sábado, 6 de fevereiro de 2010

SUGESTÕES - OS CANTOS NA SALA DE AULA





Sugestões de cantos de atividades diversificadas





Os cantos trazem atividades diversificadas, oferecendo às crianças oportunidades de contato com diversas linguagens: simbólica, plástica, lúdica etc. Nesse capítulo você vai encontrar algumas sugestões que podem ser aproveitadas e melhoradas pela sua equipe: jogos de regras, faz-de-conta, pintura, desenho, construção de brinquedos e muito mais...





O canto do computador é apenas uma oferta entre tantas outras que deve ter, para efeito do planejamento, o mesmo peso das demais. Combinar as atividades que serão oferecidas, observar as preferências das crianças, acolher as ideias que elas trazem são importantes ações que o professor deve ter em vista ao trabalhar com essa proposta.





Canto dos jogos





Por onde começar? É preciso ter alguns tipos de jogos na sala, para que as crianças possam experimentar esta situação em sua rotina. Esses jogos devem estar adequados aos interesses e faixa etária da criança.
Na apresentação de jogos novos, o professor pode optar por explicar as regras em pequenos grupos, ou ao grupo todo, na sala de aula.





· Apresentação em pequenos grupos


Neste caso, é possível contar com a ajuda de algum adulto da escola, ou irmão mais velho de alguma criança, que conheça o jogo e possa ser convidado a ensinar ao grupo.
Assim sendo, um dos cantos de atividade estaria sendo coordenado por alguém de fora da sala, enquanto o professor ficaria com as crianças que estão utilizando o computador.

O professor pode também oferecer, no momento de pátio ou parque, a opção de se ter uma mesa na qual ele vai ensinar quem quiser. É uma forma de poder acompanhar as crianças num momento mais descontraído.




Apresentação na roda


A opção de socializar o jogo na roda é uma estratégia interessante para que o grupo possa conhecer um jogo novo e compartilhar dúvidas e questões com os colegas.
Esta situação deve ser planejada pelo professor, que pode escolher diversos caminhos de apresentação do jogo. Uma forma possível é explicar as regras do jogo, iniciando pelo “objetivo”, procurando esclarecer como se pode atingí-lo.
Outra forma interessante é partir do conhecimento que as crianças já tem de alguns jogos, perguntando ao grupo como imaginam que podem jogar, partindo da observação do material que compõe o jogo. Neste caso, pode ser que aconteça de o grupo até criar outra regra; dessa forma
podem entender que elas são criadas, de fato, e dependem de uma combinação prévia que organize e oriente a partida. Outra forma possével é jogar uma partida com um convidado que conheça o jogo e pedir que as crianças observem a jogada na roda; a partir daí, são convidadas a jogar usando as regras que os jogadores em questão utilizaram para jogar.




· Depois da apresentação


Feita a apresentação dos jogos novos da sala, as crianças precisam de tempo para poder desfrutar de diversas partidas. A criança só se apropria de uma regra de jogo quando tem a possibilidade de jogar. É desta ação que surgirá a reflexão sobre o jogo, ou seja, é da ação contínua que ela começa a criar estratégias para jogar cada vez melhor. E quando isto acontece, quando se torna boa jogadora, também é interessante que o professor perceba este movimento e a convide para socializar suas descobertas numa roda com os colegas da sala, explicitando seus conhecimentos. Portanto, a roda do jogo não deve se restringir somente a uma conversa inicial; pode haver outras situações que permitem às crianças avançarem em seus conhecimentos a respeito do jogo.



Canto do faz-de-conta



É importante lembrar que não só o faz-de-conta mas toda brincadeira, embora seja atividade livre e espontanêa da criança, não é natural: ninguém nasce sabendo brincar, aprende-se a partir do contato com a cultura. Por isso é tão importante considerar a brincadeira como algo que merece atenção, planejamento e acompanhamento por parte do professor. Vale a pena saber mais sobre como introduzir, selecionar e organizar materiais e como intervir.





· Como introduzir a brincadeira



Para introduzir o faz-de-conta, o professor precisa levantar os temas de interesse das crianças. Ao observar com cuidado o jogo de faz-de-conta, veremos que a criança está sempre organizando sua própria brincadeira. Isto não é à toa. Em geral, ela organiza sua brincadeira o mais parecido possível com o ambiente que se origina, o que lhe serve de modelo de referência. Por exemplo, quando monta um consultório de médico, o faz parecido aquele que conhece na vida real, muitas vezes o do posto de saúde, por exemplo. A forma de organizar sempre se remete a cultura de origem da criança, aquela que está empenhada em conhecer melhor. Por meio da brincadeira, ela procura entender como se dão as relações no mundo em que vive tanto na esfera da vida pública quanto privada, criando mundos e fazendo de conta que eles existem. Considerar essas observações ajuda na criação dos cantos de faz-de-conta.










· Como selecionar materiais



Os materiais na brincadeira sejam eles brinquedos ou objetos, exercem um papel importante para o desenrolar das interações e trama lúdica, por isso é interessante que o professor possa ajudar a conseguir materiais, sejam sucatas ou brinquedos que enriqueçam o jogo da criança. E também ajude a organizar materiais que possam contribuir para o enriquecimento do desenvolvimento de papéis no jogo.
Sendo assim, sugerimos a montagem de kits de jogo simbólico. Ao invés do tradicional monte de brinquedos misturados e entulhados, sugerimos separar caixas por temas de interesse (fazendinha, médico, oficina, casinha, etc) a fim de que seja mais fácil montar os cantos de jogo que se escolhe diariamente para brincar. Quanto mais diverso for o material, tambem mais possibilidade oferece para o desenrolar da brincadeira e o aprofundamento dos papéis e interações entre os participantes, e por conseguinte gera maior interesse e tempo de concentração das criancas nesta atividade.





