quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PLANEJAR É PRECISO!


PLANEJAR: É PRECISO



O poeta português Fernando Pessoa tem um célebre verso que diz “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Este verso pode remeter o leitor à importância da precisão, dos detalhes, do planejamento para a realização das viagens marítimas...
A necessidade de planejar é algo inerente a inúmeras atividades humanas. Os navegadores portugueses, no fim do século XV, lançaram-se ao mar procurando atingir o objetivo de encontrar uma rota para as Índias. Para tanto, desenvolviam inúmeros procedimentos que os auxiliassem a alcançar os objetivos traçados e, assim, buscavam apoio na precisão dos instrumentos náuticos.


Caixa de ferramentas para a viagem


O início do ano letivo marca o começo de uma nova viagem e, como em toda viagem, é preciso planejar a rota, para que os viajantes não navegem a esmo. O diagnóstico da escola é o instrumento que vai traçar o percurso rumo ao objetivo que se quer atingir nessa viagem.
Para esse diagnóstico, a equipe escolar conta com algumas ferramentas produzidas pela própria escola e também fora dela: dados da avaliação final da escola, indicadores da avaliação da aprendizagem e do fluxo escolar, avaliação externa, metas estabelecidas no ano anterior – balizadas pelo IDESP – e dados de aprovação e evasão.
A análise desses dados permitirá a identificação dos aspectos que já foram superados pela escola, dos problemas já resolvidos e dos desafios que ainda se apresentam e devem ser enfrentados.


Quem está a bordo?


No início do ano, é importante construir ou fortalecer vínculos com os companheiros de jornada: professores, alunos e funcionários. Conhecer as características da comunidade, intra e extraescolar, ajuda a compreender o contexto e as prioridades da escola. Além disso, para planejar é preciso que se garanta um espaço propício para a participação e a negociação entre os diversos sujeitos envolvidos e, para que o trabalho pedagógico se desenvolva satisfatoriamente durante todo o ano letivo, um clima de receptividade ao outro e de integração deve ser promovido desde o início. Portanto, acolher a todos, principalmente professores, alunos e pais recém-chegados à escola, é fundamental para estimular o sentimento de pertencimento, o respeito e o compromisso de todos com a aprendizagem.


Proposta Pedagógica e Currículo: A carta e a bússola


Assim como os navegantes utilizavam as cartas náuticas para se orientar, a proposta pedagógica da escola deve ser revisitada, pois seus princípios e diretrizes são essenciais para planejar as ações e estratégias que serão desenvolvidas a fim de atingir as metas estabelecidas no planejamento. Essas ações e estratégias devem ser referenciadas na concepção de currículo vigente na rede estadual paulista. Esses dois documentos, Proposta Pedagógica e Currículo, norteiam a elaboração do Plano de Gestão que engloba diversos documentos da escola. Entre eles, ressalta-se a importância do Plano Pedagógico Estratégico para o ano de 2010 e dos Planos de Ensino.
O Plano Pedagógico Estratégico para o ano de 2010, que deve ser elaborado com base no diagnóstico, tem por objetivo desenvolver ações que promovam a superação das dificuldades detectadas. Para tanto, metas, prazos e responsáveis são definidos para alcançar o que se objetiva. Documenta um compromisso de todos, registrado em ações específicas de cada professor, gestor e funcionário, que deverá ser monitorado diretamente pelo diretor da unidade nos prazos regulares previstos.
Os Planos de Ensino, elaborados pelos professores, para cada série e disciplina, têm a finalidade de orientar o desenvolvimento da prática pedagógica, definindo os pontos de partida e de chegada da aprendizagem. Eles serão os guias para a elaboração dos planos das aulas e avaliação da aprendizagem dos alunos.
Devem ser flexíveis, podendo ser replanejados a cada bimestre, ou sempre que necessário, devidamente adequados ao desenvolvimento de cada série/ano e turma. São elaborados levando-se em consideração a Proposta Pedagógica e o Currículo e permitem o acompanhamento do trabalho pedagógico pelo Professor Coordenador.
Do ponto de vista legal, a definição do Currículo é prerrogativa do Estado, enquanto instância responsável pela oferta da educação pública, gratuita e obrigatória. O Currículo do Estado de São Paulo, portanto, é a bússola que dará o norte para os Planos de Ensino, pois nele estão presentes as competências e habilidades, com a sugestão de conteúdos considerados fundamentais para a formação dos estudantes e como garantia de seu direito de aprender. Nos Planos de Ensino construídos pelos professores, poderão ser acrescidos outros conteúdos e marcos de aprendizagem, desde que aqueles já previstos no Currículo adotado tenham sido atendidos.
Os Planos de Ensino servem de instrumento de comunicação entre pais, alunos e professores, possibilitando o acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos. Assim, a escola deve garantir a acessibilidade desses documentos a todos, disponibilizando-os da melhor maneira possível: no site da escola, em versões impressas, em divulgações periódicas nos quadros de aviso/murais ou em outros suportes definidos pela equipe escolar.
A partir dos Planos de Ensino, os docentes elaborarão os planos de aula, imprescindíveis para o desenvolvimento das práticas cotidianas na sala de aula, local privilegiado onde o processo de ensino e aprendizagem se concretiza. Ao desenvolver seus planos de aula, o professor deverá utilizar os materiais didáticos disponibilizados pela Secretaria da Educação, bem como outros materiais e recursos presentes nas escolas, adequando-os e adaptando-os à realidade de suas turmas.


