, para que você possa explorar as duas
linguagens durante a leitura.
Lembre-se de que ler e contar histórias são práticas diferentes e que para você garantir aos bebês boas condições de construir sentidos sobre essas duas práticas você não deve misturá-las.
Tenha o livro nas mãos quando sua intenção for ler em voz alta e, quando sua intenção for contar, faça uso de elementos típicos da contação, como fantasias, fantoches e outros apetrechos.
É essencial que o professor tenha claro qual é sua intenção com a atividade que está propondo para os bebês, o que pretende que eles aprendam. A contação contribui para o desenvolvimento da oralidade, enquanto que a leitura de histórias contribui para o reconhecimento da linguagem escrita e por isso alimenta mais diretamente o percurso leitor das crianças.
A escolha do espaço: Procure realizar a leitura em ambientes agradáveis e confortáveis para os pequenos. Pode ser um ambiente externo da escola, um quintal ou jardim, um cantinho da sala que esteja arrumado com almofadas ou um tapete aconchegante.
A organização do espaço: Evite que os bebês tenham disponíveis outros objetos que concorram com a atividade da leitura, como outros livros – diferentes daquele que será lido na roda – ou brinquedos. Organize-os em roda ou de uma forma em que todos possam ver o professor que
lerá a história.
1 ªetapa: Organização da roda de leitura e apresentação do livro (ou: Antes da Leitura) Convide os bebês para escutar a história, criando um clima de cumplicidade e expectativa para escutá-la. Ajude-os a se posicionar em roda. Com o livro em mãos, mostre a capa e leia o título da história. Conte brevemente porque escolheu este livro para ler para eles. É importante fazer uma breve apresentação do livro, folhando as páginas e mostrando as ilustrações e antecipando as possibilidades que título e ilustrações apresentam para o enredo contribui para diminuir a ansiedade, despertar o interesse e criar uma maior tolerância para escutar a leitura da história.
2ª etapa: Leitura da história (ou: durante a leitura)
Leia com entonação, demonstrando entusiasmo pela história e interpretando as emoções despertadas por ela – você se preparou para isso – e faça pequenas pausas, antes de virar cada página, para mostrar brevemente as ilustrações para os bebês. Caso eles façam balbucios ou digam algo, acolha, mas não comece novas conversas, continue com a leitura.
Não simplifique a história nem pule ou inclua partes: o objetivo é que os bebês conheçam um bom exemplo de linguagem escrita, com seu fluxo, entonação, ritmo característicos. Quando se simplifica, inclui-se elementos novos – como nomes para os personagens, diminutivos que não estavam no texto, etc. - ou pula-se partes, rouba-se da linguagem escrita essas características, aproximando-a da linguagem oral. Além disso, essas ações comunicam a concepção de que os bebês não podem entender um texto literário como tal, que é preciso “facilitar” essa compreensão.
O que não é verdade, primeiro porque toda obra literária permite múltiplas releituras, exatamente porque permite muitos níveis de compreensão; e, segundo, porque o que é determinante para a compreensão da história é a atuação do professor enquanto leitor, que permite que as crianças tenham acesso ao teor emocional da história, se envolvam com seus personagens etc.
3ª etapa: Espaço de intercambio entre as crianças (ou: depois da leitura)
Terminada a leitura, converse com elas sobre a história, suas aventuras e emoções, tornando a folhear o livro a fim de que as crianças vejam as ilustrações. Agora é o momento de prestar atenção nos balbucios, palavras e gestos dos bebês: comente o que chamou a atenção deles, mostre que outros colegas também gostaram disso e que outros preferiram outras partes da história. Nesse momento, com sua supervisão, é hora deles também pegarem o livro em suas mãos e explorá-lo.
Evite propor atividades não literárias em torno da leitura do livro, como, por exemplo, ler uma história em que há um jogo de bola e jogar bola, depois desenhar a bola, pintar a bola, fazer uma bola com recorte de jornal, etc. As atividades em torno do livro devem ter a mesma natureza daquelas que leitores reais fazem uso quando lêem, como compartilhar o efeito que uma leitura produz, compartilhar e comparar partes preferidas da história, ter sua própria lista de autores e livros preferidos... Tudo isso pode ser feito desde o inicio da vida dos bebês na escola, desde que
eles tenham como mediador um professor que atue como modelo de leitor e reconheça, valide e nomeie nas ações das crianças os seus comportamentos leitores nascentes, apresentados por meio de gestos, balbucios, palavras...
6. Avaliação
Observe se seus pequenos alunos têm demonstrado interesse crescente em participar da roda de leitura, se eles têm conseguido manter a atenção por períodos maiores e se têm procurado folhear livros, na hora dos cantinhos.
Observe se seus pequenos alunos têm demonstrado interesse crescente em participar da roda de leitura, se eles têm conseguido manter a atenção por períodos maiores e se têm procurado folhear livros, na hora dos cantinhos.
7. Bibliografia de referência Atividade Permanente - Leitura para Bebês
1. Andar entre livros – a leitura literária na escola. Teresa Colomer. Editora Global, São Paulo,
2007.
2. Aprender a ler e a escrever – uma proposta construtivista. Ana Teberosky e Teresa Colomer,
editado pela Artmed em 2003.
3. Déjenlos leer – los niños y las bibliotecas. Geneviéve Patte. Fondo de Cultura Econômica,
México, 2008.
4. Lire dês livres à dês bébés. Dominique Rateau. Editions èrés – Ramonville Saint Agne – France, 1998.
5. Literatura para bebês. Ana Araújo e Silva. Revista Pátio - Artmed - Ano VII - Nº 25 - Projeto
Político-Pedagógico - Fevereiro à Abril 2003 - página 56
* fonte: Projeto Entorno - Em busca de Novos Leitores , Fundação Vitor Civita
Um comentário:
Oi, tenho uma dúvida, geralmente as crianças com a partir dos dois anos não conseguem sentar para ouvir o adulto ler, geralmente eles ficam se agitando, correndo e pulando, o q fazer neste caso? Aguardo e desde já agradeço a dica. Gostei muito do encaminhamento mas tenho esta dificuldade por isso lhe pergunto. Obrigada.
alves_pati@yahoo.com.br
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