· Como organizar materiais



Vimos, então, que a seleção de materiais é a primeira ação do professor para viabilizar os cantos . Outra importante tarefa é a organização dos mesmos, a forma como serão dispostos objetos e brinquedos para que a brincadeira aconteça da forma mais rica possível.
É preciso preparar a sala para receber as crianças, colocando a disposição delas cantos capazes de sugerir uma determinada brincadeira. Ao fazer isso, o educador organiza também configurações culturais e não apenas físicas, para que a criança possa se aprofundar nos papéis que escolhe. Assim sendo, é importante construir ambientes ricos em significados e representações culturais.


Contudo, o espaço da brincadeira não deve estar definitivamente pronto para que a criança possa interferir nele. Ao propor um jogo de papéis, mesmo aqueles de situações mais conhecidas como mercado, escritório, casinha, hospital etc., deve-se considerar e acolher as mudanças que as crianças venham a realizar. É importante não deixar nenhum espaço fixo ou que dificulte a transformação.





· Outras formas de agir do professor



É fundamental proporcionar as crianças, sempre, novos desafios. Às vezes pequenas interferências no jogo, na disposição do material e em sua organização, permitem uma nova forma de olhar para a mesma brincadeira. Assim, a tradicional brincadeira de casinha, por exemplo, ganha nova dimensão à medida que é enriquecida com novos elementos trazidos pelas crianças.
Outra ação é a observação cuidadosa do professor, um olhar interessado em saber o que as crianças gostam de brincar para ajudar a construir as novas possibilidades de jogo simbólico que vão aparecendo em um grupo. Assim, por exemplo, ao observar que as crianças brincam de carreto, transportando a geladeira e o fogãozinho da casinha em um caminhao improvisado em um banco, o professor pode, para pode incrementar este jogo, oferecer novos materiais ou mesmo perguntar o que poderia contribuir para este jogo. Numa destas conversas, é possível descobrir novas possibilidades para o jogo: barbantes para enrolar mercadorias, plástico bolha para protegê-las, caixas de diferentes tamanhos para separar e organizar os objetos da mudança e assim por diante. Quando as crianças percebem que o professor é um aliado que pode contribuir, também se sentem mais a vontade para criar e sugerir novas possibilidades de brincadeira.
Caberá ao adulto, apenas, segundo Gilles Brougere, “construir um ambiente que estimule a brincadeira em função dos resultados desejados. Não se tem certeza de que a criança vá agir, com esse material, como desejaríamos, mas aumentamos, assim, as chances de que ela o faça; num universo sem certezas, só podemos trabalhar com probabilidades. Portanto, é importante analisar seus objetivos e tentar, por isso, propor materiais que otimizem as chances de preencher tais objetivos.”


· Quando é o melhor momento para intervir


A intervenção, nunca é feita enquanto as crianças brincam mas sim em momentos anteriores ou posteriores ao faz-de-conta que é, por definição, livre.
O adulto pode alimentar essa brincadeira na medida em que cuida da:
organização de um ambiente seguro e acolhedor que sirva de referência para a criança;
disposição dos móveis, facilitando interações entre as crianças e criando um ambiente convidativo para a brincadeira;
disponibilidade de material adequado, interessante e em quantidade suficiente, aproveitando, por exemplo, objetos convencionais como telefones, teclados de computador e outros que assumem função importante na cena lúdica;

diversificação dos papéis tradicionais do faz-de-conta, inserindo novos elementos na trama simbólica.

Comprometido dessa forma com os reais interesses e necessidades das crianças diante da brincadeira, o adulto estará, na verdade, ajudando-as a inventar um mundo possível nos quais as crianças possam viver, aprender e relacionar-se com seus parceiros .



· Como avaliar a qualidade da brincadeira


O faz-de-conta ou o jogo de papéis pode revelar-se altamente significativo para a criança ou muito empobrecido. Para avaliar a qualidade da brincadeira, é preciso observar atentamente alguns critérios, segundo os quais a criança possa:


sair do espaço cotidiano para projetar-se em outro espaço, envolvendo-se na situação imaginária criada, seja ela derivada do campo real ou ficcional (ser capaz de realizar uma metacomunicação);
ampliar a possibilidade de compreensão dos diferentes papéis que desempenha;
ter no brinquedo um suporte de representações, onde encontre um universo de sentidos e não somente de ações;
ser capaz de simbolizar: criar diferentes significados para um mesmo objeto ou situação;
lidar com conhecimentos e manifestar competências que vão além de seu nível de desenvolvimento real;
elaborar conhecimentos advindos do exercício ativo de papéis sociais;
construir regras com outros jogadores para organizar as brincadeiras;
divertir-se em suas interações lúdicas e nos enredos que criam para suas brincadeiras;
aprender a incluir nas brincadeiras materiais elaborados por ela mesma, reaproveitando materiais do meio: criando cenários e buscando acessórios para incrementar suas brincadeiras, etc.;
· experimentar novas possibilidades de ação , diversificando a escolha de papéis.




Programa KidSmart - Material de apoio à formação (Parceria Pedagógica Instituto Avisa Lá)










2 comentários:

Simone Damini disse...

Teu blog é muito legal. Visite o meu para trocarmos ideias. Um abraço colega Simone

Leidyany disse...

Olá, o seu blog é muito legal...
Gostei muito...
E eu tbm estou criando um blog para a escola q eu trabalho... sou nova nesse negocio de blog, e qria saber se vc pode me dá umas dicas, e sermos parceiras nos blog... afinal trabalhamos em prol do mesmo ideal a Educação Infantil.
Vc está de Parabéns...
Seu blog é show