Ou a viagem é boa para todos ou se perdem navegantes pelo caminho


No desenrolar do processo pedagógico, os professores serão desafiados a enfrentar algumas dificuldades que, uma vez diagnosticadas pelo professor, necessitam de imediata intervenção. Tal agilidade tem como objetivo evitar que problemas simples ganhem magnitude e complexidade. Ao intervir, o professor estará pondo em prática a recuperação contínua da aprendizagem.
Adiar ações coloca em risco o sucesso da viagem e a segurança dos viajantes. Portanto, procedimentos que favoreçam a recuperação contínua devem ser pensados e previstos, desde o planejamento, para sua ágil utilização tão logo diagnosticada essa necessidade.
Como nem todos aprendem ao mesmo tempo e nas mesmas condições, algumas situações exigirão recuperação paralela, promotora de intervenção mais aprofundada, prolongada e específica.
O encaminhamento de alunos para a recuperação paralela, que em 2010 ocorrerá já no começo do ano letivo, é produto de recomendação dos conselhos de classe/série/ano realizados no final do ano letivo anterior.
No momento do planejamento, esses encaminhamentos devem ser retomados para que os professores possam organizar suas ações, considerando as necessidades diagnosticadas e acompanhando seu processo de desenvolvimento na recuperação paralela. Os Professores Coordenadores das Oficinas Pedagógicas, de Língua Portuguesa e Matemática, terão melhores condições, agora em 2010, no auxílio aos professores para que estes compreendam melhor as dificuldades de aprendizagem ainda relativas aos processos de alfabetização e de letramento matemático. Isso servirá para que ajustem seus procedimentos quanto à reposição das estruturas que faltam aos alunos, sejam eles oriundos de outras redes ou da nossa própria, e para que possam, desse modo, prosseguir com mais chance de sucesso ao longo de sua escolaridade.


Checando as coordenadas


O planejamento do início do ano organiza as ações que a escola definiu como necessárias para atingir seus objetivos e metas. Sua elaboração é o ponto de partida de um conjunto de ações que será desencadeado ao longo de todo o ano letivo. Para que o planejamento não se transforme em simples “declaratório de intenções”, é imprescindível que a escola crie mecanismos de monitoramento das ações, no sentido de acompanhar o cumprimento de cada etapa, avaliar seus resultados e, se for o caso, definir novos encaminhamentos. Todos esses desdobramentos devem fazer parte do plano anual das HTPC.
É necessário enfatizar a importância da elaboração desse plano para as HTPC, porque ele viabiliza espaços de reflexão e troca de experiências, avaliação e proposição de ações, bem como a formação continuada do grupo de profissionais da escola, potencializando o conceito de “escola que aprende”.
As necessidades apontadas pelo grupo, e que exigem o apoio da Diretoria de Ensino, deverão ser elencadas e encaminhadas ao órgão para que sejam incorporadas em sua programação anual.
A viagem é longa e todos precisam se sentir respeitados e acolhidos
Para a criação de um clima de respeito e harmonia é necessário o conhecimento e compromisso de todos com as Normas de Gestão e Convivência. Para tanto, elas devem ter legitimidade, e, por isso, devem ser revisitadas no planejamento escolar e reformuladas, se necessário, com a participação de todos os segmentos.
:: fonte: www.cenp.org.br

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