RECUPERAÇÃO CONTÍNUA- REVENDO ENCAMINHAMENTOS
Conforme previsto na Deliberação 11/96: “A recuperação contínua, ligada ao fazer diário do professor, pressupõe habilidade em trabalhar as dificuldades de aprendizagem”.
Vale a pena retomarmos alguns aspectos que tratam sobre RECUPERAÇÃO CONTÍNUA, que é de responsabilidade do professor regente, haja vista, que ao ter a classe atribuída, este assume imediatamente a responsabilidade pela aprendizagem de TODOS os alunos e não apenas parte deles.
Conforme afirma Telma Weisz(1999):
No momento em que alguns alunos começam a se mostrar perdidos e atrapalhados em relação aos conteúdos trabalhados, a escola que assume responsabilidade com a aprendizagem de todos tem obrigação de criar um sistema de apoio para que esses alunos não se percam pelo caminho. Suas dificuldades precisam ser detectadas rapidamente para que eles sejam apoiados, continuem progredindo e não desenvolvam bloqueios.
(O diálogo entre o ensino e a aprendizagem- Ed.Ática, pp75a99)
Algumas providências são necessárias e urgentes para apoiar a aprendizagem destes alunos, antes que desistam de aprender :
· Uma análise mais criteriosa do diagnóstico dos saberes destes alunos, sempre ajuda o professor pensar em intervenções mais qualificadas durante a realização das atividades.
· É necessário pensar em adequações das atividades de modo a favorecer sempre a participação de todas as crianças.
· Muitas vezes é preciso pensar em atividades diferenciadas para promover avanço nas aprendizagens. Isso possibilitará que o professor organize agrupamentos, de modo a poder em momentos diferentes dar maior atenção a um ou outro grupo.
· Propor situações em que o aluno tenha sucesso de modo que ele não perca a crença na sua própria capacidade de aprender.
· Criar um ambiente de solidariedade e colaboração, organizando agrupamentos produtivos para que possam também aprender com colegas, com a orientação do professor e das atividades propostas.
No Programa Letra e Vida há também muitas atividades propostas a alunos para que avancem no conhecimento sobre o sistema de escrita.
As Professoras Marly Barbosa e Rosa Antunes fazem alguns depoimentos sobre como conseguiram organizar situações para atender aos alunos com dificuldades. (O diálogo entre o ensino e a aprendizagem- Ed.Ática, 1999 -que consta também no material do Programa Letra e Vida)
No depoimento da profª Rosa ela conta que em sua escola foram planejados Grupos de estudo, onde duas vezes por semana as salas do 1º ano eram reagrupadas entre as professoras de modo que as crianças podiam receber ajuda pontual para sua dificuldade. Para isso o grupo de professoras passou a planejar criteriosamente o que seria feito pelos diferentes grupos nestes dias. Este ambiente de solidariedade e discussão também no grupo de professores reflete positivamente no avanço profissional de todos. Essa pode ser uma possibilidade a ser pensada e organizada pelo Professor Coordenador.
Para o trabalho em sala, como já dissemos, é sempre necessário conhecer o que já sabem sobre o que queremos que aprendam. A sondagem não é só um momento de avaliação burocrática, mas traz muitos conhecimentos sobre os saberes dos alunos e ajuda a lançar problemas adequados às necessidades de aprendizagem de cada um , nos ajudando a organizar melhor o trabalho pedagógico. Há três tipos de organização do trabalho pedagógico, tanto para o trabalho individual como em parceria: momentos em que todos da classe realizam a mesma proposta, momentos em que, diante de uma mesma proposta ou material, realizam tarefas diferentes e momentos de propostas diversificadas, em que os grupos têm tarefas diferentes em função do que estão precisando no momento. Seja qual for a organização é sempre necessário deixar bem claros todos os procedimentos para realizar as tarefas. O planejamento da rotina determinará a organização mais adequada para que o alunos desenvolvam os conhecimentos necessários e as formas como faremos as intervenções necessárias para que isso ocorra. Sabemos que a organização do material, a definição de papéis de cada um no trabalho em parceria é fundamental para que o trabalho em colaboração dê certo.
É impossível acompanhar de perto todos os alunos o tempo todo: é preciso distribuir o acompanhamento durante a semana. Para isso um registro, espécie de “mapa”, pode ajudar a organizar este acompanhamento. È preciso acreditar também que os agrupamentos, quando bem planejados, favorecendo a circulação de informações, possibilitarão que os alunos aprendam muito uns com os outros.(...)
No segundo semestre serão iniciados os grupos de recuperação paralela, mas não podemos abrir mão de continuar investindo sempre na Recuperação Contínua, deixando este espaço para as crianças que realmente apresentam maiores problemas de aprendizagem. (...)
É preciso também ajudar as escolas a buscarem alternativas de atendimento aos alunos com dificuldade. Cada escola tem uma realidade diferente, conta com recursos diferentes, portanto é nesse espaço que se pode pensar em alternativas para dar conta desta tarefa.
Quanto antes iniciarmos as ações de apoio às crianças que parecem não avançar, mais sucesso teremos nos resultados de aprendizagem das turmas.
Afinal, alfabetizar todas as crianças é responsabilidade de todos nós.
No segundo semestre serão iniciados os grupos de recuperação paralela, mas não podemos abrir mão de continuar investindo sempre na Recuperação Contínua, deixando este espaço para as crianças que realmente apresentam maiores problemas de aprendizagem. (...)
É preciso também ajudar as escolas a buscarem alternativas de atendimento aos alunos com dificuldade. Cada escola tem uma realidade diferente, conta com recursos diferentes, portanto é nesse espaço que se pode pensar em alternativas para dar conta desta tarefa.
Quanto antes iniciarmos as ações de apoio às crianças que parecem não avançar, mais sucesso teremos nos resultados de aprendizagem das turmas.
Afinal, alfabetizar todas as crianças é responsabilidade de todos nós.
Equipe do CI CENP SP
- maio 2009 -
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