segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

LEITURA PELO PROFESSOR E PELO ALUNO- CONDIÇÕES DIDÁTICAS


LEITURA PELO PROFESSOR

CONDIÇÕES DIDÁTICAS CONSIDERADAS AO PLANEJAR




• Realizar com freqüência e regularidade a leitura de diferentes textos para os alunos, no desenvolvimento dos projetos, das atividades permanentes e de seqüências didáticas.
• Considerar a relação entre os diferentes propósitos (ler para entreter-se, ler para selecionar informações, ler para aprender a escrever) e as modalidades de leitura (ler em capítulos, ler e realizar comentários durante e depois da leitura, ler e destacar informações ou recursos utilizados pelo autor), promovendo a participação dos alunos e suas possibilidades de compreensão.
• Selecionar os textos que serão utilizados no planejamento das situações de leitura, considerando suas particularidades em função dos propósitos didáticos (a notícia mais adequada para a realização de uma reescrita, os textos informativos que favorecem o estabelecimento de relações com os conhecimentos dos alunos, escolher dentre várias as poesias que podem ser memorizadas pelos alunos).
• Criar oportunidades para que os alunos possam autocontrolar o que compreendem nas situações de leitura.
• Diversificar as fontes de informação de uso social nas situações de leitura pelo professor, a fim de ampliar os conhecimentos dos alunos sobre a linguagem escrita, favorecendo a realização de antecipações cada vez mais ajustadas a cada tipo de texto a ser ouvido pela classe.
Intervenções do professor:
• Compartilhar seu comportamento leitor em diferentes situações de leitura.
• Compartilhar os propósitos da leitura com os alunos e fornecer informações sobre o que será lido (sobre a fonte, o tema, o autor), favorecendo o estabelecimento de algumas relações entre o conteúdo do texto e outros conhecimentos ou entre textos do mesmo gênero já lidos pela classe.
• Ajudar os alunos nos pontos em que a dificuldade em relação a algum aspecto estiver comprometendo a construção de sentido (não explica o que diz o texto, nem diz o significado de palavras difíceis, mas os ajuda, por exemplo, a realizar inferências a partir do contexto).
• Voltar ao texto, caso ocorra alguma discussão sobre interpretações diferentes sobre trechos do que foi lido para confirmá-las ou retificá-las.
• Favorecer a manifestação das opiniões dos alunos, o diálogo e a conversa sobre as leituras realizadas.
• Compartilhar suas impressões sobre os textos lidos e favorecer a manifestação de comentários pelos alunos (sobre como o texto é bem escrito; sobre certas relações que podem ser feitas com textos que já conhecem, com filmes que assistiram ou com fatos da realidadeetc).
Interação Aluno / Situação Didática
Nas situações de leitura pelo professor os alunos podem:
• Utilizar seus conhecimentos prévios (sobre os gêneros, sobre os assuntos tratados, sobre os portadores) na construção de significado acerca dos textos.
• Construir distintas interpretações na busca da compreensão dos textos lidos.
• Realizar antecipações cada vez mais ajustadas quando têm de ler por si mesmos.
• Realizar antecipações em relação à natureza dos textos que estão sendo lidos e buscar indícios para verificá-las, na medida em que se apropriam de características específicas de cada gênero.
• Realizar inferências na busca de compreender interpretações diferentes das suas para poder concordar ou discordar delas, contribuindo com a discussão sobre os textos.


LEITURA PELO ALUNO

CONDIÇÕES DIDÁTICAS CONSIDERADAS AO PLANEJAR

• Promover contato com os textos em seus portadores originais ou, quando isso não for possível, manter diagramação original do texto para que o mesmo possa ser reconhecido pelas crianças por meio da sua formatação.
• Favorecer aos alunos o acesso ao assunto ou tema tratado nos textos, permitindo-lhes confiar em suas possibilidades de interpretá-lo e realizar antecipações muito aproximadas.
• Realizar situações de pesquisa orientada que privilegiem a utilização de estratégias de busca e seleção de informações, organização e registro.
• Considerar objetivos específicos para as situações de leitura, coerentes com o objetivo geral de formar leitores competentes a partir das práticas sociais reais (diferentemente do que ocorre nas práticas escolares, de ‘tomar’ a leitura em voz alta pelos alunos, por exemplo).
• Centrar, desde a alfabetização inicial, na construção do significado dos textos e não na pura decifração.
• Oferecer uma diversidade de situações de leitura como por exemplo: a leitura de textos memorizados, de títulos de histórias conhecidas, de listas de diferentes coisas,de diálogos de personagens de histórias conhecidas etc. como uma das formas de favorecer a leitura dos alunos por si mesmos.
Considerar as possibilidades dos textos incluírem elementos que favoreçam a antecipação de seu significado pelos alunos.
• Favorecer a utilização de diferentes estratégias de leitura por alunos em processo de alfabetização, frente aos diferentes desafios propostos (o que diz, onde diz, qual é qual), considerando a heterogeneidade da classe no planejamento de variações de uma mesma atividade.

Intervenções do professor:

• Favorecer o acesso a textos difíceis, ajudando-os na construção do significados, na relação com outros textos etc.
• Favorecer a troca de informações entre os alunos (durante a leitura compartilhada, em que têm acesso a conhecimentos prévios distintos), evitando que seja sempre o professor, o responsável pela validação de uma única possibilidade de interpretação do texto.
• Ajudar os alunos a detectar contradições em suas próprias interpretações, retomar a leitura do texto para buscar indícios quando duvidarem de suas interpretações, a confrontar suas interpretações com a de seus pares.
• Propiciar aos alunos a possibilidade de auto-controlar o que compreendem nas situações de leitura, favorecendo a interação durante a realização de propostas diferentes para cada subgrupo, guiadas por um mesmo propósito social.
• Socializar diferentes estratégias de leitura.
• Incitar os alunos a recorrer a diversas fontes de informação existentes na sala.
• Ajudar os alunos a utilizar estratégias frente aos textos escritos, em função de suas hipóteses sobre “o que está escrito” e “o que se pode ler” (ajudá-los a ajustar o falado ao escrito, a procurar outros indícios no texto além de letras iniciais e finais etc.).
• Propiciar uma utilização cada vez maior e mais pertinente dos indícios quantitativos e qualitativos providos pelos textos.
• Promover o estabelecimento de relação entre palavras que se quer ler e palavras já conhecidas.Interação Aluno / Situação Didática
Nas situações de leitura por si mesmos os alunos podem:
• Utilizar informações sobre o autor, o portador, o gênero e as recomendações de outros para selecionar de maneira mais autônoma textos que respondem a propósitos colocados em determinada situação.
• Utilizar referências do texto e do contexto (seu conhecimento acerca dos portadores, imagens que acompanham o texto, informações verbais sobre o tema ou conteúdo, indícios quantitativos e qualitativos providos pelos textos) para construir significados frente a um escrito.
• Utilizar estratégias que considera produtivas, já colocadas em ação em experiências de leitura anteriores, para seguir lendo quando se trata da leitura de textos difíceis.
• Utilizar seus conhecimentos acerca de textos já lidos pelo professor para orientar a busca de determinada informação ou de determinado episódio ou quando fazem antecipações ou interpretações do que estão lendo.
• Utilizar seus conhecimentos sobre o sistema notacional e indícios do contexto para antecipar ou verificar suas hipóteses.
• Realizar muitas reflexões vinculadas à correspondência entre “o que está escrito” e “o que se pode ler”, quando tentam fazer o ajuste do oral ao escrito.
• Utilizar a informação visual (a repetição de uma forma gráfica – o refrão de uma canção conhecida, o nome de um personagem; onomatopéias que aparecem em histórias conhecidas; as marcas de diálogo; os sinais de pontuação e a utilização de maiúsculas) para verificar suas antecipações e produzir outras novas.

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